Nº 1035

 

Aos amigos (raros) que o são

Há os amigos (raros) que o são:

não se cansam da pessoa que somos

perdoam falhas e deslizes, ingenuidades e ignorâncias, limitações e fragilidades;

não se saturam dos nossos caprichos e contornam-nos as obstinações que, mesmo achando-nos aqui e ali maçadores, sabem e conseguem pacientemente condescender

não se fatigam com as fúrias, ais e desabafos que vamos tendo

toleram  defeitos e involuntárias incorreções

perdoam omissões

consentem erros, incompetências  e imperfeições.

riem e choram connosco

com os seus risos atenuam-nos a aridez dos dias, e com as suas lágrimas comprovam partilharem do ombro disponibilizado

permutam méritos e excelências, mas também lapsos e insuficiências

corrigem e ensinam-nos

alertam e protegem-nos

fazem da afetividade um lema diário, e da permanente entrega um ideal renovado

não se poupam em aceitarem desculpas, mas igualmente não se inibem na exigência

mostram e afirmam-se-nos constantemente disponíveis

tornam-se cúmplices, e não esperam pela troca de favores

zangam-se abertamente, e ajudam-nos sem assumirem a expressão cansada e vitimada do sacrifício

não exercem a inveja, antes exultam com os êxitos que nos possam caber no calvário dos dias

adivinham-nos as necessidades, e magnânimos adiantam-se ao previsível chamamento duma hora crítica

estão por que estão, gostam por que gostam, não se distanciam nem nos abandonam

são de determinada maneira porque o são, e se nos ralham fazem-no com ternura, e são capazes de nos elogiarem com a ira de não termos conseguido ser ainda melhores

não intervalam as visitas ou os simples telefonemas, menos ainda os gestos solidários

não estabelecem interregnos no fervor do acompanhamento, nem na vivacidade de uma salutar dedicação, porém jamais invadindo o espaço de privação e liberdade

Severino Moreira

 

MEDITAR

A força do Evangelho

O episódio de uma pesca surpreendente e inesperada no lago da Galileia foi relatado pelo evangelista Lucas para encorajar a Igreja quando sente que todos os seus esforços para comunicar a sua mensagem falham. O que nos é dito é muito claro: devemos colocar a nossa esperança na força e atratividade do Evangelho.

A história começa com uma cena insólita. Jesus está em pé na margem do lago, e as pessoas vão-se aglomerando à volta Dele para ouvir a Palavra de Deus. Não veem movidas pela curiosidade. Não se aproximam para ver prodígios. Eles só querem ouvir de Jesus a Palavra de Deus.

Não é sábado. Eles não estão reunidos na sinagoga próxima de Cafarnaum para ouvir as leituras que são lidas às pessoas durante todo o ano. Eles não subiram a Jerusalém para ouvir os sacerdotes do Templo. O que os atrai tanto é o Evangelho do Profeta Jesus, rejeitado pelos vizinhos de Nazaré.

Também a cena da pesca é insólita. Quando à noite, na hora mais favorável para pescar, Pedro e os seus companheiros trabalham por sua conta, não obtêm resultados. Quando, de dia, eles lançam as suas redes confiando apenas na palavra de Jesus que guia o seu trabalho, produz-se uma pesca abundante, contra todas as suas expectativas.

Na análise dos dados que mostram cada vez mais evidente a crise do cristianismo entre nós, há um facto inegável: a Igreja está a perder de forma imparável o poder de atração e de credibilidade que ela tinha há alguns anos atrás. Não nos devemos enganar.

Nós, cristãos, temos verificado que a nossa capacidade de transmitir a fé às novas gerações diminui constantemente. Não tem havido falta de esforços e iniciativas. Mas, aparentemente, não se trata apenas nem primordialmente de inventar novas estratégias.

Chegou o momento de lembrar que no Evangelho de Jesus há uma força de atração que não há em nós. Esta é a questão mais decisiva: continuamos a «fazer as coisas» a partir de uma Igreja que está a perder a atratividade e a credibilidade, ou colocamos todas as nossas energias na recuperação do Evangelho como a única força capaz de gerar fé nos homens e mulheres de hoje?

Não deveríamos colocar o Evangelho no primeiro plano de tudo? O mais importante nestes momentos críticos não são as doutrinas elaboradas ao longo dos séculos, mas a vida e a pessoa de Jesus. O decisivo não é que as pessoas venham participar das nossas coisas, mas que possam entrar em contacto com Ele. A fé cristã só se desperta quando as pessoas encontram testemunhas que irradiam o fogo de Jesus.

José Antonio Pagola

 

 

20 Surpresas de um DEUS surpreendente:

1 - Deus não escolhe pessoas capacitadas, Ele capacita os escolhidos;

2 - Um com Deus é maioria;

3 - Devemos orar sempre, não até Deus nos ouvir, mas até que possamos ouvir a Deus;

4 - Nada está fora do alcance da oração, exceto o que está fora da vontade de Deus;

5 - O mais importante não é encontrar a pessoa certa, e sim ser a pessoa certa;

6 - Moisés gastou 40 anos a pensar que era alguém; 40 anos a aprender que não era ninguém e 40 anos a descobrir o que Deus pode fazer com um ninguém;

7 - A fé ri das impossibilidades;

8 - Não confunda a vontade de Deus, com a permissão de Deus;

9- Não digamos a Deus que temos um grande problema. Digamos ao problema que temos um grande Deus;

10. Se quisermos ficar desanimados, olhemos para nós; se quisermos ficar dececionados, olhemos para os outros; mas se quisermos ser salvos, olhemos para Jesus Cristo.

11. Vale muito mais uma porta fechada por Deus do que uma aberta pelo diabo.

12 . Queremos ajudar? Então, envolvamos quem precisa de ajuda. Queremos fazer a diferença? Sejamos diferentes. Queremos que a ajuda e a diferença sejam duradouras e sustentáveis? Usemos os dons que Deus nos dá e atuemos com Ele. E sejamos sempre disponíveis.

13. Não ponhamos um ponto de interrogação onde Deus já pôs um ponto final.

14. Deus não fica para trás quando as pessoas andam apressadas e sem tempo.

15. Com Deus, jamais uma desgraça será a última noticia.

16. Só teremos tudo de Deus, quando Ele tiver tudo de nós.

17. A fé não nasce nem cresce com a quantidade de saberes ou factos que ouvimos ou lemos a respeito de Deus. Há pessoas que se tornam amigas íntimas de Deus com apenas um folheto, enquanto outras não têm uma relação com Deus conhecendo a Bíblia inteira.

18. Perdoar é a melhor maneira de vingar-se.

19. A mágoa faz-nos olhar para trás; a preocupação faz-nos olhar em volta; a fé em Deus, em família, nos amigos, e no amor-próprio... faz-nos olhar para cima.

20. O tempo que Deus nos dá é um bem mais valioso que o dinheiro, porque o tempo é INSUBSTITUÍVEL.

21. Não temamos a pressão; é ela, por exemplo, que transforma o carvão em diamante.

22. A Palavra de Deus (Bíblia) foi-nos dada para nos instruir e podermos mudar a nossa vida.

23. O mais importante não dizer que Jesus Cristo é a pessoa certa, mas sim que somos a pessoa certa com Cristo.

24. Deus (Pai, Jesus Cristo e o Espirito Santo) não é religião... Deus é relação!

 

Fernando Félix Ferreira

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Na mesa de Jesus todos têm um lugar. No perdão de Jesus cabem todos e cabem os maiores pecadores, porque o Amor, quando acolhido, tem sempre a última palavra. O que Jesus rejeita em nós é o pecado. O Senhor jamais nos rejeitaria, antes pelo contrário, é quando Ele nos ama ainda mais... de um amor que chora lágrimas de compaixão, como Ele também chorou naqueles dias por Jerusalém. Na mesa de Jesus há sempre um lugar para ti.

 

Texto de Victor Ferreira


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Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 SEJA FEITA A TUA BONDADE!

"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)

Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.

Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.

Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"

Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.

À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:

Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!

Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)

"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)

 

Eneida Costa

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