Nº1053

 A Trindade, espelho do nosso coração profundo

"Os termos que Jesus escolhe para falar da Trindade (João 3, 16-18) são nomes de família, de afeto: Pai e Filho, nomes que abraçam, que se abraçam. Espírito é nome que diz respiração: cada vida volta a respirar quando se sabe acolhida, tomada de cuidado, abraçada.

No princípio de tudo é colocada uma relação, um laço. E se nós somos feitos à sua imagem e semelhança, então a narrativa de Deus é ao mesmo tempo narrativa do ser humano, e o dogma não permanece uma doutrina fria, mas traz-me toda uma sabedoria do viver.

Coração de Deus e do ser humano é a relação: é por isso que a solidão me pesa e atemoriza, porque é contra a minha natureza. É por isso que quando amo ou encontro amizade fico bem, porque sou de novo à imagem da Trindade.

Na Trindade é colocado o espelho do nosso coração profundo e do sentido último do universo. No princípio e no fim, origem e cume do humano e do divino, está o laço de comunhão.

Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu Filho... Nestas palavras João encerra o porquê último da incarnação, da cruz, da salvação: assegura-nos que Deus na eternidade não faz outra coisa senão considerar cada homem e cada mulher mais importante que Ele próprio. Deus amou tanto... E nós, criados à sua imagem, «precisamos de muito amor para viver bem» (Jacques Maritain).

Que nos deu o seu Filho: no Evangelho o verbo amar traduz-se sempre com um outro verbo concreto, prático, forte, o verbo dar (não há maior amor do que dar a própria vida). Amar não é um facto sentimental, não equivale e emocionar-se ou a enternecer-se, mas a dar, um verbo de mãos e de gestos.

Deus não enviou o Filho para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo. Salvo do único grande pecado: o desamor. Jesus é o curador do desamor (V. Fasser). O que explica toda a história de Jesus, o que justifica a cruz e a Páscoa não é o pecado do homem, mas o amor pelo homem; não algo a tirar à nossa vida, mas algo a acrescentar: porque quem quer que acredite tenha mais vida.

Deus amou tanto o mundo... E não apenas os seres humanos, mas o mundo inteiro, terra e colheitas, plantas e animais. E se Ele o amou, também eu quero amá-lo, cuidá-lo e cultivá-lo, com toda a sua riqueza e beleza, e trabalhar para que a vida floresça em todas as suas formas, e narre Deus como fragmento da sua Palavra. O mundo é o grande jardim de Deus e nós somos os seus pequenos "jardineiros planetários".

Diante da Trindade sinto-me pequeno mas abraçado, como um bebé: abraçado dentro de um vento em que navega toda a criação e que tem por nome amor ".

Ermes Ronchi

 

MEDITAR

O CRISTÃO DIANTE DE DEUS

Nem sempre é fácil para nós cristãos relacionar-nos de forma concreta e viva com o mistério de Deus confessado como Trindade. No entanto, a crise religiosa está a convidar-nos a cuidarmos mais do que nunca de um relacionamento pessoal, saudável e gratificante com ele. Jesus, o Mistério de Deus feito carne no Profeta da Galileia, é o melhor ponto de partida para reviver uma fé simples.

Como viver diante do Pai?

Jesus  ensina-nos duas atitudes básicas.

Em primeiro lugar, confiança total. O Pai é bom. Ele  ama-nos infinitamente. Nada importa mais para ele do que o nosso bem. Podemos confiar nele sem medo, dúvidas, cálculos ou estratégias. Viver é confiar no Amor como mistério último de tudo.

Em segundo lugar, uma docilidade incondicional. É bom viver atento à vontade daquele Pai, porque ele só quer uma vida mais digna para todos. Não há maneira mais saudável e bem-sucedida de viver. Esta é a motivação secreta de quem vive diante do mistério da realidade a partir da fé em um Deus Pai.

O que é viver com o Filho de Deus encarnado?

Antes de tudo, siga Jesus: conheça-o, acredite nele, sintonize-se com ele, aprenda a viver em seus passos. Olhar a vida como Ele a via; trate as pessoas como Ele as tratou; semear sinais de bondade e liberdade criativa como Ele fez. Viva tornando a vida mais humana. É assim que Deus vive quando encarna. Para um cristão não há outra maneira de viver mais excitante.

Em segundo lugar, colaborar no projeto de Deus que Jesus põe em marcha seguindo a vontade do Pai. Não podemos ficar passivos. Aos que choram, Deus quer vê-los rindo, aos que têm fome, quer vê-los comendo. Temos que mudar as coisas para que a vida seja vida para todos. Este projeto que Jesus chama de "reino de Deus" é o marco, a orientação e o horizonte que nos é proposto a partir do mistério último de Deus para tornar a vida mais humana.

O que é viver animado pelo Espírito Santo?

Antes de tudo ao vivo animado pelo amor. Isso decorre de toda a trajetória de Jesus. O essencial é viver tudo com amor e por amor. Nada é mais importante. O amor é a força que dá sentido, verdade e esperança à nossa existência. É o amor que nos salva de tantos erros, erros e misérias.

Finalmente, quem vive "ungido pelo Espírito de Deus" sente-se enviado de modo especial a anunciar a Boa Nova aos pobres. Sua vida tem força libertadora para os cativos; ilumina os que vivem cegos; é um presente para aqueles que se sentem miseráveis.

 José Antonio Pagola

 

Solenidade de Corpus Christi

Um milagre eucarístico do século XIII está relacionado à origem da Solenidade de Corpus Christi, que a Igreja celebra na quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade, embora em alguns países as igrejas locais decidam movê-la para o domingo seguinte, por uma questão pastoral.

Nesta Solenidade, a Igreja presta à Eucaristia um culto público e solene de adoração, gratidão e amor, sendo a procissão de Corpus Christi uma das mais importantes em toda a Igreja Universal.

A Festa de Corpus Christi surgiu na Diocese de Liège, na Bélgica, por iniciativa da freira Juliana de Mont Cornillon. Ela tinha visões nas quais o próprio Jesus lhe pedia uma festa litúrgica anual em honra da Sagrada Eucaristia.

Aconteceu que, em meados do século XIII, Pe. Pedro de Praga, um sacerdote que duvidava da presença de Cristo na Eucaristia, decidiu realizar uma peregrinação a Roma para rogar, sobre o túmulo de São Pedro, a graça da fé. Ao retornar, enquanto celebrava a Missa em Bolsena, na cripta de Santa Cristina, a Sagrada Hóstia sangrou, manchando o corporal.

A notícia chegou rapidamente ao Papa Urbano IV, que se encontrava muito perto, em Orvieto. Ele era um arcediago de Liège e havia conhecido a Beata Cornilon e percebido a luz sobrenatural que a iluminava e a sinceridade de seus apelos.

Papa Urbano IV mandou que o corporal fosse levado até ele.  Isso foi feito em procissão e, quando o Pontífice os encontrou na entrada da cidade, pronunciou diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.

Mais tarde, em 1264, o Papa publicou a Bula Transiturus de hoc mundo, com a qual ordenou que a Solenidade de Corpus Christi fosse celebrada em toda a Igreja na quinta-feira após o domingo da Trindade.

O Santo Padre encomendou a Santo Tomás de Aquino a produção de um ofício litúrgico para a celebração e a composição de hinos, que são entoados até hoje: Tantum Ergo, Lauda Sion.

A celebração dessa solenidade consta de uma Missa, procissão e Adoração ao Santíssimo Sacramento.

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 Nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas conscientes e comprometidas possa mudar o mundo. De facto, sempre foi assim que o mundo mudou.

Margaret Mead


 

INFORMAÇÕES

 

CELEBRAÇÃO EM HORRA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

RIBEIRA SECA

Dia 17de junho - às 18 horas recitação do terço, celebração de eucaristia e procissão no interior da Igreja.

 

MISSA NO SANTUÁRIO DA CALDEIRA

No próximo domingo, 19 de junho, às 15h30 horas.

 FESTAS DE SANTO ANTÓNIO

 

PARÓQUIA DE SANTO ANTÓNIO

Tríduo nos dias 15 Missa às 20h, 16 às 12h30 e 17 às 19 horas.

Festa no dia 19 de junho com a Eucaristia às 12h30 e a procissão às 19h30.

 

ERMIDA DE SANTO ANTÓNIO - MANADAS

Festa no dia 19 de junho, às 17h00 com Eucaristia seguida de procissão até ao Porto dos Terreiros.


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Agenda Pastoral

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Nº 1148

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

A alegria e a surpresa andam de mãos dadas.

Isso revela-se sempre que conseguimos reagir com criatividade

às coisas inesperadas que fazem mudar

os nossos planos e, mesmo assim,

sentimos que tudo continua bem.


Por vezes, a alegria surpreende-nos.
Apanha-nos totalmente desprevenidos.
O importante é deixarmos que ela tome
conta de nós e continuarmos recetivos
à surpresa divina.

Anselm Grün, in Em cada dia... um caminho para a felicidade

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