Nº 1104
MINHA FÉ, MINHA ESPERANÇA
Acredito que a Vida está cheia de Sentido.
Acredito que não há nenhuma experiência que seja capaz de apagar aquilo que foi construído com Amor.
Acredito que de cada vez que uma Pessoa Humana diz a outra “Amo-te”, está a fazer-lhe uma Declaração de Eternidade, está a dizer-lhe: “Nunca morrerás! Viverás para sempre!”
Acredito na Esperança e na grandeza do Coração Humano sobre o medo e na vitória do Amor Humano sobre a morte.
Acredito num Deus-Connosco, um Deus Pessoal que a cada um de nós conhece pelo próprio Nome, que a cada um beija as feridas e as dores de ser gente, que com cada um se compromete na medida inesgotável da Sua Ternura e Fidelidade.
Acredito num Deus Vivo e Deus de Vivos em quem todos estão Vivos e Transfigurados por um Amor maior do que seriam capazes de dar e por uma Vida maior do que seriam capazes de construir.
Acredito num Deus que ama como um Pai Bom, cuida como uma Mãe Fiel e Se revelou a nós na Vida espantosa de Jesus de Nazaré.
Acredito que a experiência decisiva da Vida é sentir-se Agraciado, sentir-se envolvido e renascido por Alguém em quem tudo é Exagero e Bondade.
Acredito que é bom para o Ser Humano nunca estar acabado, terminado, pronto; porque isso seria a negação da Esperança, do Futuro e da Felicidade.
Acredito que há incontáveis gestos e maneiras de Viver que vencem a morte e as suas leis, e todos se podem resumir na palavra “Amor”.
Acredito que a Vida está cheia de Sentido porque nós e Deus não queremos senão uma só e a mesma coisa: que sejamos Felizes.
E acredito, como se não houvesse nada de melhor em que acreditar, que, mesmo quando eu me esqueço disso, mesmo quando eu me engano, mesmo quando eu falho, Deus não Se esquece, Deus não Se engana e Deus não me falha. E é neste Amor, que supera toda a minha capacidade de o merecer, que eu enraízo a minha Fé e a minha Esperança.
Acredito que, enquanto limpamos do rosto as nossas lágrimas, a Festa da Vida Cheia para a qual todos estamos chamados, já começou!
Rui Santiago cssr
MEDITAR
Trindade, comunhão de amor, fluxo de vida divina
O Espírito virá e anunciar-vos-á as coisas futuras. O Espírito permite aos meus olhos, tombados para o presente, ver longe, antecipar a rosa que hoje ainda está fechada, intuir já cores e perfumes onde agora só há um germe.
O Espírito é aquele que na proa do meu barco vê primeiro. Anuncia terras que eu ainda não vejo. Eu dou-Lhe ouvidos e aponto o leme para o rumo que Ele indica, e posso agir certo de que o que tarda virá, comportar-me como se a rosa já estivesse em flor, como se o Reino já tivesse vindo.
O Espírito receberá do que é meu e vo-lo anunciará. Tudo aquilo que o Pai possui é meu. Neste intercâmbio de dons começamos a entrever o segredo da Trindade: não um circuito fechado, mas um fluxo aberto que derrama amor, verdade, inteligência para além de si, efusão ardente de vida divina.
No dogma da Trindade está contido o sonho para nós. Se Deus é Deus apenas nesta comunhão, então também o homem será homem apenas numa relação análoga de amor.
Quando, no princípio, o Criador diz: «Façamos o homem à nossa imagem e semelhança», se observarmos bem, vemos que Adão não é feito à imagem do Deus que cria; não à imagem do Espírito que pairava sobre as águas dos abismos; não à imagem do Verbo que desde o princípio estava junto de Deus.
Muito mais, Adão e Eva são feitos à imagem da Trindade, à semelhança, portanto, daquela comunhão, daquela ligação de amor, da partilha. Aqui está a nossa identidade mais profunda, o cromossoma divino em nós. No princípio é colocada a relação. No princípio de tudo, a ligação.
No fim de um dia podes nunca ter pensado em Deus, nunca teres pronunciado o seu nome. Mas se criaste laços, se causaste alegria a alguém, se levaste a tua comunhão, então fizeste a mais bela profissão de fé na Trindade.
O verdadeiro ateu é aquele que não trabalha para criar laços, comunhão acolhimento, Quem espalha gelo em torno de si. Quem não entra na dança das relações ainda não entrou em Deus, o Deus que é Trindade, que não é uma complicada fórmula matemática em que o uno e o trino têm de coincidir: «Se vês o amor, vês a Trindade» (Santo Agostinho).
Então compreendo porque é que a solidão me pesa tanto e me faz medo: porque é contra a minha natureza. Então compreendo porque é que quando estou com quem me quer bem, quando acolho e sou acolhido por alguém, estou tão bem: porque realizo a minha vocação.
Tudo circula no universo: planetas, astros, sangue, fumos, vento e pássaros migratórios... É a lei da vida, que adoece e se fecha, que se extingue se não se dá. A lei da Igreja que, se fecha, adoece (papa Francisco).
Ermes Ronchi
A felicidade não vem com as coisas
As pessoas compram as coisas como se estivessem a comprar a felicidade que elas prometem. A verdade é que a alegria nunca está em coisa alguma. Por isso é que o pouco pode fazer de alguns muitos contentes e o muito pode criar ainda mais vazios a outros.
Andar à caça de coisas é uma distração do que é importante. É onde colocamos o foco da nossa atenção que determina o que somos e o que queremos ser.
Quem acredita que o seu bem-estar mais profundo (depois de satisfeitas as necessidades essenciais) depende de coisas materiais está enganado. O dinheiro e as coisas não dão felicidade a ninguém. Podem fazer-nos sentir poderosos, capazes e seguros, chegando até a causar a admiração e a inveja de muita gente, mas a verdade é que tudo isso é ilusório, porque apenas aparente.
A satisfação que depende do que temos é cada vez mais temporária e acabamos cada etapa pior do que quando a começámos… o que aumenta é a sensação de vazio que se vai apoderando cada vez mais do nosso coração.
Que te importa o que os desconhecidos pensam de ti? Não deverias dar mais valor ao que pensam os que te amam?
Se comprar te faz sentir bem, há algo de errado contigo, que através dessa estratégia estás apenas a adiar e, talvez, a agravar. Pode até chegar o momento em que te sentirás que comprar é um dever… e isso é muitíssimo triste.
Ninguém nasce ansioso por ter mais e mais, mas muitos aprendem desde muito cedo que se podem compensar as falhas emocionais com bens materiais.
O que quer uma criança? O que queria eu quando era pequeno?
Importa muito descobrir os valores que fazem de nós quem somos, recuperar o que nos faz mesmo felizes e tratar de nos libertarmos de tudo o que nos distrai disso.
A inquietação que consome quem procura ter.
PENSAMENTO DA SEMANA
O Amor vem de Deus e leva-nos para Deus para retornar a Ele através de nós e nos levar a todos de volta para Ele na corrente da sua infinita misericórdia.
Thomas Merton
INFORMAÇÕES
ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO
BISCOITOS - terça-feira, 6 de junho, entre as 17 horas e as 18 horas.
RIBEIRA SECA - sexta-feira, 9 de junho, entre as 17 horas e as 18 horas.
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Nº 1173Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
SEJA FEITA A TUA BONDADE!
"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)
Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.
Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.
Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"
Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.
À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:
Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!
Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)
"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)
Eneida Costa
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