Nº 1124

 

Dia de todos!

Na próxima semana somos convidados, através da Solenidade de Todos os Santos e da Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, a refletir sobre a vida, a morte e a santidade. São dias onde o desconhecido preenche os nossos pensamentos, uma vez que nos debruçamos sobre o mistério da vida e da morte, mas também sobre a possibilidade de tantos e tantas que, não sendo reconhecidos como santos e santas pela Igreja, viveram a santidade com tudo o que foram e fizeram.

Solenidade de Todos os Santos. A liturgia dedica este dia para que possamos não só recordar todos aqueles e aquelas que reconhecemos como santos e santas, mas permite-nos, acima de tudo, relembrar que a santidade pode habitar o ordinário. Este dia recorda-nos que a santidade é coisa de se exercer no nosso quotidiano. Por isso, se tudo o que vivemos, somos e fazemos, durante os dias da nossa vida, são reflexo de santidade, quantos é que não devem ser recordados neste dia?

Se comemoramos o dia de todos, então este é o dia dos que salvam com o sorriso. É o dia dos que erguem com os seus abraços e que dão o seu corpo em favor de tantas causas. Se hoje é o dia de todos, então este é o dia dos que dão o seu tempo e dos que alimentam e ajudam no silêncio das suas vidas.

Se comemoramos o dia de todos, então entram todos os que salvam o mundo sem darmos conta. Sem nos apercebermos do quão grande são os seus pequenos gestos. Se comemoramos o dia de todos, então este é o dia em que recordamos todos os nomes. Todas as crenças.

E, no dia seguinte, recordamos os que habitaram as nossas vidas. Não que o façamos só neste dia, mas porque o ritual nos ajuda a aprofundar ainda mais o mistério da vida e da morte. As cerimónias e a romagem aos cemitérios dão corpo e consciencializam-nos para a nossa fragilidade. É no ritual que recordamos, de forma intensa, os olhares, os sorrisos, as lágrimas, as histórias e as palavras dos nossos mais que tudo. É o dia onde as gargalhadas e o choro se cruzam. É o dia onde a esperança e a dúvida se tocam. É o dia onde a fé e o ateísmo andam de mãos dadas. Sim, porque com a morte a nossa vida expande-se ao ponto de já não nos conseguirmos situar entre o preto e o branco.

Este é o dia onde recordamos aqueles que amorosamente fazem parte do que somos. É o dia das pessoas que amamos e que farão para sempre eco no nosso coração. Este é o dia em que saboreamos a certeza de que na morte e na ausência, vence o amor. E onde há amor, há sempre vida!

 Nos próximos dias somos convidados, de forma mais profunda, a refletir sobre o que somos, sobre o que fazemos e sobre o sentido da vida, por isso aproveitemos este tempo não para o tornar num ritual vazio ou num tempo de mero descanso, mas para abraçarmos as nossas feridas, a nossa saudade e as nossas perguntas!

Emanuel António Dias (Adaptado)

 

MEDITAR

Amor, palavra-chave do Evangelho

 

«Jesus disse-lhe: “Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”» (de Mateus 22, 34-40).

Mestre, qual é o maior dos mandamentos? O mandamento-fonte, a palavra-fonte, a lei que unifica e dá sentido às outras, de maneira que possamos também nós simplificar a vida, ir direto ao essencial? Pergunta séria, a que Jesus responde, mas, como é seu hábito, libertando dos esquemas, propondo uma palavra que não está entre as Dez Palavras.

Começa com um verbo, amarás, no futuro, a indicar que o amor é o futuro do mundo, que sem amor não há futuro: amai-vos, de outra maneira sereis destruídos. O Evangelho está todo aqui. Amarás para sarar a vida e fazê-la feliz, porque a balança na qual se pesa a bem-aventurança desta vida é dar e receber amor.

Não amar é apenas um lento morrer. Morre lentamente quem não ama, quem não estremece por uma pessoa, daquele amor que volta a limpar os olhos, que «faz ver as pessoas como as vê a divindade, que move o sol e as outras estrelas e move tudo em nós» (M. Gualteri), que escava pedras para construir casas, que faz nascer abraços para nos encontrar inteiros, que faz surgir arcos-íris que apontam o caminho.

Amarás Deus com todo o coração. Alguém propôs outra tradução: amarás Deus com todos os teus corações. Como que a dizer: com o teu coração de luz e também com o coração de sombra; com o coração que acredita e também com o coração que duvida; quando resplandece o sol e quando escurece; de olhos fechados quando tens medo, e até com as lágrimas.

Amá-lo-ás como podes, o melhor que podes, com o que tens, mesmo quando ficas sem fôlego. Mas com toda a tua alma, ou seja, com a tua vida toda inteira. Com toda a tua mente. Deve ser amor inteligente: por isso conhece-o, lê, fala dele, vai ao fundo. Escreve uma prece, uma canção, uma poesia de amor ao teu Amor… Amarás com tudo. Se fizeres entrar uma pessoa na tua vida, não podes ser avaro de ti, serás generoso de bons sentimentos.

Mas com isto, o que Jesus disse de novo? No fundo são as palavras que repetem os místicos, os buscadores de Deus de todas as religiões. A novidade de Jesus está em acrescentar um segundo mandamento, semelhante ao primeiro… O génio do cristianismo: “amarás o ser humano” é semelhante a “amarás Deus”. O próximo é semelhante a Deus. O próximo tem rosto e voz, tem coração e beleza, semelhante a Deus.

 

Ermes Ronchi (Adaptado)

 

ORAÇÃO

Senhor nosso Deus,

Envia-nos o Espírito de fortaleza

Que afaste do coração de todos o medo que paralisa:

O medo de escutar a Palavra que desinstala;

O medo de ser chamado a dar passos novos e exigentes;

O medo de caminhar juntos, com os que pensam diferente.

 

Senhor Jesus Cristo,

Envia-nos o Espírito de discernimento

Que torne o coração capaz de se decidir pela vontade de Deus:

Os jovens arrisquem com generosidade a dar a vida pelos irmãos;

Os seminaristas amadureçam em humanidade, compaixão e serviço;

Os cristãos conheçam e amem os Seminários e deles cuidem.

 

Vem, Espírito Santo,

E dá-nos pescadores de Homens:

Que lancem a rede do Evangelho, sem apontar nem acusar ninguém;

Que levem às pessoas a proposta de vida de Jesus;

Que convidem todos para a festa do banquete do Senhor;

Que levem a proximidade do Pai às situações de precariedade e pobreza;

Que espalhem o amor de Cristo onde a família é frágil e as relações estão feridas;

Que sejam presença feliz de Jesus Servo e Pastor.

 

Virgem Maria, nossa mãe,

Ensina todos os seminaristas a responder com confiança e abandono,

E intercede pelos jovens tocados pela Jornada Mundial de Juventude

Para que respondam com generosidade, radicalidade e sem medo.

Ámen.

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 “O homem que não tem vida interior é escravo do que o cerca.”

Henri-Frédéric Amiel, in Diário Íntimo


 

INFORMAÇÕES

 

MÊS DAS ALMAS NA RIBEIRA SECA

Durante o mês de novembro, também chamado “Mês das Almas”, haverá missa na Ribeira Seca, de segunda a sexta-feira, às 7h45.

O peditório para as “Missas das Almas” será feito nos moldes dos anos anteriores.

 

LIGA PORTUGUESA CONTRA O CANCRO

No âmbito da Estratégia de Educação para a Cidadania de Escola, a turma do 11.º A, da Escola Básica e Secundária da Calheta, participará no peditório de rua da Liga Portuguesa Contra o Cancro. A iniciativa decorre a nível nacional de um a cinco de novembro, sendo que os alunos, devidamente identificados com o colete da instituição e com os cofres lacrados com o símbolo da LPCC, farão o peditório na zona da Fajã Grande, na tarde do dia 3 de novembro.

Ajude-nos a ajudar!


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Nº 1150

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Pensei

que a liberdade vinha com a idade

depois pensei

que a liberdade vinha com o tempo

depois pensei

que a liberdade vinha com o dinheiro

depois pensei

que a liberdade vinha com o poder

depois percebi

que a liberdade não vem

não é coisa que lhe aconteça

terei sempre de ir eu.

Sónia Balacó

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