Nº 1162

 

Quando a porta dos avós se fecha

Acho que um dos momentos mais tristes da nossa vida é quando a porta da casa dos avós se fecha para sempre!

Quando essa porta se fecha, encerramos também aqueles encontros com todos os membros da família. Damos por concluídos os encontros com todos os membros da família, que em ocasiões especiais, quando se reúnem, enaltecem o segundo nome, como se se tratasse de uma família real. Sempre carregados pelo amor dos avós como uma bandeira, porque os avós são culpados e cúmplices de tudo.

Quando fechamos a casa dos avós, damos por terminadas as tardes de alegria com tios, primos, netos, sobrinhos, pais, irmãos e até namorados passageiros que se apaixonam pelo ambiente que ali se respira. Nem sequer é preciso sair à rua, estar em casa dos avós é o que toda a família precisa para ser feliz.

As reuniões de Natal, impregnadas com o cheiro a tinta fresca como incenso, com gritos e música de fundo, as tertúlias de enramada, que a cada ano que chegam pensas se será a última vez… Custa aceitar que isto tenha um prazo de validade, que um dia tudo estará coberto de pó e que as gargalhada serão uma lembrança longínqua de tempos muito melhores.

O ano passa enquanto esperamos por estes momentos, e sem nos apercebermos, passamos de ser crianças a abrir presentes, a sentar-nos na mesa dos adultos. Ficamos a conversar e a jogar desde a sobremesa do almoço até ao digestivo do jantar, porque quando se está em família o tempo não passa e aquele digestivo é sagrado.

A casa dos avós está sempre cheia de cadeiras. Nunca se sabe se um neto vai trazer a namorada, se aparece mais um amigo ou um vizinho porque aqui todos são bem-vindos. Haverá sempre bolo, ou um chá ou alguém disposto a fazê-lo.

Cumprimentas as pessoas que passam pela porta, mesmo que sejam desconhecidas, porque as pessoas da rua dos teus avós são a tua gente, é a tua aldeia.

Fechar a casa dos avós é dizer adeus às canções da avó e aos conselhos do avô, ao dinheiro que te dão às escondidas dos teus pais como se fosse ilegal, ao chorar de tanto rir por qualquer tolice, ou a chorar pela tristeza dos que partiram cedo demais.

Agora, nós temos de ser os avós. Os nossos pais já se foram. E nunca devemos perder a oportunidade de abrir as portas aos nossos filhos e netos e celebrar com eles o dom da família.

Desfrutem e aproveitem a casa dos avós enquanto puderem.

Chegará um momento em que na solidão das paredes e recantos, se fechares os olhos e te concentrares, poderás ouvir talvez o eco de um sorriso ou um choro preso no tempo.

É doloroso quando nos apercebemos que as portas da casa dos nosso avós estão fechadas para sempre!

No entanto, o mais importante fica no nosso coração e nas nossas memórias. As casas dos nossos avós permanecerão eternamente com as portas e as janelas abertas de par em par!

Texto de autor desconhecido

 

MEDITAR

Ensina-nos a compaixão, misericórdia e ternura que esquecemos

«Vinde, retiremo-nos e repousai um pouco» (Marcos 6, 30-34). Os seus tinham regressado felizes daquele envio dois a dois, daquela missão em que Ele os tinha lançado, uma peregrinação de Palavra e pobreza.

Os doze encontraram muita gente, empregaram a arte que tinham aprendido de Jesus: a arte da proximidade e da carícia, da cura dos demónios do viver. Agora é o tempo do encontro com eles próprios, de voltarem a ligar-se àquilo que acontece no seu espaço vital.

Há um tempo para cada coisa, diz o sábio de Israel, um tempo para agir e um tempo para a interrogação sobre os motivos do agir. Um tempo para ir de casa em casa e um tempo para ficar em casa entre amigos e consigo próprios.

Há tanto a fazer em Israel, doentes, leprosos, viúvas de Naim, lágrimas, todavia Jesus, em vez de arremessar os seus discípulos para dentro do vórtice da dor e da fome, leva-os consigo e ensina-lhes uma sabedoria do viver.

Vivemos hoje numa cultura em que o rendimento que tem de crescer e a produtividade que deve estar sempre a aumentar nos convenceram que são os compromissos que dão valor à vida. Jesus ensina-nos que a vida vale independentemente dos nossos compromissos.

O fluxo imparável das pessoas chega-lhes inclusive àquele lugar afastado para onde Jesus e os seus se afastaram. E Jesus, em vez de dar prioridade ao seu programa, dá-a às pessoas. O motivo é dito em duas palavras: experimenta compaixão. Termo de uma carga belíssima, infinita, termo que faz apelo às entranhas e indica um espasmo interior.

A primeira reação de Jesus: experimenta dor pela dor do mundo. E põe-se a ensinar muitas coisas. Talvez houvesse, diríamos nós, problemas mais urgentes para a multidão: curar, matar a fome, libertar; necessidades mais imediatas do que ouvir ensinamentos.

Talvez tenhamos esquecido que há uma vida profunda em nós que continuamos a mortificar, a deixar à fome e à sede. É a esta que Jesus se dirige, como uma mão-cheia de luz lançada ao coração de cada pessoa, iluminando-lhe o caminho.

Este Jesus que se põe à disposição, que não se poupa, que deixa que sejam os outros a ditarem-lhe a agenda, generoso de sentimentos, entrega algo de grande à multidão: «Pode dar-se o pão, é verdade, mas quem recebe o pão pode não ter necessidade extrema dele. Mas de um gesto de afeto todo o coração exausto precisa. E cada coração está exausto» (Ir. Maria di Campello).

É o grande ensinamento aos doze: aprender um olhar que tenha comoção e ternura. As palavras nascerão. E isto vale para cada um de nós: quando aprendes a compaixão, quando reencontras a capacidade de te comover, o mundo aninha-se na tua alma, e tornamo-nos um só rio. Se ainda há quem saiba, entre nós, comover-se pelo ser humano, este mundo ainda pode esperar.

Ermes Ronchi

 

Ao amor

Aos abraços que chegam para nos abrigar para sempre. Para nos ser lugar de amor.

Aos sorrisos que chegam para nos melhorar o dia. Para nos abraçar o coração.

Às mãos que chegam para nos amparar. Para nos acompanhar. Para nos confortar.

Aos olhos que chegam para nos olhar a alma. Para nos contar os segredos mais bonitos.

Aos beijos que chegam para nos curar as dores. Para nos fazer sorrir.

Aos colos que chegam para nos aconchegar. Para nos serenar.

Às palavras que chegam para nos falar do coração. Para nos falar ao coração.

Aos silêncios que chegam para nos escutar o coração. Para nos dizer tudo, sem ser preciso dizer.

Aos gestos que chegam para nos tatuar com amor. Para nos mudar o mundo.

Às pessoas que chegam para nos abraçar a alma. Para nos sentir o coração.

Ao amor. Sempre ao amor. Que chega sempre para nos salvar.

Ao amor: O lado bom do mundo. A parte bonita da vida. E de tudo.

Que o recordemos sempre. Sempre.

E que o sejamos sempre. Sempre, também.

Todos os dias. Todos os anos. Toda a vida.

Daniela Barreira

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

 "O homem de hoje pensa alcançar a liberdade dominando.

Realiza-se quanto mais pode dominar os outros.

O conceito de "serviço" está distante.

Não sabemos lavar os pés.

Só sabemos polir sapatos, para chegar ao poder."

Dom Tonino Bello, Bispo do Povo


 

INFORMAÇÕES

 

FESTA DE SÃO TIAGO MAIOR - RIBEIRA SECA

Tríduo: Dias 22, 23 e 24 de julho às 19h00.

   Dia 25 de julho - Missa de festa às 19h30 seguida de Procissão.

 

FESTA DE SANTA ANA - BEIRA

Dia 26 de julho—Missa  às 20h00

Dia 28 de julho - Missa de festa às 13h00 e  Procissão às 19h00.

 

Terreiro da Macela  - Dia 29 de julho às 11 horas - Festa de Santo Antão.


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Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

 "O homem de hoje pensa alcançar a liberdade dominando.

Realiza-se quanto mais pode dominar os outros.

O conceito de "serviço" está distante.

Não sabemos lavar os pés.

Só sabemos polir sapatos, para chegar ao poder."

Dom Tonino Bello, Bispo do Povo

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