Nº 1108
Férias, sair ao encontro da natureza, das pessoas, de Deus
As belezas naturais extraordinárias mostram como também a contemplação da natureza pode ser um maravilhoso recurso para chegar a Deus.
Passar o tempo livre na beleza da natureza constitui uma atividade extraordinariamente importante não só para o prazer e o gosto pela desintoxicação dos tradicionais ritmos diários, ou realizar e valorizar a componente humana do descanso, mas também porque permite ver no rosto as pessoas que fazem parte da nossa vida com um olhar mais autêntico, como só no tempo livre se pode ter.
O tempo livre, o desporto e o contacto com a natureza podem valorizar as relações humanas e o estar juntos em família, sobretudo quando nela se vive a experiência da fragilidade e da desagregação, com a necessidade de um período de acalmia para recuperar a dignidade das relações.
Estar juntos no “santuário da natureza” permite uma agradável comunhão das pessoas entre elas e a procura da verdade de Deus, através da beleza contemplativa que podemos aprender a associar aos itinerários espirituais.
Através das férias serão regeneradas as relações se se souber partilhar o bem do repouso, evitando enclausurá-lo no egoístico abandono da realidade, a favor de uma procura vazia de si próprio.
As férias são um bem comum, e, por este motivo, devemos aprender a ser solidários no reconhecimento da importância do repouso para todas as famílias, e ajudar aquelas que não têm a possibilidade de descansar, através da hospitalidade e o incentivo gratuito da partilha para o conhecimento e compreensão mútuos.
Um dos significados autênticos do turismo é conhecer e compreender o ambiente em que vivemos e que está à nossa volta, porque só assim poderemos recuperar um olhar novo e límpido sobre a realidade, muitas vezes desatento.
Também através das riquezas da arte, especialmente sacra, é possível olhar para a história e descobrir o quanto a procura da beleza como expressão da fé e genuíno humanismo conferiu qualidade de vida boa à existência humana.
Que neste tempo de férias se possam recuperar momentos preciosos para olhar para si próprio e para os outros, redescobrir Cristo, caminho de salvação, e experimentar mais vivamente o sentido do estar juntos em família.
A partir de um texto de D. Cesare Nosiglia, arcebispo de Turim
MEDITAR
Quem dá com o coração, enriquece a vida
Quem ama pai ou mãe, filho ou filha mais do que a mim, não é digno de mim (cf. Mateus 10,37-42). Uma exigência que parece desumana, a chocar com a beleza e a força dos afetos, que são a primeira felicidade desta vida, a coisa mais próxima do absoluto, nesta Terra entre nós.
Jesus nunca ilude, quer respostas meditadas, amadurecidas e livres. Não ensina nem o desamor, nem uma nova hierarquia de emoções. Não subtrai amores ao coração esfomeado do ser humano, em vez disso acrescenta um “mais”, não limitação, mas potenciamento. Alimenta-nos de desconfinamentos. Como se dissesse: tu sabes quanto é belo dar e receber amor, quanto contam os afetos dos teus queridos para poderes estar bem – mas Eu posso oferecer-se algo de ainda mais belo.
Recorda-nos que para criar a nova arquitetura do mundo é precisa uma paixão forte pelo menos quanto a da família. Está em jogo a humanidade nova. E assim foi desde o princípio: por isso o homem deixará o seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher. Abandono para a fecundidade. Pai e mãe deixados para uma outra existência, é a lei da vida que cresce, multiplica e nada detém.
Segunda exigência: quem não toma a sua cruz, não me segue. Antes de tudo, não identifiquemos, não confundamos cruz com sofrimento. Jesus não quer que passemos a vida a sofrer, não deseja crucifixos no seu séquito: homens, mulheres, crianças, idosos, todos pregados às suas cruzes. Quer que sigamos os seus passos, andando como Ele de casa em casa, de rosto em rosto, de acolhimento em acolhimento, tocando as chagas e partindo o pão. Gente que saiba querer bem, sem meias medidas, sem cálculos, até ao fundo.
Quem perde a sua vida, encontra-a. Jogo verbal entre perder e encontrar, um paradoxo vital que está seis vezes na boca de Jesus. Entendamos: perder não significa deixar-se escapar a vida ou extraviar-se, mas dar vida, ativamente. Como se faz com um presente, com um tesouro gasto gota a gota.
No fim, a nossa vida é rica só daquilo que demos a alguém. Por muito pouco que seja: quem tiver dado só um copo de água fresca, não perderá a recompensa. Qual? Deus não recompensa com coisas. Deus não pode dar nada de menos do que si próprio. A recompensa é Ele.
Um copo de água, um nada que até o mais pobre pode oferecer. Mas há um golpe de asa próprio de Jesus: a água que dás deve ser a melhor que tens, quase como que uma água afetuosa, tendo em si o eco do coração. Dar a vida, dar um copo de água fresca, sintetiza a extraordinária pedagogia de Cristo. O Evangelho está na cruz, mas todo o Evangelho está também num copo de água fresca. Que tem dentro o coração.
Ermes Ronchi
Ser padrinho de alguém é dizê-lo com a vida
Qual é o papel do padrinho ou da madrinha? Para que serve?
Ser madrinha ou padrinho é uma responsabilidade única e delicada; é a responsabilidade pelo caminho de fé dos afilhados. Antes de tudo, não é um papel, mas um serviço ao seu crescimento como ser humano e como cristão.
Não é tanto sobre pensar no que fazer, mas como ser, ou quem ser. A madrinha ou o padrinho devem ser antes de tudo, testemunhas da vida evangélica, da beleza de ser cristão. Isso não se aprende nos livros, mas vive-se porque se quer e se acredita. Porque para nós, uma vida acompanhada por Deus é uma vida de verdadeira felicidade.
Precisamos cada vez mais de testemunhas da fé, seres humanos apaixonados, felizes por serem cristãos, capazes de dizê-lo com a vida, com os seus dons e os seus limites, com os seus sucessos e com os seus fracassos.
A docilidade que Deus opera nos corações deve resplandecer na vida de cada madrinha e de cada padrinho. Por isso é que o serviço destes dura toda a vida dos afilhados, mesmo quando estes se afastam da fé ou fazem escolhas contrárias a ela.
Todas as ações que ajudam a formar a identidade crente: acompanhar, apoiar, guardar e formar.
Paulo Victória (adaptado)
PENSAMENTO DA SEMANA
A vida é mais que uma carreira,
viver é mais que existir
e o amor vale mais do que o sucesso.
Porque tenha a certeza absoluta
que a Plenitude da Vida é o Regaço de Deus,
onde ninguém vale pelo que tem,
pelo que sabe ou pelo que manda.
No regaço de Deus cada um é aquilo que ama!
Rui Santiago Cssr
INFORMAÇÕES
ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO
BISCOITOS - terça-feira, 4 de julho, entre as 17 horas e as 18 horas
MANADAS - quinta-feira, 6 de julho, entre as 10 horas e as 11 horas
.
RIBEIRA SECA - sexta-feira, 7 de julho, entre as 17 horas e as 18 horas.
FESTA DE NOSSA SENHORA DO CARMO NA FAJÃ DOS VIMES
No dia 7 de julho tem início o Novenário de Nossa Senhora do Carmo na Fajã dos Vimes. A Eucaristia será todos os dias às 19 horas.
A Missa de Festa do dia 16 de julho, virá no próximo Boletim.
Faça download desta Carta Familiar em formato PDF: Nº 1108
Agenda Pastoral
Destaque
Mais Recente Carta Familiar em PDF!
Nº 1173Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
SEJA FEITA A TUA BONDADE!
"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)
Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.
Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.
Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"
Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.
À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:
Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!
Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)
"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)
Eneida Costa
Os nossos Links
Ouvidoria de São JorgeFAJÃS Grupo de Jovens
Cartas Familiares Anteriores
Visitas
Ver Estatísticas