Nº 475

 

CONVERSÃO

Quaresma, tempo de conversão.
É necessário deixar que a Palavra de Deus seja dentro de nós uma novidade para que haja conversão a sério.
Temos que redescobrir a força da novidade e dinâmica transformadora da Palavra para que haja mudança. Sem ela os ritos e doutrinas continuam com sabor e cheiro a velharias que não transformam nem nos dão a Vida que Jesus nos deixou com a Sua ressurreição. Coisas exteriores que não comprometem.
Conversão é compromisso. É Vida nova.
Às vezes, vamos habituando a nossa vida às nossas próprias fragilidades, arranjamos desculpas no nosso íntimo para sossegarmos o nosso coração inquieto e faminto de amor. Amor a Deus que passa pela compreensão, mãos dadas com os outros. Aqueles que caminham a nosso lado. Tantos que precisam de um sorriso, um olhar meigo, um aperto de mão. Quem sabe até um abraço, ou um beijo que vá ao encontro do coração necessitado de um pouco destas coisas que achamos para ocasiões mais especiais.
Fazemos da conversão uma coisa pesada, envelhecida, triste, acabrunhada. Uma coisa para pessoas que cheiram a orações e sacramentos que não passam à vida e não modificam e estragamos a novidade do evangelho que é Boa Nova, notícia encantadora e transformadora.
Transformamos Cristo num nome muito bonito que se aprendeu, que disse doutrinas que parecem desadequadas ao nosso tempo e mentalidade. Procuramos vesti-l’O de muitas roupas que não são as d’Ele e dar-Lhe uns olhos que não são meigos e nem compreensivos. As Suas Palavras já não são ouvidas porque perdemos a capacidade do amor e da compreensão.
Pois bem, conversão é a capacidade de se encantar e maravilhar diante do bem, da bondade, do amor e a capacidade de se revoltar diante do que é mau, do que magoa e faz os outros infelizes, porque vai contra o coração bondoso de Deus.
Gostava de ver Cristo caminhando por entre esta gente. Iria passar, como naquele tempo, com o máximo de humanidade e bondade, desconsertando toda a gente pelo Seu amor transbordante para todos e sem excepção. Mostrando a Sua extrema confiança em Deus a quem tratava por Papá, Paizinho. Confiando nas pessoas todas, porque a todas trataria com grande amor, bondade e dignidade.
Conversão é aceitar esta dinâmica do amor de Deus que vemos nas palavras, atitudes e vida de Jesus Cristo. É entrar na dinâmica do amor de Cristo e deixar a dinâmica do amor dos homens.
Conversão é mudar para melhor. Os instalados, os poderosos, têm medo das mudanças, da conversão. Na tua fragilidade e pequenez procura a conversão durante esta Quaresma.
Pe. Manuel António
 

I DOMINGO DA QUARESMA

Tema:

No início da nossa caminhada quaresmal, a Palavra de Deus convida-nos à “conversão” – isto é, a recolocar Deus no centro da nossa existência, a aceitar a comunhão com Ele, a escutar as suas propostas, a concretizar no mundo – com fidelidade – os seus projectos.
A primeira leitura afirma que Deus criou o homem para a felicidade e para a vida plena. Quando escutamos as propostas de Deus, conhecemos a vida e a felicidade; mas, sempre que prescindimos de Deus e nos fechamos em nós próprios, inventamos esquemas de egoísmo, de orgulho e de prepotência e construímos caminhos de sofrimento e de morte.
A segunda leitura propõe-nos dois exemplos: Adão e Jesus. Adão representa o homem que escolhe ignorar as propostas de Deus e decidir, por si só, os caminhos da salvação e da vida plena; Jesus é o homem que escolhe viver na obediência às propostas de Deus e que vive na obediência aos projectos do Pai. O esquema de Adão gera egoísmo, sofrimento e morte; o esquema de Jesus gera vida plena e definitiva.
O Evangelho apresenta, de forma mais clara, o exemplo de Jesus. Ele recusou – de forma absoluta – uma vida vivida à margem de Deus e dos seus projectos. A Palavra de Deus garante que, na perspectiva cristã, uma vida que ignora os projectos do Pai e aposta em esquemas de realização pessoal é uma vida perdida e sem sentido; e que toda a tentação de ignorar Deus e as suas propostas é uma tentação diabólica e que o cristão deve, firmemente, rejeitar.
(Dehonianos)
 

MEDITAR

 

VERDADE E SANTIDADE

«A verdade nada deve à suposta grandeza das nossas fortunas ou dos nossos espíritos.
A verdade alberga a sua luz em si mesma e não naquele que a diz.
Não é grande, quando o é, senão pela sua proximidade com a vida pobre e fraca...
A verdade nunca é tão grande como na humilhação daquele que a anuncia. (...)
 
De resto, não há santos.
Só há santidade.
A santidade é o júbilo. Ela é o fundo de tudo.
A maternidade é a fadiga superada,
a morte tragada sem a qual nenhuma alegria viria.
Dizer de alguém que é santo, é simplesmente dizer que ele se revelou,
pela sua vida,
um maravilhoso condutor de júbilo - tal como se diz de um metal que é bom condutor
quando deixa passar o calor sem perda ou quase,
tal como se diz de uma mãe que é uma boa mãe quando deixa a fadiga devorá-la,
sem sobras ou quase.»
Christian Bobin
 

CONTO (343)

OLHOS PARA VER

Um homem foi ter com um oculista muito preocupado porque não via nada de um dos olhos.
O especialista perguntou:
- Quando nota que não pode ver?
O homem respondeu:
- Quando quero ver a Deus.
- Já percebi.
Depois de algumas análises, o prognóstico era claro. Tinha cegado o olho do coração. E assim lho comunicou. Depois de breve silêncio, o homem perguntou:
- Senhor doutor. Esse mal tem cura ou ficarei cego para sempre?
O médico com voz tranquilizadora, respondeu:
- Claro que tem cura. Mas tudo dependerá de si, se for fiel ao tratamento.
O homem intrigado, voltou a perguntar:
- E que sintomas são esses?
- Pois o facto de que o senhor quer ver a Deus demonstra que o seu coração não está cego de todo. É um sintoma que dá esperança.
- E qual é esse tratamento?
- Terá que seguir uma rigorosa dieta. O seu coração deverá desapegar-se de toda a superficialidade consumista que oculta o rosto de Deus no seu interior, e ocupar-se unicamente daquilo que é essencial na vida.
in, ALEGRE MANHÃ de Pedrosa Ferreira
 
 
 

 

SABER QUE SE É AMADO
«Pensar que Deus nos condena é um dos maiores obstáculos à fé. (...)
Se soubéssemos até que ponto certas crianças precisam que olhemos para elas com confiança para que possam reencontrar a alegria de viver…
No coração de uma criança, saber que se é amado com ternura, que se é perdoado, pode ser fonte de paz para toda a vida.»
 
Irmão Roger de Taizé

 

INFORMAÇÕES

BEATIFICAÇÃO DE JOÃO PAULO II

No dia 1 de Maio deste ano, será beatificado João Paulo II.
Foi escolhido este Domingo por ser o Domingo da Divina Misericórdia que ele mesmo determinou que assim se chamasse e, curiosamente, faleceu na véspera do mesmo Domingo.
João Paulo II é uma figura muito acarinhada por todos, mesmo por muitos que dizem não ter fé e de outros que professam outras religiões. Por isso, podemos dizer que é um dia grande para toda a humanidade. É como que uma homenagem a alguém que teve muita influência na História da humanidade mais recente.
Para a preparação deste dia na nossa ilha de São Jorge, vai ser feita uma acção de sensibilização nas eucaristias dos próximos Domingos com o seguinte calendário:
Dia 13 de Março em Rosais, Santo Amaro e Boa Hora
Dia 20 de Março em Manadas, Biscoitos e Ribeira Seca
Dia 3 de Abril em Norte Grande, Norte Pequeno e Calheta
Dia 1 de Maio em Santo António, Beira e Urzelina

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Nº 1148

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

A alegria e a surpresa andam de mãos dadas.

Isso revela-se sempre que conseguimos reagir com criatividade

às coisas inesperadas que fazem mudar

os nossos planos e, mesmo assim,

sentimos que tudo continua bem.


Por vezes, a alegria surpreende-nos.
Apanha-nos totalmente desprevenidos.
O importante é deixarmos que ela tome
conta de nós e continuarmos recetivos
à surpresa divina.

Anselm Grün, in Em cada dia... um caminho para a felicidade

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