Nº 460

 

DEUS NÃO VALE UM CHOCOLATE

Quanto vale Deus?

Deus não vale um chocolate, nem um bombom.

Se pensas que vale um par de calças, de sapatos, uma camisa… Deus também não vale tanto como isso.

Ele nem sequer vale um jogo de futebol, uma novela, um filme.

Deus não vale um “fio de conversa”, um olhar, um sorriso… Não vale uma casa, uma ida ao super-mercado, um carro...

A leitura que serviu de reflexão com a comunidade com quem celebrei ontem a fé, dizia que Jesus tinha tomado uma atitude um pouco esquisita e que é “feio” de se fazer. Dizia que Ele se sentou, ficou comodamente instalado, a espiar o que cada um depositava no tesouro do templo. Viu somas avultadas e outras mais modestas. Às tantas, surge uma pobre viúva que deita duas pequenas moedas e Ele logo diz, alto e bom som: “deitou mais do que todos”.

Imagino como ela se deve ter sentido. Olhada por todos e a pensar se seria um elogio ou uma crítica pelo pouco que tinha depositado. Baixou os olhos e saiu apressadamente. Sabia que não tinha mais nada. Tinha dado tudo o que tinha de valor material e nele ia todo  o seu amor. Quem dá tudo é porque ama e aqui não era um amor supérfluo, mas um amor a quem se deve dar tudo. Um amor ao próprio Deus. Deu-Lhe tudo sem ficar com nada para si. E no dar tudo ia o tempo, os pensamentos, as palavras, a dedicação, o trabalho, a própria vida.

Ofereceu tudo o que tinha, sem ficar com nada para si. Sabia que amor com amor se paga e se recebera tudo de Deus que é amor, quis retribuir com o mesmo amor dando tudo o que possuía a Deus.

Para ela, Deus valia tudo.

Somos olhados hoje por Jesus. Não um olhar qualquer, mas um olhar para dizer bem alto da nossa oferta de amor a Deus. Oferta de vida, de pensamentos, de palavras, de trabalho… Oferta real e verdadeira. Oferta sincera e acolhedora.

Há um momento na celebração da fé que quer significar esta oferta ao bom Deus. Reconhecemos que Ele nos deu tudo e, neste tudo, está o Seu amor. Eu, reconhecido, também lhe oferto o que tenho e o que sou. Recolhido em mim e reconhecendo a Sua presença na minha vida dou-Lhe tempo, palavras, silêncio e até bens como aquela mulher que depositou “tudo o que tinha no tesouro do templo”.

O momento a que me refiro chama-se ofertório que vem de oferecer. Mas esta oferta deve ser de todos os dias. Dar a Deus tempo na minha conversa com Ele, nos meus pensamentos, no meu trabalho, nas minhas atitudes, na minha presença e entrega aos irmãos.

Deus vale tudo isto. Mas será que é assim?

Pe. Manuel António

A liturgia deste domingo apresenta um apelo veemente à vigilância. O cristão não deve instalar-se no comodismo, na passividade, no desleixo, na rotina; mas deve caminhar, sempre atento e sempre vigilante, preparado para acolher o Senhor que vem e para responder aos seus desafios.

A primeira leitura convida os homens – todos os homens, de todas as raças e nações – a dirigirem-se à montanha onde reside o Senhor… É do encontro com o Senhor e com a sua Palavra que resultará um mundo de concórdia, de harmonia, de paz sem fim.

A segunda leitura recomenda aos crentes que despertem da letargia que os mantém presos ao mundo das trevas (o mundo do egoísmo, da injustiça, da mentira, do pecado), que se vistam da luz (a vida de Deus, que Cristo ofereceu a todos) e que caminhem, com alegria e esperança, ao encontro de Jesus, ao encontro da salvação.

O Evangelho apela à vigilância. O crente ideal não vive mergulhado nos prazeres que alienam, nem se deixa sufocar pelo trabalho excessivo, nem adormece numa passividade que lhe rouba as oportunidades; o crente ideal está, em cada minuto que passa, atento e vigilante, acolhendo o Senhor que vem, respondendo aos seus desafios, cumprindo o seu papel, empenhando-se na construção do “Reino”.

Dehonianos)

 

MEDITAR

"Oxalá, Senhor, que ouças a minha voz.
Aqui estou.
Sem grandes palavras para dizer.
Sem grandes obras para oferecer.
Sem grandes gestos para fazer.
Sozinho aqui. Sozinho. Contigo.
Receberei aquilo que me queiras dar:
luz ou sombra. Sorte ou adversidade.
Alegria ou tristeza. Calma ou dificuldade.
E receberei sereno,
com um coração sossegado,
porque sei que Tu, meu Deus,
também és um Deus pobre.
Um Deus que não exige, mas que convida.
Que não força, mas que espera.
Que não obriga, mas que ama.
E eu mesmo farei no meu mundo,
com os meus amigos, com a minha vida:
aceitar o que vier como um presente.
Eliminar do meu dicionário a exigência.
Perguntar aos outros: “O que precisas?”
“Que posso fazer por Ti?”
E dizer poucas vezes “quero” ou “dá-me”.
E assim avanço, Deus: Aqui,
sem mais nada, sozinho.
Em silêncio. Contigo, meu Deus pobre.

[Autor desconhecido] 

 

CONTO (328)

OS COMENTÁRIOS

Numa tarde de domingo, viajava no comboio uma jovem de vinte anos, vestida com simplicidade, com aspecto de quem está cansada e cheia de sono. Aproveita para dormir.

Ao lado, viajam umas senhoras elegantes que regressam de uma festa de aniversário.

Uma delas não gosta de estar ao lado da jovem e diz em voz baixa para as outras:

- Esta deve ser alguma dessas jovens que abandonou o marido e os filhos.

As outras continuavam no mesmo tom, sussurrando:

- Talvez seja uma drogada que anda por aí pelas ruas, sozinha.

E continuavam os comentários:

- Deve ser uma dessas jovens emigrantes em busca de trabalho.

Foi então que o comboio parou e a jovem acordou. Encontrou-se com caras de poucos amigos. Sorriu, saudou essas mulheres e disse-lhes:

Desculpem se vos incomodei. Estive todo o fim-de-semana com crianças deficientes, que me deixaram muito cansada. Mas gosto de ser voluntária, de ajudar por amor os necessitados.

in, TUTTI FRUTTI de Pedrosa Ferreira

 

 

 

Duas coisas indicam fraqueza - calar-se quando é preciso falar, e falar quando é preciso calar-se.
Provérbio persa
 
A gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela: é preciso fazê-lo descer a escada, degrau por degrau.
Mark Twain
 

 

INFORMAÇÕES

 

PEDITÓRIO

O peditório anual para a Liga Portuguesa Contra o Cancro que se realizou nos dias 29, 30 e 31 de Outubro e 1 de Novembro de 2010, rendeu 937,20€ na paróquia do Norte Grande. A Liga agradece a todas as pessoas que ajudaram a fazer o peditório bem como a todas as que contribuíram com os seus haveres.

 

CLÍNICA DOS BOMBEIROS DA CALHETA

A Direcção da Associação de Bombeiros Voluntários da Calheta terá na sua Clínica de Especialidades Médicas, com data ainda por marcar, o Sr. Dr. Francisco Manuel Aguiar, na especialidade de Otorrinolaringologia.

 

Na eventualidade de haver utentes interessados nesta especialidade, podem fazer a marcação na secretaria da Instituição ou através dos seguintes números de telefone 295 460 111 (secretaria) 295460110 (geral).

 

 

Actuação do grupo de teatro do Norte Grande, com a peça “Quem casa quer casa”, no dia 4 de Dezembro de 2010, pelas 20H30, no Salão Paroquial do Norte Pequeno.

Uma iniciativa do Museu Francisco de Lacerda.

 

FESTA DE SANTA BÁRBARA

TRÍDUO - 1, 2 e 3 de Dezembro - Eucaristia às 19 horas

                        Confissões no dia 1 de Dezembro às 19 horas

 

FESTA dia 5 de Dezembro - Eucaristia de festa às 14 horas seguida de

                                                           Procissão

TEATRO

 


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Agenda Pastoral

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Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 SEJA FEITA A TUA BONDADE!

"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)

Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.

Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.

Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"

Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.

À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:

Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!

Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)

"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)

 

Eneida Costa

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