Nº 1127

 

Gosto muito de ti amiga!

            Gosto de tudo que introduzes na minha vida e do quanto eu aprendi QUE trouxe para a minha vida e que vem do que me dás. Obrigada por fazeres caminho comigo, ainda que seja apenas por momentos.

            Reconheço cada vez mais, que no meu caminho encontro vários cruzamentos de onde surgem pessoas que estão a fazer um caminho diferente do meu mas que, por momentos, se cruzam no meu caminho. Nem sempre esse encontro é fácil, mas pode ser verdadeiramente proveitoso.

            Existem aqueles que fazem caminho connosco há tanto tempo que já parecem fazer parte de nós e às vezes correm o risco de se tornarem, quase, invisíveis aos nossos olhos.

            Outros cruzam-se por momentos, mas são encontros tão intensos que nos fazem olhar para o caminho numa perspetiva diferente e por vezes salvam-nos de decisões erradas.

            Outros há, que fizeram o caminho connosco durante muito tempo, mas que, em determinada altura, optaram por virar noutro cruzamento e seguir caminho diferente.

            Aprendemos muito no caminho, mas podemos aprender mais…

            No caminho há samaritanos e salteadores, montes e planícies, sol e chuva. Enfim há de tudo, e em tudo há sempre alguma coisa nova, nem que seja a experiencia da alegria, adrenalina ou medo que nos impulsiona a andar e a agir. Mas por vezes temos de parar e olhar bem para ver quem caminha connosco, agradecer por quem já caminhou, e preparar o coração para receber quem se vai cruzar connosco.

Destes encontros, recebemos um pouco de cada viajante e acredito que eles levam um pouco de nós (já dizia no Principezinho).

            No meu caminho fiz muitos amigos. Uns, por força da circunstância, fui perdendo um pouco a ligação, e foram surgindo outros que em momentos chave foram fundamentais na minha vida, mas não significa que fazem caminho comigo. Outros tantos, poucos, fazem o caminho comigo, não por obra do acaso, mas porque os escolhi.

            E é tão bom ter companheiros de caminho!

Raquel Rodrigues (Adaptado)

 

MEDITAR

Dizer não ao medo e sim à confiança

O Evangelho está cheio de uma teologia simples, a teologia da semente, do fermento, dos inícios que hão de florir. A nós toca o trabalho paciente e inteligente de quem cuida dos rebentos e dos talentos. Deus é a primavera do cosmo, a nós cabe a tarefa de ser o verão fecundo dos frutos.

Como muitas vezes nas parábolas, um proprietário, que é Deus, consigna algo, confia uma missão e sai de cena. Confia-nos o mundo, com poucas instruções para usar, e muita liberdade. Uma só regra fundamental, a mesma dada a Adão: cultiva e protege, ama e multiplica a vida.

A parábola dos talentos é a exortação premente a ter mais medo de permanecer inerte e imóvel, como o terceiro servo, do que de errar (cf. “A alegria do Evangelho”, 49); o medo torna-nos perdedores na vida: quantas vezes renunciámos a vencer só pelo temor de acabar derrotados.

A pedagogia do Evangelho acompanha-nos, ao contrário, a realizar três passos fundamentais para o crescimento humano: não ter medo, não fazer medo, libertar do medo. Sobretudo daquele que é o pai de todos os medos, o medo de Deus.

Se lermos com atenção o seguimento da parábola, descobrimos que nos é revelado que Deus não é cobrador de impostos, um contabilista que quer de volta os seus talentos acompanhados de juros.

«Foste fiel no pouco, dar-te-ei autoridade sobre muito», diz Deus. O que os servos fizeram não só fica com eles, mas é multiplicado. Os servos vão para restituir e Deus relança: e este acrescento, este incremento de vida é exatamente a bela notícia. Esta espiral de amor que se expande é a energia secreta de tudo o que vive e que tem a sua fonte no coração bom de Deus. Tudo nos é dado como adição de vida.

Nenhuma tirania, nenhum capitalismo da quantidade: com efeito, aquele que entrega dez talentos não é mais corajoso do que aquele que dá quatro. Não há um número ideal a atingir: o que é preciso é caminhar com fidelidade a ti próprio, ao que recebeste, ao que sabes fazer, no local onde a vida de colocou, fiel à tua verdade, sem máscaras e medos. Os balanços de Deus não são quantitativos, mas qualitativos.

Por trás da imagem dos talentos estão apenas os dons de inteligência, de coração, de carácter, a minha capacidade. Esta é a mãe Terra e todas as criaturas colocadas no meu caminho são um dom do céu para mim. Cada um é talento de Deus para os outros.

É magnífica a nova fórmula do Matrimónio: «Eu te acolho, como meu talento, como o presente mais belo que Deus me ofereceu». Pode dizê-lo o esposo à esposa, o amigo ao amigo: tu és o meu talento! E o meu compromisso será cuidar de ti, ajudar-te a florescer no tempo e na eternidade.

«A essência do amor não está naquilo que é comum, está em obrigar o outro a tornar-se qualquer coisa, a tornar-se infinitamente muito, a tornar-se o melhor daquilo que se pode tornar» (R.M. Rilke).

Ermes Ronchi

 

Falta cumprir-se o Reino.

Falta cumprir-se o Reino. Aquele que um dia foi tão desejado e sonhado. Falta acontecer o Reino que um dia começou a ser costurado por Jesus, o Nazareno. Falta o Reino onde não existem donos mas servidores. Falta o Reino onde os seus limites não são impostos por quem se sente dono da verdade, mas sim por quem adora Deus em espírito e verdade.

Falta cumprir-se o Reino. O Reino onde ninguém se sente condenado por Deus. Falta acontecer o Reino onde todos se sentem impelidos a recomeçar. Falta o Reino onde vale mais a misericórdia do que a lei. Falta o Reino onde a Palavra é capaz de transformar vidas. Falta o Reino onde as pedras se deixam amolecer pela ternura dos gestos de Jesus, O Cristo.

Falta cumprir-se o Reino. O Reino onde a vida se parte e reparte à volta da mesa. Falta acontecer o Reino onde todos se transformam em pão, porque se desgastam através da partilha. Falta o Reino do vinho, o reino onde há vida em abundância. Vida repleta de alegria e de novidade. Falta o Reino do sabor onde todos vivem para dar maior sentido à vida de tantos. Falta o Reino onde as histórias de todos se entrecruzam em procura do maior e melhor acolhimento.

Falta cumprir-se o Reino. O Reino onde conta mais ser do que parecer. Falta acontecer o Reino onde os gestos dão forma e brilho à presença de Deus. Falta o Reino dos que se perdem por entre olhares. Falta o Reino dos que andam com o coração nas mãos. Falta o Reino dos que se reconhecem imperfeitos. Falta o Reino dos que têm sede e, por isso, continuam em caminho, em busca. Falta o Reino dos que escutam as dores, as inquietações e dúvidas.

Falta cumprir-se o Reino. O Reino onde as portas estão escancaradas. O Reino onde todos, todos, todos são convidados a ser o centro. Falta o Reino daquele Nazareno que um dia ousou sonhar numa comunidade de erguidos. Falta um Reino de erguidos, dos que se reconhecem salvos, de si mesmos, por este Jesus. Falta o Reino dos que se deixam animar e alimentar pelo Seu sopro.

Hoje, antes de voltares ao teu quotidiano, questiona-te: com que linhas tenho costurado o Reino de Jesus?

Emanuel António Dias

 

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 Senhor, faz que calmamente eu preencha os meus dias,

tal como o mar lentamente recobre toda a praia.

Faz-me humilde como o mar, quando silencioso e ameno avança sem se fazer notar.

Dá-me a graça de esperar os meus irmãos,

medir os meus passos pelos deles, para com eles subir.

Concede-me a perseverança triunfante das ondas.

Faz que cada um dos meus recuos seja ocasião de subida.

Dá ao meu rosto a claridade das águas límpidas,

à minha alma a brancura da espuma;

Ilumina a minha vida como os raios do Teu Sol fazem cantar o espelho das águas,

Mas sobretudo, Senhor, faz que eu não guarde para mim esta Luz, e que todos os que de mim se aproximem voltem a casa ávidos de se banharem na Tua Graça eterna.

 

(Michel Quoist)


 

 INFORMAÇÕES

 

FESTA DE SANTA CATARINA

TRÍDUO - 21, 22 e 23 de novembro.

                  Dias 21 e 22 - missa às 19 horas.

                  Dia 23 - confissões às 19 horas seguidas de missa.        

 

  DIA 25 - EUCARISTIA DE FESTA às 11 horas seguida de arrematações e procissão.


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Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Pensei

que a liberdade vinha com a idade

depois pensei

que a liberdade vinha com o tempo

depois pensei

que a liberdade vinha com o dinheiro

depois pensei

que a liberdade vinha com o poder

depois percebi

que a liberdade não vem

não é coisa que lhe aconteça

terei sempre de ir eu.

Sónia Balacó

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