Nº 1115

 Existes por um amor e por uma razão

Andamos perdidos no meio de tantas coisas para fazer, pedidos sempre urgentes que nos fazem viver como se o mundo todo dependesse das nossas reações. Ora, nem o mundo depende de nós, nem nós nos devemos deixar cair na tentação de tentar cuidar de tudo e de todos. Mais do que reagir, o que importa é agir.

Se deixamos que os barulhos e os tumultos nos distraiam, nunca chegaremos a dar atenção ao que é mais valioso e costuma ser tão silencioso e calmo que acaba por nunca nos exigir nada, deixando-se adiar. O problema é que entre o urgente e o importante, raras são as vezes em que não nos traímos, escutando mais os gritos do imediato, do que a voz terna e suave da verdade mais profunda.

A paz da nossa vida depende muito de aceitarmos que as nossas forças, o nosso tempo e os nossos talentos não são suficientes para tudo aquilo que os nossos sonhos e desejos nos convidam.  

Quantas vezes perdemos o nosso precioso tempo a tentar o que é impossível, deixando para trás outras tarefas que são essenciais e indispensáveis?

O sim define-nos, o não também. A vida é feita de escolhas e um sim implica sempre uma quantidade imensa de nãos. Seguir um caminho implica escolher abandonar todos os outros. Não há integridade, nem honestidade, em alguém que anda dividido entre vários caminhos. 

Pensa bem no que queres ser. Pensa em tudo o que pode acontecer e vai escolhendo, desde já o que farás face a cada cenário. Planeia tudo com cuidado, mas sê humilde e nunca julgues que és capaz de prever tudo, mas quanto mais decidires com cuidado e calma, menos terás de te preocupar quando estiveres no meio da guerra. 

Claro que o mais importante é que te levantes e que comeces a trabalhar. Saindo da tua própria cabeça e de todos os seus monólogos interiores.

Face a alguém que sabe o que faz e se empenha em concretizar o que está ao seu alcance, os outros não só percebem de imediato que estão perante alguém diferente e importante, como se hão de sentir inspirados a fazer algo semelhante.

Atenção: O importante, na realidade, nem sempre é o que é importante para ti.

José Luís Nunes Martins

 

MEDITAR

A pergunta com a qual Jesus nos lança um anzol

Todos os anos, no final do verão, a liturgia repropõe a bela pergunta de Jesus, todos os anos com um evangelista diferente: quem dizeis vós que Eu sou? Começa com um “mas”, uma adversativa, quase em oposição ao que se diz, porque não se acredita por boato, nem por tradição, nem por alinhar com a maioria.

Como um anzol (a forma do ponto de interrogação lembra a de um anzol), que desce em nós para apanhar a verdadeira resposta: mas vós, vós os dos barcos abandonados, vós que há anos caminhais comigo, vós amigos que escolhi um por um, o que sou para vós? Jesus não procura palavras, procura relações (eu por ti); não quer definições exatas, mas envolvimentos: o que aconteceu contigo quando me conheceste o? A Sua pergunta assemelha-se à dos enamorados: quanto conto para ti? Que lugar tenho, que importância tenho na Sua vida?

Jesus não precisa da resposta dos doze, nem da minha, para saber se é melhor do que os outros profetas, mas para saber se estou apaixonado, se abri o coração. Cristo não está nas minhas palavras, mas no que dele arde em mim. O nosso coração pode ser o berço ou o túmulo de Deus. A resposta de Pedro tem dois momentos: És o Messias, és a mão de Deus, o Seu carinho, o Seu projeto de liberdade. Em seguida, acrescenta: És o filho do Deus vivo. Aquele que dá vida à vida, milagre que a faz florescer, ventre grávido, fonte da qual jorra a vida poderosa, inesgotável e ilimitada.

Bendito sejas, Simão, pedra ... Pedro, decifrando a sacralidade de Jesus, explorou algo dela própria. Também o experimentei: cada vez que me aproximava dele, parava e orava de verdade, descobria alguma coisa sobre mim; Entendi melhor quem sou e o que vim fazer aqui. Talvez seja uma pequena pedra? Certamente não uma pedra de moinho, mas apenas uma pequena pedra. No entanto, para ele, nenhuma pequena pedra é inútil.

O que vão ligar, o que vão desligar ... Não se trata do poder de absolver ou excomungar as pessoas, mas a revelação que o céu e a terra se abraçam em nós. Jesus não veio para instaurar outros poderes, mas transformou o sistema do poder em serviço. Não nos traz um poder, mas uma possibilidade: de se tornar uma presença transfigurante mesmo nas experiências mais baixas, mais impuras, mais alteradas do homem.

Fazendo coisas que só Deus sabe fazer: perdoar os inimigos, transfigurar a dor, identificar-se com o próximo, viver uma vida doada, gestos que têm dentro de si a eternidade. Um poder transfigurante que traz Deus ao mundo, e o mundo a Deus, que pode fazer de cada um de nós uma pequena pedra sobre a qual edificar uma porção do novo mundo.

Ermes Ronchi

 

 A paz de um sorriso

A paz de um sorriso que acontece sempre no momento certo.

A paz de um sorriso de quem te quer bem. A paz de um sorriso de alguém que não conheces, mas que te olha e sorri. A paz de um sorriso teu.

A paz de um sorriso que chega e que te abraça o coração. Que te envolve a alma.

A paz de um sorriso que te abriga do mundo. A paz de um sorriso que é lugar disso mesmo: de paz. Que te serena. Que te ajuda a (re)pousar. A paz de um sorriso que surge como balão de oxigénio. Que te ajuda a respirar.

A paz de um sorriso que te conforta, como que a dar-te a mão. A paz de um sorriso que é colo nos dias duros. Que te ampara. A paz de um sorriso que te faz sentir que vai ficar tudo bem.

A paz de um sorriso que te faz sorrir de volta. A paz de um sorriso que te enternece. Que te dá vida. A paz de um sorriso que é a parte mais bonita do teu dia. Que torna o teu mundo melhor.

A paz de um sorriso que te toca a alma, que te vê de verdade. A paz de um sorriso que, ao longe ou de perto, diz tudo. Sem ser preciso dizer. A paz de um sorriso que é feito de sentir. E de tanto sentido.

A paz de um sorriso que é sol nos dias cinzentos, luz na escuridão, paz na tempestade. A paz de um sorriso que te mostra o lado mais bonito da vida. De tudo. A paz de um sorriso que te faz acreditar.

A paz de um sorriso que muda tudo. Que faz milagres acontecer. A paz de um sorriso que te cura. Que te salva.

A paz de um sorriso que te faz parar e recordar o essencial. O mais importante. A paz de um sorriso que te recorda a beleza e o valor das coisas simples. Das coisas mais bonitas: as coisas do coração.

A paz de um sorriso que te sorri com o coração. A paz de um sorriso em forma de amor. A paz de um sorriso que se tatua em ti para sempre.

A paz de um sorriso. Que pode até nem parecer nada. Mas que, sendo apenas a paz de um sorriso, pode ser tanto. Pode ser tudo.

Daniela Barreira

  

PENSAMENTO DA SEMANA

 O sorriso é algo sagrado
como tudo o que responde com uma resposta
maior do que a questão.
Eu que sou um obstinado da solidão
Digo que o mais maravilhoso de tudo é o sorriso.
Este é uma das maiores subtilezas humanas.

 Christian Bobin


 

INFORMAÇÕES

 FESTA DE SANTO CRISTO DA CALDEIRA

De 28 de agosto a 2 de setembro - confissões e terço às 20h00, Missa às 20h30.

O dia 31 de agosto será dedicado a Nossa Senhora. Procissão de velas depois da missa.

No dia 1 de setembro haverá Exposição do Santíssimo às 19h30.

Dia 2 de setembro: Almoço de “sopas do Espírito Santos às 12 horas.

Dia 3 de setembro: 09h00 - Eucaristia.

                                     11h00 - Eucaristia de Festa seguida de  arrematações e procissão.


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Nº 1150

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Pensei

que a liberdade vinha com a idade

depois pensei

que a liberdade vinha com o tempo

depois pensei

que a liberdade vinha com o dinheiro

depois pensei

que a liberdade vinha com o poder

depois percebi

que a liberdade não vem

não é coisa que lhe aconteça

terei sempre de ir eu.

Sónia Balacó

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