Nº 977

 

SANTA MARIA, MÃE DE DEUS

 

Olhos atentos! Sorriso vigilante! Mãos erguidas!

Ouvidos em alerta máximo! Palavras verdadeiras!

Braços de dimensão infinita! Pés que vão ao encontro!

São assim, as nossas Mães!

 

Perante a imagem mais singela que representa a grandeza de Maria,
o nosso coração fica contrito e as lágrimas não se detêm…

É o nosso peito que se rasga ao reconhecermos o quanto somos pequenos e pecadores.

Em Nazaré, pelas montanhas de Judá, em Belém, no Egipto, em Jerusalém, em Canaã, no Calvário, em qualquer lugar desta Terra,

Nossa Senhora desperta aromas de Paz e Perdão.

Em Maria a nossa Esperança floresce. A Misericórdia de Deus incarna.

É dia de louvarmos Santa Maria, Mãe de Deus e Nossa Mãe, na humildade do Presépio!

Os Pastores inquietam o coração da Mãe do Príncipe da Paz com hinos de glória:

No silêncio acolhia cada sílaba.

Olhava ternamente para o Menino e para José.

Recordava tudo o que o Anjo havia revelado.

E… apesar do frio do estábulo, Maria sabia que no Seu “SIM!” a promessa divina era cumprida.

Nossa Senhora,

Padroeira de todos os pecadores,

Tu que és a voz da caridade, escuta esta nossa oração:

Que este novo ano de 2021 abasteça a nossa Alma com a Tua Fé…

Que a Tua Fé renasça na terra fecunda como o Trigo…

Que o Pão nunca falte na Casa de quem Te louva…

Que o louvor a Ti seja infinito e terno…

Que a Tua ternura se reflita no Amor que partilhamos com a humanidade inteira.

Façamos silêncio…

Santa Maria, Mãe de Deus, quer-nos falar!

Escutemos o pulsar do Seu coração!

Liliana Dinis

 

MEDITAR

Como os magos, sempre à procura da verdade que nos precede

A Epifania do Senhor é a sua manifestação, a revelação aos gentios de todo o mundo do Menino nascido em Belém e já encontrado por Israel através dos pastores (cf. Lucas 2, 8-20). À manjedoura chegam também os magos, isto é, sábios, buscadores de Deus que não pertencem ao povo dos crentes no Deus único, a Israel.

Vêm daquelas terras do Oriente que desde sempre surgem a nós, ocidentais, como lugares em que os seres humanos praticaram, mais do que noutras culturas, uma procura da verdade marcada por uma purificada luta anti idolátrica. Como esquecer que naquele tempo, e desde já há alguns séculos, existiam o budismo e as outras "vias religiosas" orientais, caminhos percorridos por homens e mulheres em busca de salvação e luz para as suas vidas?

O obscuro nascimento daquele Menino em Belém, de uma família de pobres, atrai assim estes magos, porque a incarnação do Filho de Deus era a maneira com que o próprio Deus desejava unir-se a cada ser humano e a toda a humanidade.

O rei de Israel, o rei que está no trono de David (cf. Lc 1, 32-33), é também o esperado por todos os gentios; para o encontrar, todavia, aqueles sábios deviam partir para Jerusalém (cf. Isaías 60, 1-6) e escutar as Escrituras que contêm as promessas de Deus guardadas pelo povo santo.

Eles encontram indicações e sinais para a sua procura no próprio céu, através de uma estrela que, no seu aparecimento, os coloca em viagem para um lugar ignoto; uma estrela que se assemelha mais a um mensageiro de Deus do que a um cometa, uma estrela que os guia para o encontro com aquele que tanto era esperado, e todavia até então tinha permanecido anónimo e desconhecido...

Mais em profundidade, é uma necessidade que os conduziu até Jesus, a necessidade de conhecer o outro, de sair da autorreferencialidade religiosa, de procurar uma verdade nunca possuída, que sempre nos precede.

O Menino nascido em Belém surge assim, hoje, como um dom de Deus a toda a humanidade e, ao mesmo tempo, como a expetativa de toda a humanidade, mesmo de quantos não conhecem a fé dos crentes no Deus único. E assim a bênção chega a todos os gentios (cf. Gálatas 3, 14), segundo a promessa feita a Abraão: «Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da Terra» (Génesis 28, 14).

Na descendência de Abraão coloca-se o próprio Jesus Cristo (cf. Mt 1,1), o Messias; mais: Ele é «a esperança dos confins da Terra» (Salmo 65, 6), capaz de atrair a si todos os seres humanos (cf. João 12, 32)...

Os magos deixaram a sua terra, o seu mundo, e empreenderam uma longa viagem; impelidos pela sua sede de verdade e salvação, caminharam com perseverança para uma meta, porque Deus faz-se encontro a quem o procura com sinceridade. E não foram sós: levaram consigo a sua cultura, a sua identidade, a sua história, tudo oferecendo ao Salvador.

O seu encontro com o Messias, porém, não marcou o fim da sua procura: continuaram a caminhar «seguindo outra estrada», como diz Mateus, ou seja, prosseguindo a sua procura da verdade de maneira diferente. A partir do seu exemplo, nós, cristãos, estamos dispostos a procurar com humildade aquela verdade que sempre nos precede e que, no fim da história, nos acolherá, juntamente com todos os homens, no Reino?

 

Enzo Bianchi (adaptado)

 

O que trouxemos para o ano novo?

Suspiramos, agora, de alívio ao compreender que o ano velho ficou para trás. Parece que nos saiu um peso de cima dos ombros, dos dias, do coração, da vida como a entendemos e entendíamos.

 Finalmente, ousamos fazer as malas para a viagem da novidade que o novo ano trará. Enquanto colocamos dentro destas tudo o que nos aconteceu, acabamos por nos deter neste ou naquele momento. Nesta ou naquela dificuldade. Nesta ou naquela pessoa. Dobramos tudo com o cuidado de quem sabe que abrirá, em breve, a mochila.

 Neste processo de arrumação e de balanço, talvez haja algumas coisas que não valerá a pena dobrar e guardar. Quais? Para cada um de nós serão “peças” diferentes. Nem todos encontramos sentido nas mesmas coisas. Nem todos estamos preparados para varrer o lixo e para deitar fora as roupas que já não nos servem e que já não vestimos há um par de eternidades.

No entanto, julgo que podemos refletir em conjunto sobre aquilo que vale a pena deixar para trás.

 Talvez valha a pena ter a coragem de ter deixado em 2020 o que nos tornou pessoas menos tolerantes, mais azedas, menos simpáticas.

 Talvez seja importante colocar um ponto final nas histórias que já não fazem sentido. Que não nos acrescentaram vida nem nada de bom.

 Nesta fase tão difícil em que nos encontramos todos (por tantas e tão diferentes razões) quem queremos que continue connosco? Ao nosso lado? A dar-nos a mão ou a ralhar-nos quando precisarmos disso?

Quem queremos deixar ir por não ter sabido estar à altura da nossa amizade e da nossa confiança?

Que força queremos continuar neste novo ano? A força de uma tempestade que leva tudo à frente ou a de uma árvore que tem a humildade de saber estar, sem perder o norte às suas raízes?

Que projetos precisamos de levar a cabo? De erguer para nós, para os outros, para a nossa comunidade, para a nossa família, para a nossa cidade, para o nosso país?

Para cada uma destas questões (se nos atrevermos a fazê-las) encontraremos respostas diferentes. Mais ou menos cobardes. Mais ou menos precisas. Mais ou menos misteriosas.

Ainda assim, e sabendo que todos somos um projeto em permanente construção, que respostas nos queremos dar?

2021 já chegou.

Vamos juntos?

Marta Arrais (adaptado)

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 Esta pequena esperança que parece uma coisa de nada,

esta pequena rapariguinha esperança.

Imortal.

Pelo caminho escarpado, arenoso e estreito,

segue a pequena esperança

como uma criança sem forças para caminhar.

Mas na realidade é ela

quem faz andar o mundo inteiro.

 

Excerto de um poema de Charles Péguy

 


 

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PENSAMENTO DA SEMANA

 

Não se caminha quando não se acredita.
Não se estende a mão quando não se ama.
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