nº 1106

 

CUIDEMOS UNS DOS OUTROS

 

"O cuidado é algo mais que um ato ou uma virtude entre outras; ele se encontra na raiz primeira do ser humano, é um “modo-de-ser essencial” do ser humano.

É o cuidado que nos faz sensíveis e nos compromete com quem está à nossa volta.

É o cuidado que nos une às criaturas e nos envolve com as pessoas.

É o cuidado que desperta encantamento face à grandeza do firmamento, suscita veneração diante da complexidade da Mãe-Terra e alimenta enternecimento face à fragilidade de um recém-nascido.

Pelo cuidado, o ser humano se religa ao mundo afetivamente, responsabilizando-se por ele.

Jesus de Nazaré foi aquele que mais encarnou o “modo-de-ser-cuidado”.

Revelou à humanidade o “Deus-Cuidado”, experimentando-o como Pai/Mãe que cuida de cada um(a) de seus(suas) filhos(as), do alimento dos pássaros, do sol e da chuva para todos.

Jesus resgatou a centralidade do cuidado e da ternura para com todas as manifestações da vida. Ele mostrou cuidado especial com os pobres, os famintos, os discriminados e os doentes.

Pelo cuidado, Jesus maravilhou-se diante do milagre da vida e solidarizou-se com os humanos fragilizados e excluídos. As parábolas do bom samaritano, que mostra a compaixão pelo caído na estrada, a do filho pródigo acolhido e perdoado pelo pai, e, sobretudo, a do Bom Pastor, são expressões exemplares de cuidado e de plena humanidade.

Cuidar é dar atenção com ternura, isto é, descentrar-nos de nós mesmos e sair em direção ao outro, sentir o outro como outro, participando da sua existência...

É a partir do cuidado que colocamos limite a toda voracidade neurótica de ter e poder; a partir do cuidado acontece a passagem da lógica da conquista para a lógica da gratuidade, da imposição para a interação-comunhão, da exploração para a sintonia-cordialidade, do poder-produção para a atenção-respeitosa.

O amor é a expressão mais alta do cuidado, porque tudo o que amamos também cuidamos. E tudo o que cuidamos é um sinal de que também amamos."

P. Adroaldo Palaoro, s.j., adaptado

 

MEDITAR

Vê-os como ovelhas sem pastor

Os discípulos, enviados por Jesus para anunciar o Seu Evangelho, voltam entusiasmados. Falta-lhes tempo para contar ao seu Mestre tudo o que fizeram e ensinaram. Pelo que parece, Jesus quer escutá-los com calma e convida-os a retirar-se “a sós para um sítio tranquilo para descansar um pouco”.

As pessoas alteram todo o plano. De todas as aldeias correm a procurá-Lo. Já não é possível aquela reunião tranquila que tinha projetado Jesus a sós com os Seus discípulos mais próximos. Quando chegam ao lugar, a multidão invadiu tudo. Como reagirá Jesus?

O evangelista descreve com detalhe a Sua atitude. Jesus nunca fica incomodado pelas pessoas. Fixa o seu olhar na multidão. Sabe olhar, não só às pessoas concretas e próximas, mas também a essa massa de gente formada por homens e mulheres sem voz, sem rosto e sem importância especial. No imediato desperta Nele a compaixão. Não o pode evitar. “Teve lástima deles”. Ele leva-os todos muito dentro do Seu coração.

Nunca os abandonará. “Vê-os como ovelhas sem pastor”: pessoas sem guias para descobrir o caminho, sem profetas para escutar a voz de Deus. Por isso, “começou a ensina-lhes com calma”, dedicando-lhes tempo e atenção para alimentá-los com a sua Palavra curadora.

Um dia teremos que rever ante Jesus, nosso único Senhor, como olhamos e tratamos essas multidões que se estão afastando pouco a pouco da Igreja, talvez porque não escutam entre nós o Seu Evangelho e porque já não lhes diz nada os nossos discursos, comunicados e declarações.

Pessoas simples e boas que estamos a dececionar porque não veem em nós a compaixão de Jesus. Crentes que não sabem a quem acudir nem que caminhos seguir para encontrar-se com um Deus mais humano que o que se apercebem entre nós. Cristãos que se calam porque sabem que a sua palavra não será tida em conta por ninguém importante na Igreja.

Um dia o rosto desta Igreja mudará. Aprenderá a atuar com mais compaixão; esquecerá os seus próprios discursos e escutará o sofrimento das pessoas. Jesus tem força para transformar os nossos corações e renovar as nossas comunidades.

José  António Pagola

 

Não prometas o bem. Faz

 Se procuras a verdadeira alegria, então trata de a semear naqueles que estão à tua volta, a começar pelos mais próximos. É impossível alcançares a felicidade para ti, porque ela só te pode chegar através de outra pessoa.

 Tal como qualquer árvore de fruto, também tu não te preocupes em distinguir entre aqueles a quem te podes dar. Mesmo que haja quem julgues que não merece… não julgues e dá-te. Se houver algum mal nessa pessoa, tal não te contaminará.

 Promover o bem de alguém é criar condições para que seja quem é, tal como fazer-lhe mal é diminuí-lo ou aniquilá-lo. Por isso, uma das formas mais nobres de fazer o bem é combater o mal!

 É de grande valor a existência capaz de ver em si todo o bem que tem. A maior parte das pessoas só depois de o perder tem consciência do quanto iluminava a sua vida.

 Alguns, tão escuras são as trevas do inferno em que vivem, que sentem o bem que lhes é feito como algo que os importuna e desrespeita… A solução que veem para o mundo é a de que o mal se espalhe por todo o lado em vez de abrirem a sua vida ao bem que, por mais que pareça tardar, vence sempre. Sempre. Cuida de te preparares porque, por maiores que sejam os bens que faças, não terás as respostas que mereces. Serás mal interpretado, poucos te agradecerão e alguns até te hão de tentar atingir nos dentes. Mas a verdade é que nunca foi grande herói aquele que só fez o bem a quem lho fazia também.

 Faz o bem que tens a fazer, apesar de tudo.

 Sem promessas, apenas como um compromisso de ti para contigo!

 

José Luís Nunes Martins

 

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Calhou-nos em sorte sermos únicos. Não é só a Vida cheia de surpresas! Também nós somos uma surpresa para ela. E em cada partida que ela faz, há um começo para nós fazermos.

Pouco vale quem tudo pode.

Pouco faz quem de tudo é capaz.

Pouco ensina quem tudo sabe.

Pouco dá quem tudo consegue.

A omnipotência é um mito que nos faz mal todos os dias.

Rui Santiago Cssr


 

INFORMAÇÕES

 

ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO

MANADAS - quinta-feira, 22 de junho, entre as 10 e as 11 horas seguida de missa. 

RIBEIRA SECA - sexta-feira, 23 de junho, entre as 17 horas e as 18 horas.  

 

FESTA DO CRUZEIRO NA CALHETA

Tríduo de preparação nos dias 21, 22 e 23 de junho às 19 horas, com missa.

A festa será no dia 25 de junho, com missa às 11h00 horas e procissão de velas às 21 horas.

 

FESTA DE SÃO JOÃO NAS VELAS

Procissão às 19 horas seguida de Missa.


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Nº 1150

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Pensei

que a liberdade vinha com a idade

depois pensei

que a liberdade vinha com o tempo

depois pensei

que a liberdade vinha com o dinheiro

depois pensei

que a liberdade vinha com o poder

depois percebi

que a liberdade não vem

não é coisa que lhe aconteça

terei sempre de ir eu.

Sónia Balacó

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