Nº 1160

 

Coração... o lugar de Deus.

Acredito que conseguimos ultrapassar todas as dificuldades! Leve o tempo que levar... acredito! Somos força em movimento, fé em movimento, amor em movimento.  

Acredito, plenamente, que foi essa verdade que Jesus nos veio ensinar.

A verdade da força que existe em cada um, do amor que move montanhas, da fé que habita o nosso coração e nos transforma. 

Acredito no Deus da vida! Que nos ama incondicionalmente e de que todos somos merecedores do seu amor. 

Acredito nos valores que falam por si, onde ninguém tem de provar nada, apenas escolher ser o que é, praticando. 

Acredito que Deus está no centro do meu coração e do teu e é essa a linguagem universal.  

Acredito que mesmo perante as minhas falhas, elas não me limitam. Nada é nada sem o seu contrário.

São as fragilidades e a humildade de as viver que me permite evoluir numa dimensão independente, mas interdepende de quem me rodeia. Porque apesar da individualidade única de cada um, há uma ligação de todos ao todo. 

O todo que faz sentido pelo lugar que cada um ocupa. É nesse lugar que se dá a experiência da vida. Esse lugar onde Deus nos convida a ser, a aceitar, a agradecer, a ver a beleza de cada oportunidade...de recomeçar. 

Um lugar onde podemos amar mais e temer menos. 

Um lugar onde nunca estamos sós. Onde Deus nos convida a permanecer, a acreditar e confiar. Um lugar onde fecho os olhos e simplesmente, Eu Sou. 

O coração, é o lugar de Deus. 

Carla Correia

 

MEDITAR

Assim, Jesus rejeitado continua a amar-nos.

 

"Mas não é Ele o carpinteiro, irmão de Tiago, José, Judas e Simão?" Poucas páginas antes, esses mesmos irmãos desceram a Cafarnaum para levá-l’O para casa, o seu estranho primo, porque disseram: passou-se, perdeu o juízo; chamam-no de herege, devemos protegê-l’O de si mesmo.

E agora em Nazaré, onde todos se conhecem, onde todos sabem tudo de todos (ou pelo menos assim se pensa), as pessoas maravilham-se com discursos que nunca ouviram, palavras que parecem não vir da sagrada escritura, e talvez nem mesmo de Deus: de onde vieram essas coisas?

E foi motivo de escândalo para eles. O que os ofende? A humanidade, a familiaridade de um Deus que sai do templo e entra na normalidade de cada casa, tornando-se o “Deus doméstico” (Juliana de Norwich, século XIII), o Deus da casa.

Jesus, um rabino sem títulos e com calos nas mãos, começou a contar sobre Deus com parábolas que cheiram a casa, à terra, a uma horta, onde um rebento, um grão de mostarda, um figo na primavera se tornam personagens de uma revelação .

Escandaliza a humildade de Deus. Este não pode ser o nosso Deus. Onde está a glória e o esplendor do Altíssimo?

E os seus discípulos, esses rapazes de fora, que sabiam apenas de barcos, o que eles têm a mais do que José, Tiago, Judas e Simão? Os jovens da terra não seriam melhores?

O profeta só é desprezado na sua casa ... Observação que chega a todos nós, rodeados que estamos das sílabas de Deus, das gotas proféticas na boca e nos gestos de mil pessoas, em casa, na rua, no trabalho, ou outra parte do mundo.

Mas nós: não estamos à altura, digamos; e medimo-los, pesamo-los, avaliamo-los, achamos desculpas, em vez de abertura. E Deus surpreende-se, mas não desiste e repete: "Ouçam ou não, saibam que pelo menos um profeta se encontra no meio deles" (Ez 2,5). Estamos rodeados de profetas, talvez pequenos, talvez mínimos, mas continuamente enviados.

E nós, como os habitantes de Nazaré, desperdiçamos e esbanjamos os nossos profetas, sem dar ouvidos ao surpreendente de Deus.

Até mesmo Jesus fica admirado com a recusa dos seus companheiros da aldeia, mas não desiste. A sua resposta não é nem de rancor, nem de condenação, muito menos de abatimento, mas uma maravilha que revela como Deus tem um coração de luz: “Não poderia operar ali nenhum milagre" Mas corrige imediatamente: "Impôs as mãos sobre alguns enfermos e os curou".

O Deus rejeitado ainda se faz cura, mesmo para alguns, mesmo para apenas um. O enamorado rejeitado continua a amar, ainda que sem retorno.

Deus não se cansa de nós: está apenas surpreendido. Então «manda novamente profetas, homens certos de Deus, homens com o coração em chamas, e a quem falar dos seus espinhos» (Turoldo).

Ermes Ronchi

 

Ganhar também é perder

Perdemos muito quando só queremos ganhar. Quando a visão se tolda para direções esguias e cheias de fumo. Quando nos julgamos os melhores de todas as ruas mesmo que nelas só exista a nossa casa. Quando acreditamos que estamos acima de todas as leis mais ou menos divinas.

Ganhar é fácil. Acende-se uma chama pequenina de vaidade e de orgulho que, às vezes, se pode confundir com arrogância. É difícil seguir humilde quando o sucesso e o dinheiro vão sendo maiores do que esperaríamos, alguma vez, alcançar e ter.

Aquilo que ninguém nos ensina é a perder. A saber onde colocar a vergonha e a tristeza de nos terem sido varridas as expectativas e as alegrias esperadas. Ninguém nos diz o que fazemos quando temos de assumir uma falha que pode mexer connosco e com os outros.

Vivemos num mundo que está feito para quem ganha. Para o sucesso e para a riqueza. Para o Bem e para o Bom. O que é feio é que ninguém quer ver. Assobia-se para o lado quando começa a doer mais ou quando a dor do outro parece já estar a tocar-nos nos calcanhares.

É difícil dar a mão a quem perde. Mas é necessário e é urgente. Tal como dar a mão a quem erra, a quem falha e a quem sofre.

Nem sempre sabemos o que fazer com a dor do outro.

Incomoda-nos. Faz-nos perceber que também podemos estar naquele lugar e faz-nos querer fugir e escapar. Porque é exatamente isso que fazemos com a nossa própria dor: fugir-lhe e escapar-lhe.

No entanto, a dor tem memória ainda que a queiramos esquecer. Guarda-se no corpo escondida, sem sinais de barulho ou de grandes impactos. Mas fica. E regista-se em cada uma das nossas células até termos a coragem de a ver e de a assumir como nossa.

Todos queremos ser vistos. E a dor (a nossa e a dos outros) não é exceção. Quando é vista a dor encolhe, diminui e assume o lugar e o tamanho que tem.

Dá-nos muito trabalho lidar com tudo o que implodimos e guardamos. Mas dar-nos-á muito mais trabalho lidar com aquilo que escolhemos não ver por tempo indeterminado.

Marta Arrais

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Pouquinho ensinara que não se prometem a Deus sofrimentos nem sacrifícios porque, como as mães, Ele não nos quer ver sofrer.

Nunca prometas a Deus o teu sofrimento. Devemos prometer cantar-Lhe, alimentar-Lhe os filhos, salvar-Lhe os animais, regar as plantas, semear pela terra toda, proteger os livros.

Eu quero que tu prometas que O ajudas, mas que não te provocarás a dor. Quem se vicia na dor desumaniza-se.

.

Valter Hugo mãe, in Deus na Escuridão


 INFORMAÇÕES

 

FESTA DE NOSSA SENHORA DO CARMO NA FAJÃ DOS VIMES

O novenário no dia 14 de Julho é às 17 horas.

          Dia 16 de julho:19h00 Missa de Festa com a bênção do Carmo seguida de Procissão


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Nº 1167

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Deus é o grande anseio que ainda não encontrou corpo,

mas que deseja a encarnação com um anseio grande e criativo.

E transforma-se por fim num cravo vermelho: Vede! Isso é Deus!

E transforma-se por fim em Helena ou Ninon: qualquer mulher

encantadora e generosa,

na sua plenitude, em toda a sua beleza, é deus tornado visível,

e qualquer homem livre e sem medo é deus, o verdadeiro deus.

Deus não existe

para além das papoilas e do peixe-voador,

dos homens entoando canções e das mulheres penteando os

cabelos ao sol.

As coisas belas são deus que veio para passar, como Jesus.

O resto, o desconhecido, é menos que um anseio.

 D. H. Lawrence

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