Nº 1146

 SANTA E FELIZ PÁSCOA

 

A manhã de Páscoa não é igual às outras. É uma manhã que nos transtorna, que nos transtorna. Porque intimamente nós somos puxados para outra realidade. E nessa realidade nós olhamos para a vida e para nós próprios com outros olhos, com uma outra visão, com uma outra perspetiva.

D. José Tolentino Mendonça

 

MEDITAR

O sepulcro está aberto como a casca de uma semente.

Maria Madalena sai de casa quando ainda é noite, escuro no céu e escuro no coração. Não traz nada nas suas mãos, não traz aromas como as outras mulheres, só tem o seu amor que se revolta contra a ausência de Jesus: "amar é dizer: tu não vais morrer!" (Gabriel Marcel)

E viu que a pedra havia sido removida do túmulo. O sepulcro está aberto, vazio e resplandecente, no frescor da aurora. E é primavera lá fora. O sepulcro está aberto como a casca de uma semente.

O sinal é um corpo ausente da sepultura. Falta um corpo às contas da morte, as suas contas estão em queda. Falta um morto na contabilidade da violência, e isso significa que o carrasco não levará a melhor da sua vítima eternamente.

O Senhor Jesus não é simplesmente o Ressuscitado, o ator de um acontecimento consumado de uma vez por todas no jardim fora de Jerusalém, naquela madrugada do primeiro dia depois do sábado. Um evento concluído? Não. Se todos juntos formamos o corpo de Cristo, então a cruz é contemporânea para mim, tal como é também a Ressurreição. Quem vive n’Ele, quem está imerso n’Ele, é levado por Ele na Sua ressurreição.

Cristo é o Ressurgido, agora. Surge neste momento do fundo do meu ser, do fundo de cada homem, do fundo da história, continua a ressurgir novamente, a introduzir com a mão viva do Criador gérmenes geradores de esperança e de confiança, de coragem e de liberdade. Cristo Jesus ressurge hoje, energia que ascende, vida que germina, pedregulho que rola para longe da boca do coração. E indica-me o caminho para a Páscoa, que significa uma passagem ininterrupta do ódio para o amor, do medo para a liberdade, do efémero para o eterno. A Páscoa é a festa das pedras que se afastam agora da boca da alma. E saímos prontos para a primavera da nova vida, arrastados pelo Cristo Ressurgido para sempre.

Cristo não é simplesmente o Ressuscitado, não é apenas a ressurreição, Ele é a própria ressurreição. Ele disse a Marta: Eu sou a ressurreição e a vida (Jo 11, 25). Nesta ordem precisa: primeiro a ressurreição e depois a vida. Nós esperaríamos o contrário. Mas não: primeiro vem a ressurreição, de todos os nossos túmulos, da nossa respiração insuficiente, da vida fechada e bloqueada, do coração extinto, do frio dos relacionamentos. Primeiro a nossa ressurreição, "nem quentes nem frios, nem bons nem maus; a nossa, nós os mortos-vivos "(Ch. Peguy) e então será a vida cheia no sol, e então a vida finalmente merecerá o nome da vida.

A sua ressurreição não descansará até que o túmulo da última alma seja quebrado e suas forças não atinjam o último ramo da criação. E o mundo inteiro será carne ressuscitada pela sua carne, o crucificado Amor.

 

Ermes Ronchi

 

Creio em Deus, força da vida e madrugada de todas as coisas

creio na reconciliação no amor como poder universal

creio no Deus das noites sem apelo

do silêncio insepulto

e das claras madrugadas

creio na Páscoa do Espírito e do Fogo

creio no Espírito da diferença irredutível,

no intenso e no profundo que nos liga

ao espaço-tempo da presença-amante

Renuncio à verdade solitária ou particular

renuncio à fé sem amor, que é o puro subjetivismo

renuncio à esperança judiciária, distributiva,

que dá a uns a recompensa e a outros o inferno

renuncio ao fel das relações envenenadas

a sedução do dinheiro que compra a vida e a fama

renuncio a um coração que seja em nós um rio que não corre

José Augusto Mourão (adaptado)

 PENSAMENTO DA SEMANA

  «O pior da morte é revelar-nos os momentos não vividos...»

«O pior da morte é revelar-nos os momentos não vividos...

O melhor é que a saudade, que é amor – e não uma memória dele – é a prova absoluta de que esse mesmo amor não acabou: Ele existe e resiste. Só quando nos esquecemos dos que nos sonharam e amaram é que a morte nos vence e ficamos sós.»

José Luís Nunes Martins


 

INFORMAÇÕES

VISITA AOS DOENTES

Manadas - terça-feira , dia 2 de abril, a partir das 10 horas.

Calheta - terça-feira, dia 2 de abril , a partir das 15 horas.

Ribeira Seca - quarta-feira, dia 3 de abril, a partir das 10 horas.

 

FESTAS DO ESPÍRITO SANTO DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DA CALHETA

A Santa Casa da Misericórdia da Calheta vai celebrar a sua festa com os irmãos e benfeitores no próximo domingo, 7 de abril.

De 31 de março a 6 de abril, pelas 20 horas, teremos o terço, no Lar de Idosos da Santa Casa, em louvor do Divino Espírito Santo.

            No domingo a Coroação é às 11 horas e depois teremos almoço tradicional no Lar de Idosos - Fajã Grande.

Se alguém quiser contribuir com géneros ou dinheiro, pode fazê-lo entregando os donativos na Santa Casa da Misericórdia. A Mesa agradece a colaboração de todos.

 

MENSAGEM DE FÁTIMA

A Mensagem de Fátima da Ribeira Seca vai fazer uma coroação para os Idosos da Paróquia no próximo domingo, 7 de abril para a qual convida todos os idosos.

 

ULTREIA

Na próxima quinta-feira, 4 de abril, vamos realizar a Ultreia dos Cursos de Cristandade na Sociedade Estímulo, pelas 20 horas. Pedimos aos Cursistas que procurem participar na mesma.


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Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Pensei

que a liberdade vinha com a idade

depois pensei

que a liberdade vinha com o tempo

depois pensei

que a liberdade vinha com o dinheiro

depois pensei

que a liberdade vinha com o poder

depois percebi

que a liberdade não vem

não é coisa que lhe aconteça

terei sempre de ir eu.

Sónia Balacó

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