Nº 1126

 

Falta cumprir-se o Reino.

Falta cumprir-se o Reino. Aquele que um dia foi tão desejado e sonhado. Falta acontecer o Reino que um dia começou a ser costurado por Jesus, o Nazareno. Falta o Reino onde não existem donos mas servidores. Falta o Reino onde os seus limites não são impostos por quem se sente dono da verdade, mas sim por quem adora Deus em espírito e verdade.

Falta cumprir-se o Reino. O Reino onde ninguém se sente condenado por Deus. Falta acontecer o Reino onde todos se sentem impelidos a recomeçar. Falta o Reino onde vale mais a misericórdia do que a lei. Falta o Reino onde a Palavra é capaz de transformar vidas. Falta o Reino onde as pedras se deixam amolecer pela ternura dos gestos de Jesus, O Cristo.

Falta cumprir-se o Reino. O Reino onde a vida se parte e reparte à volta da mesa. Falta acontecer o Reino onde todos se transformam em pão, porque se desgastam através da partilha. Falta o Reino do vinho, o reino onde há vida em abundância. Vida repleta de alegria e de novidade. Falta o Reino do sabor onde todos vivem para dar maior sentido à vida de tantos. Falta o Reino onde as histórias de todos se entrecruzam em procura do maior e melhor acolhimento.

Falta cumprir-se o Reino. O Reino onde conta mais ser do que parecer. Falta acontecer o Reino onde os gestos dão forma e brilho à presença de Deus. Falta o Reino dos que se perdem por entre olhares. Falta o Reino dos que andam com o coração nas mãos. Falta o Reino dos que se reconhecem imperfeitos. Falta o Reino dos que têm sede e, por isso, continuam em caminho, em busca. Falta o Reino dos que escutam as dores, as inquietações e dúvidas.

 Falta cumprir-se o Reino. O Reino onde as portas estão escancaradas. O Reino onde todos, todos, todos são convidados a ser o centro. Falta o Reino daquele Nazareno que um dia ousou sonhar numa comunidade de erguidos. Falta um Reino de erguidos, dos que se reconhecem salvos, de si mesmos, por este Jesus. Falta o Reino dos que se deixam animar e alimentar pelo Seu sopro.

Hoje, antes de voltares ao teu quotidiano, questiona-te: com que linhas tenho costurado o Reino de Jesus?

Emanuel António Dias

 

MEDITAR

Cristãos sensatos e cristãos néscios

 

Entre os primeiros cristãos havia, sem dúvida, discípulos «bons» e discípulos «maus». No entanto, ao escrever o seu Evangelho, Mateus preocupa-se sobretudo em recordar que, dentro da comunidade cristã, existem discípulos «sensatos» que estão a agir com responsabilidade e discípulos «néscios»» que estão a agir de forma frívola e descuidada. O que significa isto? Para falar deste tema, Mateus recorda duas parábolas de Jesus.

Os sensatos e os néscios

A primeira, narrada no capítulo 7 (Mt 7, 24-27), é muito clara. Há alguns que «ouvem as palavras de Jesus» e as «põem em prática». Levam a sério o Evangelho e o traduzem para a vida. São como o «homem sensato» que constrói sua casa na rocha. É o setor mais responsável: os que vão construindo a sua vida e a da Igreja sobre a verdade de Jesus.

Mas há também os que escutam as palavras de Jesus e «não as põem em prática». São tão «néscios» como o homem que «edifica a sua casa sobre a areia». A sua vida é um absurdo. Se fosse só por eles, o cristianismo seria pura fachada, sem nenhum fundamento real em Jesus.

As sensatas e as néscias

A outra parábola está no capítulo 25 de São Mateus. Neste relato, um grupo de jovens sai, cheias de alegria, a esperar o esposo para o acompanharem à festa de casamento. Desde o início somos advertidos de que algumas são «sensatas» e outras «néscias».

As «sensatas» levam consigo óleo para manter acesas as suas lâmpadas; as «néscias» não pensam em nada disso. O esposo está atrasado, mas chega à meia-noite. As «sensatas» saem com as suas lanternas para iluminar o caminho, acompanham o esposo e «entram com ele» na festa. As «néscias», por seu lado, não sabem como resolver o seu problema: «as suas lâmpadas apagam-se». Assim, não podem acompanhar o esposo. Quando chegam é tarde. A porta está fechada.

Mensagem para nós, hoje

A mensagem é clara e urgente: é uma tolice continuar a ouvir o Evangelho sem fazer um esforço maior para transformá-lo em vida: é construir um cristianismo sobre a areia. E é tolice confessar Jesus Cristo com a vida apagada, vazia do seu espírito e da sua verdade: é esperar Jesus com as «lâmpadas apagadas». Jesus pode demorar, mas não podemos atrasar mais a nossa conversão.

José António Pagola

 

 Que verdade é a tua?

Vivemos num mundo de faz de conta. Aquilo em que acreditamos cai por terra com uma facilidade tremenda. Temos a nossa verdade presa ao peito e andamos com ela remendada pelas mentiras que nos impingem. Pelas desilusões que a ferem. Pelas faltas de amor que reinam neste mundo.

O que ontem acreditávamos ser verdade escorre-nos agora pelas mãos como água de pântano.

Vivemos tempos sérios. Graves. Complicados. O mundo grita e contorce-se numa ferida de guerra, de mentira, de corrupção que nos afeta a todos. Os que nos governam seguem como se pudessem permanecer impunes de todos os crimes. De todas as faltas. Que não nos falta a coragem para ver o que, realmente, existe neste momento.

A inteligência artificial reina autonomamente, sem cara e sem corpo, e entra-nos casa adentro, vida adentro como se tudo o que tivesse existido até aqui não passasse de uma ilusão que se fez, agora, pó.

Que saibamos levantar a cabeça. Os braços. A vida e a cruz que carregamos. Que saibamos dizer que por nós não passarão as mentiras, os dinheiros em bolsos despertencentes, as injustiças e as faltas de liberdade.

A inteligência artificial pode ter estremecido o mundo, mas, a mim, assusta-me. Assusta-me a falta de controlo, de verdade, de humanidade.

Não nos deixemos cair neste processo enorme de desumanização em que nos querem fazer cair. Ainda nos temos uns aos outros. Ainda somos cabeças que pensam e almas que estão mais vivas do que nunca.

Não nos deixemos enredar pelo desconhecido. Continua a ser profundamente importante cultivar a empatia, a solidariedade, a ternura e o amor.

Podem tirar-nos tudo, mas a nossa verdade será sempre aquilo por que vale a pena viver.

Podem levar-nos tudo e desacreditar a nossa fé… mas aquilo que somos será sempre o nosso propósito maior.

Não deixes que te façam esquecer que estás cá para fazer com que tudo fique melhor do que estava até teres cá chegado.

Marta Arrais

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Tu és a minha rocha e a minha âncora.

Em ti estão mergulhadas as minhas raízes.

Em teus mananciais beberemos águas de vida eterna.

Em teus braços, cálidos e poderosos,

dormiremos enquanto durar a tempestade.

Tu encherás de luz os nossos horizontes,

de segurança os nossos passos,

de sentido os nossos dias.

Tu serás o farol e a estrela,

a bússola e a âncora,

durante a travessia da nossa vida.

Ignacio Larrañaga


 

INFORMAÇÕES

 

MISSA NO SANTUÁRIO DA CALDEIRA

No próximo domingo, 19 de novembro, às 16h00 horas.

 

MISSAS DAS ALMAS

De 13 a 17 não haverá a Missa das Almas na paróquia de São Tiago da Ribeira Seca. Serão celebradas no principio de dezembro.

 

CATEQUISTAS

Haverá uma formação doutrinal para catequistas no dia 17 de novembro, pelas 20 horas, no Auditória da Escola da Calheta.


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Nº 1150

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Pensei

que a liberdade vinha com a idade

depois pensei

que a liberdade vinha com o tempo

depois pensei

que a liberdade vinha com o dinheiro

depois pensei

que a liberdade vinha com o poder

depois percebi

que a liberdade não vem

não é coisa que lhe aconteça

terei sempre de ir eu.

Sónia Balacó

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