Nº 972
NÃO HAVERÁ NATAL???...
Claro que sim!
Mais silencioso e com mais profundidade,
Mais parecido com o primeiro em que Jesus nasceu em solidão.
Sem muitas luzes na terra,
mas com a da estrela de Belém
fulgurando trilhas de vida em sua imensidão.
Sem cortejos reais colossais,
mas com a humildade de sentir-nos
pastores e servos buscando a Verdade.
Sem grandes mesas e com amargas ausências,
mas com a presença de um Deus que tudo plenificará.
Não haverá Natal?
Claro que sim!
Sem as ruas a transbordar,
mas com o coração aquecido
pelo que está por chegar.
Sem barulhos nem ruídos,
propagandas ou foguetes...
mas vivendo o Mistério sem medo
do "covid-herodes" que pretende
tirar-nos até o sonho da esperança.
Haverá Natal porque Deus está ao nosso lado
e partilha, como Cristo no presépio,
nossa pobreza, prova, pranto, angustia e orfandade.
Haverá Natal porque necessitamos
de uma luz divina no meio de tanta escuridão.
A Covid19 nunca poderá chegar ao coração nem à alma
dos que no céu põe sua esperança e seu maior ideal.
Haverá Natal!
Cantaremos nossos cantos natalinos!
Deus nascerá e nos trará a liberdade!
Pe. Javier Leoz
MEDITAR
Amor ou pecado: o que pesa mais na divina balança do juízo final?
Uma cena poderosa, dramática, o «juízo universal» (Mateus 25,31-46), que, na realidade, é o desvelamento verdade última do viver, revelação daquilo que permanece não mais nada permanece: o amor.
O Evangelho responde à mais sérias das perguntas: que fizeste do teu irmão? E elenca seis obras, mas depois vai mais além: o que fizeste a um dos meus irmãos mais pequenos, a mim o fizeste! Extraordinário: Jesus estabelece um laço apertado entre si e os seres humanos, de tal maneira que chega a identificar-se com eles: fizeste-o a mim! O pobre é como Deus, corpo e carne de Deus. O céu onde o Pai habita são os seus filhos.
Destaco três palavras da passagem: 1) Deus é aquele que estende a mão, porque lhe falta algo. Revelação que revira as antigas ideias sobre o divino. É preciso enamorar-se deste Deus enamorado e precisado, mendigo de pão e de casa, que não procura veneração para si, mas para os seus amados. A todos quer saciados, vestidos, curados, libertados. E até quando houver um só sofredor, Ele também o será. Diante deste Deus encanto-me, acolho-o, entro no seu mundo.
2) A questão do juízo não é o mal, mas o bem. A medida do ser humano e de Deus, a medida última da história não é o negativo ou a sombra, mas o positivo e a luz. Os balanços de Deus não pesarão os pecados, mas a bondade; não pesam toda a minha vida, mas só a parte boa. Palavra do Evangelho: a verdade do ser humano não são as suas fraquezas, mas a beleza do coração. Juízo divinamente truncado, em cuja balança um pouco de bom trigo pesa mais do que toda a cizânia do campo.
3) Ao entardecer da vida seremos julgados só pelo amor, não pelas devoções ou ritos religiosos, mas pelo laico carregar da dor do ser humano. O Senhor não olhará para mim, mas à volta de mim, àqueles de quem assumi o cuidado. «Se me fecho no meu eu, ainda que seja adornado de todas virtudes, e não participo na existência dos outros, se não sou sensível e não me comprometo, posso inclusive estar privado de pecados, mas vivo numa situação de pecado» (G. Vannucci). A fé não se reduz, porém, a realizar boas ações, deve permanecer escandalosa: o pobre como Deus!
Um Deus enamorado que repete sobre cada filho o canto exultante de Adão: «Verdadeiramente tu és carne da minha carne, respiração da minha respiração, corpo do meu corpo». Depois há aqueles que são mandados embora. A sua culpa? Escolheram a distância: afastai-vos de mim, vós que vos afastastes dos irmãos. Não fizestes mal aos pobres, não os humilhastes, simplesmente não fizestes nada. Indiferentes, distantes, corações ausentes que não sabem nem chorar nem abraçar, vivos e já mortos (cf. C. Péguy).
Ermes Ronchi
A barca da alegria
Faz-nos navegar, Senhor, na barca da alegria que largámos em algum lugar, oculta entre os ramos e a folhagem. Torna-nos disponíveis para as viagens longas, como sempre são as viagens do coração.
Que saibamos viajar pela rota das palavras reencontradas, das conversas reveladoras sem um mapa preciso, como as trajetórias dos pássaros, inesperadamente felizes. Faz com que ousemos compreender a maneira em que o Espírito ilumina o nosso presente, com os seus surpreendentes atravessamentos de portas fechadas e de incredulidades consolidadas.
Que nenhum ressentimento alente o vínculo que nos liga à memória do amor. Ajuda-nos a acolher a força trémula e fortíssima da Vida, que perdura em nós como um chamamento incessante.
Ajuda-nos a não menosprezar as nossas mãos vazias, mas a compreender que são remos para o nosso navegar entre espera e promessa. Ajuda-nos a não eliminar espiritualmente a pobreza, recordando-nos que a pertencemos a uma multidão de sedentos, de impacientes, de desejadores.
Mantém-nos distantes do tempo interrompido e obscuro em que experimentamos a negação de nós mesmos e de ti. Faz com que não nos esqueçamos que o teu amor é capaz de transformar em desejo incandescente as nossas ruinas, paralisias e desistências.
E no acolhimento deste amor, faz deflagrar em nós a força geradora da Tua Presença radiosa.
Card. José Tolentino Mendonça
PENSAMENTO DA SEMANA
Eu não sou professor
Para te ensinar a amar,
Também os peixes não precisam de um professor
Que os ensine a nadar
E os pássaros de um professor
Que os ensine a voar.
Nada pelos teus próprios meios.
Voa pelos teus próprios meios.
O amor não tem manuais
E os maiores amantes da história
Não sabiam ler.
Nizar Kabbani
INFORMAÇÕES
FESTA DE SANTA CATARINA
TRÍDUO - 22, 23 e 24 de novembro.
Dias 23 e 24 - missa às 19 horas.
Dia 23 - confissões das 18 às 19 horas
DIA 25 - EUCARISTIA DE FESTA às 11 horas seguida de arrematações.
Faça download desta Carta Familiar em formato PDF: Nº 972
Agenda Pastoral
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Nº 1173Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
SEJA FEITA A TUA BONDADE!
"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)
Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.
Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.
Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"
Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.
À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:
Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!
Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)
"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)
Eneida Costa
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