Nº 1056

 

Posso dizer que não?

Também se pode dizer que não? Que não fazemos? Que não vamos, que não queremos, que não temos tempo, que não estamos preparados ou que não temos vontade? Podemos dizer que não temos interesse? Que obrigadinha, mas fica para depois? Ou nesta sociedade quase perversa em que nos vemos mergulhados só há lugar para o sim? Para o “com certeza”; para o “vou já tratar disso”. Para o “conta comigo”.

 Não te sentes cansado de fazer só o que te pedem? De só guardar vida para o que os outros precisam?

Vivemos com a ilusão de uma liberdade que não temos. Uma miragem bonita de uma vida em que mandamos nós, mas que é profundamente articulada por quem julga estar “acima” de nós. Somos reféns das vontades alheias e ignoramos aquilo de que precisamos para poder ficar bem em todas as fotografias. Deixamos de dormir. De comer. De beber quando temos sede. De respeitar as necessidades mais básicas. Sejam elas de carácter mais físico ou emocional/espiritual. Vale tudo mas parece-me que vivemos como se não valêssemos nada.

Vamos varrendo os nossos intuitos, desejos e intenções para debaixo do tapete e ficamos (de forma muito doente) à espera de fazer tudo o que houver para fazer.

A vida dedicada aos outros e ao bem comum não significa viver como se não existíssemos. Como se nem honrássemos a vida que nos foi dada.

Temos o direito de cuidar daquilo que somos. De dizer que não quando for demais. Quando nos ultrapassarem os limites ou quando nos desrespeitarem naquilo que é o mais sagrado da nossa essência como pessoas.

Viver é muito mais do que estudar, pagar contas, trabalhar e morrer. Para o caso de ainda não te teres apercebido, estás aqui para descobrir o teu propósito e, seja ele qual for, nunca estarás cá para ser menos do que muito feliz.

Por isso, quando puderes diz que não fazes. Deixa para depois. Esquece as aparências. Esquece o que vão pensar.

No final do dia é sempre sobre ti. Sobre os teus e sobre como a paz se pode construir a partir de se viver alinhado com o que se é.

 

Marta Arrais

 

MEDITAR

A PAZ DE DEUS

«De poucas palavras se abusou tanto como da palavra «paz». Todos nós falamos de «paz», mas o significado desse termo foi mudando profundamente, afastando-se cada vez mais do seu sentido bíblico. O seu uso interesseiro fez da paz um termo ambíguo e problemático. Hoje, em geral, as mensagens de paz levantam muitas suspeitas e não alcançam muita credibilidade.

Quando se fala em paz nas primeiras comunidades cristãs, não se pensa, antes de tudo, numa vida mais calma e menos problemática, que corre de forma ordeira ao longo de caminhos de maior progresso e bem-estar. Antes de tudo e na origem de qualquer paz individual ou social está a convicção de que todos são aceites por Deus apesar dos nossos erros e contradições, todos podemos viver reconciliados e em amizade com Ele. Isto é o primordial e decisivo: «Estarmos em paz com Deus» (Romanos 5,1).

Essa paz não é só a ausência de conflitos, mas uma vida mais plena que nasce da total confiança em Deus e afeta o próprio centro da pessoa. Essa paz não depende apenas de circunstâncias externas. É uma paz que brota do coração, conquistando gradualmente toda a pessoa e dela se estendendo aos outros.

Essa paz é um dom de Deus, mas também fruto de um trabalho não pequeno que pode prolongar-se durante toda uma vida. Receber a paz de Deus e guardá-la fielmente no coração, mantê-la no meio dos conflitos e contagiá-la, difundi-la aos outros exige o esforço apaixonado, mas não fácil, de unificar e enraizar a vida em Deus.

Essa paz não é uma compensação psicológica ante a falta de paz na sociedade; não é uma evasão pragmática que se afasta dos problemas e conflitos; não se trata de um refúgio confortável para pessoas dececionadas ou céticas perante uma paz social quase «impossível». Se for a verdadeira paz de Deus, converte-se no melhor estímulo para viver trabalhando por uma convivência pacífica feita entre todos e para o bem de todos.

Jesus pede aos Seus discípulos que, ao anunciar o reino de Deus, a sua primeira mensagem seja para oferecer paz a todos: «Dizei primeiro: paz a esta casa». Se a paz for aceite, irá estender-se pelas aldeias da Galileia. Caso contrário, ela «voltará» de novo para eles, mas nunca deve ficar retida no seu coração, pois a paz é um dom de Deus.»

José Antonio Pagola

 

Acreditar

 

Acreditar que, um dia, a paz ainda nos serena a alma.

Acreditar que, um dia, a luz ainda nos ilumina o caminho.

Acreditar que, um dia, o alento ainda nos abraça os dias.

Acreditar que, um dia, a força ainda nos inunda a vida.

Acreditar que, um dia, um milagre ainda nos salva.

 

Acreditar que, um dia, um olhar ainda nos cura por dentro.

Acreditar que, um dia, um sorriso ainda nos toca o coração.

Acreditar que, um dia, uma mão ainda ampara tudo o que somos.

Acreditar que, um dia, um abraço ainda nos abriga de tudo.

Acreditar que, um dia, um gesto de amor ainda é tudo.

Acreditar que, um dia, a gentileza ainda nos mostra o segredo de viver.

Acreditar que, um dia, alguém ainda nos inspira a ser do bem.

Acreditar que, um dia, nós ainda fazemos corações sorrir.

Acreditar que, um dia, as pessoas ainda estão sempre perto.

Acreditar que, um dia, o amor ainda nos muda o mundo.

Acreditar que, um dia, esse amor ainda nos faz sentido. E ainda é sentido.

 

Acreditar que, um dia, esse dia ainda é todos os dias.

 

Daniela Barreira 

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Há três tipos de pessoas misericordiosas...

 

As primeiras dão os seus bens para complementar, com o que lhes é supérfluo, a penúria dos outros.

As segundas distribuem todos os seus bens e, para eles, daí por diante, tudo fica em comum com os outros.

Quanto às terceiras, não somente dão tudo, como também «se dão a si mesmos totalmente».

 

Isaac de l'Étoile (?-c. 1171), monge cisterciense,


 

INFORMAÇÕES

 

FESTA DE NOSSA SENHORA DO CARMO NA FAJÃ DOS VIMES

No dia 7 de julho tem início o Novenário de Nossa Senhora do Carmo, na Fajã dos Vimes. A Eucaristia será todos os dias às 19 horas.

A Missa de Festa do dia 16 de julho, virá no próximo Boletim.

 

ASSOCIAÇÃO DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS - CALHETA

A Direção da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Calheta, após ter terminado o prazo de entrega do IRS 2021, vem por este meio expressar o seu agradecimento, a todos aqueles que colaboraram destinando a sua consignação fiscal do seu IRS a nossa Instituição.

A Direção agradece toda a colaboração prestada. 


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Nº 1145

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Não se caminha quando não se acredita.
Não se estende a mão quando não se ama.
Não se muda quando nada se espera.

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