Nº 472

 

CONFIAR

 
Em algumas reflexões de Domingo passado, citava o Padre Brasil que era muito amigo de dizer que: «mais vale a palavra dada do que a assinatura num papel». Dizia que os nossos antepassados faziam os negócios com a palavra dada e que a mantinham ao longo da sua vida. É habitual encontrarmos terras e bens que se dizem pertencer a determinada pessoa ou família e não constar nos serviços respectivos a prova de tal pertença.
Vivia-se com confiança. Confiar na palavra dada era norma.
Hoje, pelo contrário, vive-se num ambiente constante de desconfiança. Os que estão a estudar desconfiam que terão um emprego que corresponda aos esforços que fizeram e, muitas vezes, com grandes sacrifícios da família. Os desafios de mercado, gerados pela competitividade, fazem com que não haja a comunicação entre as pessoas facilitando o isolamento e o individualismo.
Viver e alimentar esta atitude de defesa e desconfiança não pode levar à alegria, à segurança e à felicidade.
Temos necessidade de recuperar a confiança. É necessário confiar.
Confiar ajuda a vencer as situações difíceis, os desafios que sempre aparecem e dá um grande potencial de energia para encarar os problemas e não se deixar abater e angustiar. Deixar-se abater pelo descontentamento, pela desconfiança, é deixar-se levar pela inutilidade e esterilidade.
Confiar é saber que não estamos sós. Vamos com outros. Caminhamos com outros que sabem como nós. É experimentar o sabor do desafio, do ir mais além, mesmo não vendo tudo claro. Quando as coisas estão ali, não é necessário confiar. Estou a vê-las e posso tocá-las, e isso é fácil e diferente de confiar.
Encontramos, habitualmente, dois exemplos de quem não confiou: Judas que entregou Cristo e Tomé. O primeiro não foi capaz de perceber que confiando em Jesus a sua vida teria ganho um sentido maior. O segundo, foi capaz de exclamar: «Meu Senhor e meu Deus». Um caminha só, isolado, triste e acabrunhado. Não espera mais nada e, quando não se espera mais nada a vida já não faz mais sentido. O outro inicia uma vida nova porque confia.
Há coisas que é muito difícil de se dizer, e de se mostrar muito mais. Confiar não é fácil de se dizer e não se é capaz de se mostrar. Posso dizer “Confio”, mas não o sei explicar porque o confiar pertence ao coração, vai muito ligado ao amor. Por exemplo, ao amor da pessoa que se ama, que pode ser a esposa, o marido, os filhos, os amigos. Confiar é da grandeza do amor.
Confiar em Deus e no que Ele nos ensina e pede é da grandeza do coração e não pode ser de outra ordem.
Pe. Manuel António

VII DOMINGO DO TEMPO COMUM

Tema:

A liturgia do sétimo Domingo do Tempo Comum convida-nos à santidade, à perfeição. Sugere que o “caminho cristão” é um caminho nunca acabado, que exige de cada homem ou mulher, em cada dia, um compromisso sério e radical (feito de gestos concretos de amor e de partilha) com a dinâmica do “Reino”. Somos, assim, convidados a percorrer o nosso caminho de olhos postos nesse Deus santo que nos espera no final da viagem
A primeira leitura que nos é proposta apresenta um apelo veemente à santidade: viver na comunhão com o Deus santo, exige o ser santo. Na perspectiva do autor do nosso texto, a santidade passa também pelo amor ao próximo.
No Evangelho, Jesus continua a propor aos discípulos, de forma muito concreta, a sua Lei da santidade (no contexto do “sermão da montanha”). Hoje, Ele pede aos seus que aceitem inverter a lógica da violência e do ódio, pois esse “caminho” só gera egoísmo, sofrimento e morte; e pede-lhes, também, o amor que não marginaliza nem discrimina ninguém (nem mesmo os inimigos). É nesse caminho de santidade que se constrói o “Reino”.
Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Corinto – e os cristãos de todos os tempos e lugares – a serem o lugar onde Deus reside e Se revela aos homens. Para que isso aconteça, eles devem renunciar definitivamente à “sabedoria do mundo” e devem optar pela “sabedoria de Deus” (que é dom da vida, amor gratuito e total).
(Dehonianos)
 

MEDITAR

 

A DOR

Eu andava por um caminho coberto de relva e, de repente, ouvi uma voz atrás de mim: “Olha para ver se me reconheces!”
Voltei-me, olhei para ela, e disse: “Não consigo me lembrar do teu nome!”
Ela continuou: “Eu sou a primeira grande Dor que tiveste quando jovem”.
Os olhos dela pareciam a manhã em que o orvalho ainda paira no ar.
Fiquei em silêncio algum tempo, e depois perguntei: “Perdeste aquele imenso fardo de lágrimas?”
Ela sorriu, sem responder, e eu compreendi que as suas lágrimas haviam tido Tempo de aprender a linguagem do sorriso. Depois, suspirando, acrescentou:
“Certa vez disseste que irias acariciar a tua tristeza para sempre...”
Corando, eu respondi: “Sim, mas passaram-se anos e acabei esquecendo”.
Então eu tomei as mãos dela nas minhas, e lhe disse: “Mas também tu mudaste muito”.
Ela respondeu: “O que antes era sofrimento, agora se transformou em paz
 
Rabindranath Tagore
 

CONTO (340)

A PRINCESA

Era uma vez um rei que tinha uma filha muito bela e inteligente. Sofria, porém, de uma misteriosa doença. Muitos médicos tentaram curá-la, mas em vão.
Um dia, chegou ao palácio um velho, do qual se dizia que conhecia o segredo da vida. Todos acorreram a pedir-lhe que curasse a princesa cada vez mais doente.
O velho deu à menina um cesto de vimes coberto com um pano e disse-lhe:
- Pega lá e cuida dele. Irá curar-te.
Cheia de alegria, a princesa tirou o pano e o que viu entristeceu-a. No cestinho estava deitada uma criança doente, mais infeliz e sofredora que ela.
A princesa deixou-se comover. Apesar dos seus sofrimentos, pegou nela e começou a tratá-la. Passaram os meses: a princesa não via outra coisa senão aquela criança. Alimentava-a, acariciava-a e sorria-lhe. Velava junto dela durante a noite, falava-lhe com ternura. Apesar de tudo isto lhe custar um cansaço intenso e doloroso.
Sete anos depois, aconteceu algo de incrível. Uma manhã, a criança começou a sorrir e a caminhar. A princesa deu-lhe a mão e começou a dançar, rindo e cantando. Leve e belíssima como há muito não acontecia. Sem se dar conta que também ela se tinha curado.
in, ALEGRE MANHÃ de Pedrosa Ferreira

 

«Na cruz, o Cristo encontra-se no ápice do poder... exactamente porque Ele se encontra no auge do amor! 
Ele mostra, então, que o verdadeiro poder é o amor e que nada é possível contra o amor.
Não é possível impedir o Cristo de amar: "Perdoai-lhes porque eles não sabem o que fazem..." 
Até ao último instante, Ele é o mais forte. 
E Ele é o mais forte, na extrema fraqueza!»
 
Jean-Yves Leloup, em "Amar... apesar de tudo"
 

 

INFORMAÇÕES

VENDA DE SELOS

Através do Santuário da Caldeira de Santo Cristo, aderi a uma iniciativa dos CTT chamada “MEUSELO”. É uma iniciativa diferente para dar a conhecer as nossa belezas tão variadas nesta Ilha de São Jorge. Cada selo tem o valor de 1€ e é válido nas correspondências normais dos CTT. Se alguém desejar adquirir, encontra-se à venda no Passal da Calheta. A tiragem foi apenas de 250 exemplares.
 

Beatificação de João Paulo II com site em sete idiomas

A vigararia de Roma lançou um site (http://karol-wojtyla.org) em sete idiomas, incluindo o português, alusivo à beatificação do Papa João Paulo II (1920-2005), agendada para 1 de Maio no Vaticano.
A página reúne informações relacionadas com a biografia de Karol Wojtyla, que durante o terceiro pontificado mais longo da história da Igreja (26 anos) visitou 205 países além de Itália.
O site inclui ligações, em italiano, para as centenas de documentos assinados por João Paulo II, entre constituições, encíclicas, exortações, cartas, discursos e mensagens, além de secções dedicadas às suas reflexões e devoção mariana.
Um dos espaços mais importantes da página é reservado ao processo de beatificação, rito em que a Igreja Católica propõe uma pessoa como modelo de vida e intercessora junto de Deus, ao mesmo tempo que autoriza o seu culto público.
A “oração pedindo graças por intercessão do Servo de Deus o Papa João Paulo II” está disponível em 31 idiomas.
RM

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Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Não se caminha quando não se acredita.
Não se estende a mão quando não se ama.
Não se muda quando nada se espera.

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