Nº 1036

 O cansaço dos presbíteros

Tenho pensado no cansaço dos padres.

Eu mesmo um dia pensei que quando tudo voltasse ao normal, provavelmente, conseguiríamos fazer grandes trabalhos de evangelização para acolher novamente os fiéis.

 Sim, nem todos vão voltar. E a Igreja que antes tinha de ser “em saída”, agora vai precisar sair ainda mais disposta.

Só que estamos cansados. A Pandemia não diminuiu os nossos esforços, ela esgotou-nos.

Os padres estão esgotados e, com eles, aquele grupo de fiéis que não tirou a mão do arado.

Não foi tempo de descanso. Foi tempo de reinventar-se, sofrer, errar, sentir medo enquanto todos esperam que o padre fosse corajoso. Isto tudo é extremamente desgastante.

É desgastante não saber como vai ser a agenda da próxima semana. O que fazer com as crianças da catequese, os jovens do crisma, as capelas rurais, tão pequeninas e numerosas…

É desgastante trocar a escala, porque um está suspeito, o outro perdeu alguém da família, o outro está internado. E para todos, o padre desgastado, precisa de ter uma palavra de ânimo.

É desgastante o abre e fecha as igrejas. A incerteza do que vão decidir por decreto, que vai afetar a comunidade… E ver toda a gente a mandar, enquanto os que deviam mandar ficam em silêncio.

É desgastante ver o choro do desempregado, o medo dos idosos, a irresponsabilidade a adquirir estatuto nas redes sociais.

Quando vir um presbítero, pense que também está a ser difícil para ele.

 

Presbítero Thiago Linhares

 

MEDITAR

Quanto e como mais felizes nós seríamos!...

"Bem-aventurados os pobres, porque deles é o reino de Deus"

O mundo diz-me que serei feliz se for rico, se tiver poder ou prestígio social, se não me deixar sobrecarregar, se for mais esperto do que os outros nos negócios, se vou de diversão em diversão, se não me meto em conflitos, se não me insultam nem me perseguem...

Jesus, por outro lado, oferece-me um código de felicidade radicalmente diferente e implausível: Queres ser feliz...? — diz-me Ele —, então, contenta-te com pouco, divide o que tens com quem não tem, aprende a sofrer, diz sempre a verdade, não sejas violento, trabalha para que a justiça prevaleça, não tentes tirar vantagem de ninguém... e não te preocupes se eles te insultarem e perseguirem por tudo isso, porque a longo prazo serás muito mais feliz.

Então, a pergunta fundamental é: Eu acredito em Jesus? Acredito nele? Confio nele? Estou disposto a viver compartilhando, perdoando, semeando a paz, trabalhando pela justiça, agindo sempre com sinceridade e sem medo de sofrer? Arrisco tudo apostando em alguns critérios no fio da linha?...

Dizer sim, que me arrisco, que mudo a minha vida, é ter fé em Jesus; o resto será outra coisa.

Eu acredito em Jesus se é Ele quem dá sentido à minha vida; se é Ele quem comanda os meus critérios e os meus valores; se acredito que esses critérios são os que podem salvar o mundo do desastre e me comprometo com a tarefa de o fazer... Porque a fé não é um privilégio concedido a uns e proibido a outros, mas sim o firme compromisso com um modo de vida, que não só promete felicidade, mas também nos permite colaborar com Deus na tarefa de levar a bom termo o seu plano de salvação...

É difícil imaginar uma tarefa mais emocionante do que esta, mas é preciso confiar muito em Jesus para abraçá-la com fervor e levá-la até as últimas consequências. Estamos entusiasmados com Jesus, mas só confiamos nele até ao momento em que Ele nos convida a sair da nossa zona de conforto. Um exemplo é o texto de Lucas: «Bem-aventurados os pobres», ou o de Marcos: «Vende o que tens, dá aos pobres e segue-me», mas como somos ricos e a pobreza nos assusta (Jesus não fala de miséria), optamos pelos critérios do mundo em vez dos dele.

E não duvidamos que é Jesus quem está certo; que o caminho proposto por Ele é o único que leva à felicidade (embora Jesus não seja o único que o propõe), mas falta-nos a coragem de empreendê-lo. Como disse Jon Sobrino, padre e teólogo espanhol que vive em El Salvador, numa palestra em Pamplona: «É disso que temos medo; ser feliz de maneira cristã.»

 

Miguel Ángel Munárriz Casajús

 

Quem tudo quer, tudo perde?

Quem quer escolher tudo, fazer tudo, abrir as portas a tudo pode arriscar-se a não fazer nada. Ou a não conseguir fazer tanto como poderia. 

Vivemos tempos muito estranhos, vamos dizendo. Mas parece-me que fomos nós que nos permitimos chegar até aqui. Somos nós que não sabemos dizer que não. Somos nós que acenamos com a cabeça a mais um pedido, juntando esse aos trezentos mil que ainda não cumprimos nem foram feitos. 

Criámos esta ideia que nos prende e nos agarra:

Só somos bons o suficiente se fizermos muitas coisas ao mesmo tempo e, de preferência, muito rapidamente. 

Talvez seja necessário encontrar, nos nossos círculos pessoais, familiares e profissionais, mais espaço para o não. Para o “não posso fazer”. Para o “desta vez não consigo”. E até para o “gostava muito, mas preciso de descansar e, por isso, não quero fazer isso”. 

A verdade é que a partir do momento em que começamos a perceber que só podemos ser bem-sucedidos quando estamos bem por dentro, tudo muda. Para chegar a este maior bem-estar interior é preciso sofrer muito. Dizer muitos “sim” que deviam ter sido “não”. Ter a coragem para não querer saber do que os outros vão dizer, pensar ou julgar.

Quem tudo quer, tudo perde. Quem tudo escolhe, não chega a tomar decisão alguma.

Não te esqueças que o tempo é pouco para as coisas importantes. Que enquanto acumulas tarefas não dás atenção aos teus. Não os ouves com atenção porque a tua cabeça (e o teu coração) estão a mil à hora. 

O tempo é pouco para as coisas que realmente importam. Por isso, e antes de compreenderes isto com a força que a vida às vezes tem e nos impõe, pergunta-te o que vale a pena manter. O que vale a pena ficar. Depois, deixa ir o que já não for para ti.

Marta Arrais

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Andemos...

Na falta do que dizer, calemos

Sem ter onde ficar, andemos

Se não for por amor, morremos

O mundo é enorme, caminhemos

A luz está lá na frente, seguimos

E se não houver luz, rezemos

Esse tempo não passa

Nós é que passamos.

Hilda Milk

 


 

INFORMAÇÕES

 

MISSA NO SANTUÁRIO DA CALDEIRA

No próximo domingo, 20 de fevereiro, às 15h30 horas.

  

ANGARIAÇÃO DE FUNDOS

A comissão da Igreja de São Tiago informa que dia 27 de fevereiro - Domingo Gordo, haverá uma venda de filhoses a seguir à Missa. Haverá donetes, filhoses tradicionais, filhoses de forno e cada uma terá o custo simbólico de 1€. Quem estiver interessado poderá fazer a sua encomenda através dos telefones 960 207 012 / 960 226 305, através de mensagem privada na página do Facebook da Paróquia de São Tiago, ou diretamente aos membros da comissão. Aceitam-se reservas até dia 25. Agradecemos a atenção e contamos com o apoio de todos!


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PENSAMENTO DA SEMANA

 

Não se caminha quando não se acredita.
Não se estende a mão quando não se ama.
Não se muda quando nada se espera.

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