Nº 457
SEMANA DOS SEMINÁRIOS
Às vezes sabe bem recordar.
Esta semana era para ser preenchida com trabalho e reflexões sobre os Seminários. Por mais simples que seja esta publicação, deve dedicar algum espaço ao tema por ser distribuída nas Igrejas onde habitualmente se reúnem as comunidades para celebrar a fé no Senhor Ressuscitado.
Existe uma diferença muito grande entre o tempo em que fui para o Seminário de Luanda e o tempo em que estamos a construir a nossa história quotidiana. Naquele tempo não havia a “Semana dos Seminários”, esta era substituída pela vida familiar. Fazia parte da vida familiar um tempo de oração em que todos, desde os mais novos aos mais velhos, criavam uma relação com Deus, percebendo n’Ele um Pai Providente e Amigo e em Jesus Cristo um irmão.
A vida familiar era exercício de entreajuda e amizade. Cultivo de acolhimento e dedicação.
O tempo que se dedicava à celebração comunitária era também tempo de criar laços de amizade e entreajuda entre todos. O adro da Igreja era como que a “sala de visitas” das famílias. Era encontro rememorativo e, ao mesmo tempo, de aprofundamento de laços de amizade e de construção de futuro. Ali se recordavam histórias de perto e de longe. Ali se combinava a vida e se procurava o conselho necessário para a vida que se ia construindo.
A vida hoje é muito diferente mas não deixa de ser entusiasmante e desafiadora da felicidade que todos procuramos e queremos construir. É necessário audácia e espírito de aventura. Mostrar alegria na fé que se tem. Tem razão aquele individuo que me dizia há poucos dias: «as pessoas que saem da missa não têm um ar alegre e feliz! Vêm tristes e cansadas». Se esta é a imagem dos que celebraram a fé num Deus que é portador de vida e felicidade, que é pai e amigo, de facto não pode ser muito entusiasmante.
Penso que é necessário refazer o caminho cristão da alegria, da entreajuda, do bem, da felicidade. Este é o melhor sentido a dar à “Semana dos Seminários”.
Fácil é fazer uma orações para que o Senhor desperte muitas e santas vocações. Como é fácil contribuir com algum dinheiro para os Seminários e ficarmos com a consciência tranquila de que fizemos alguma coisa, talvez o que nos foi pedido.
Mas mostrar a alegria da fé que nos anima. Da celebração festiva que faz vibrar o coração de quem se sente próximo de Deus e dos irmãos, isso já é mais contagiante e capaz de chegar a mais irmãos.
Parece-me que precisamos mais de um tempo de testemunho de fé viva e alegre do que coisas que se ficam por uns papeis, uns encontros e umas orações.
Pe. Manuel António
XXXII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Tema:
A liturgia deste domingo propõe-nos uma reflexão sobre os horizontes últimos do homem e garante-nos a vida que não acaba.
Na primeira leitura, temos o testemunho de sete irmãos que deram a vida pela sua fé, durante a perseguição movida contra os judeus por Antíoco IV Epifanes. Aquilo que motivou os sete irmãos mártires, que lhes deu força para enfrentar a tortura e a morte foi, precisamente, a certeza de que Deus reserva a vida eterna àqueles que, neste mundo, percorrem, com fidelidade, os seus caminhos.
No Evangelho, Jesus garante que a ressurreição é a realidade que nos espera. No entanto, não vale a pena estar a julgar e a imaginar essa realidade à luz das categorias que marcam a nossa existência finita e limitada neste mundo; a nossa existência de ressuscitados será uma existência plena, total, nova. A forma como isso acontecerá é um mistério; mas a ressurreição é uma certeza absoluta no horizonte do crente.
Na segunda leitura temos um convite a manter o diálogo e a comunhão com Deus, enquanto esperamos que chegue a segunda vinda de Cristo e a vida nova que Deus nos reserva. Só com a oração será possível mantermo-nos fiéis ao Evangelho e ter a coragem de anunciar a todos os homens a Boa Nova da salvação.
(Dehonianos)
MEDITAR
POEMA:
Semeia em mim, Senhor.
Porque não quero deixar a Tua semente à beira do caminho;
Não quero que se afogue a palavra no meio das pedras;
Não quero a satisfação fácil de quem se limita a ouvir;
Não quero ser alguém sem raiz ou inconstante,
Alguém que hesita entre o sim e o não da conveniência.
Também não quero deixar-me cair entre os espinhos,
Porque conheço a minha fraqueza,
Porque, depressa Te venderia por um capricho
Porque conheço os meus oportunismos,
Porque me habituei a servir a dois senhores.
Que a tua palavra entre em mim pela porta grande,
Aquela que se abre aos amigos,
Aquela que oferece sempre à entrada o calor de um abraço,
Aquela que é esperança, alegria e festa para todos os que entram em casa.
Fala, Senhor
Quero conhecer os Teus caminhos.
Ensina-me as Tuas veredas.
Guia-me e ensina-me a Tua sabedoria!
Fala, Senhor.
In ,Agência Ecclesia
CONTO (325)
ESCONDER
Um dia, os deuses decidiram criar o homem e a mulher à sua imagem e semelhança. Porém, um deles disse:
- Se vamos criá-los à nossa imagem e semelhança, irão ser iguais a nós. E então estaremos a criar novos deuses. Devemos tirar-lhes algo.
Decidiram então que lhes iriam tirar a felicidade. Mas o problema era onde escondê-la para que nunca a encontrassem. E começaram a discutir.
- Vamos escondê-la na montanha mais alta.
- Vamos escondê-la na profundidade dos mares.
- Vamos escondê-la num planeta distante.
Depois de muito discutirem, argumentando que os homens, apesar de tudo acabariam por encontrá-la, um deles disse:
- Creio que podemos esconder a felicidade num lugar que eles nunca descobrirão.
Todos ficaram espantados e perguntaram:
- Onde?
- No íntimo deles. Estarão tão preocupados em buscá-la fora de si sem imaginarem que está consigo.
in, TUTTI FRUTTI de Pedrosa Ferreira
ESCREVE-ME
Escreve-me! Ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d'açucenas!
Escreve-me! Há tanto, há tanto tempo
Que te não vejo, amor! Meu coração
Morreu já e no mundo aos pobres mortos
Ninguém nega uma frase d'oração!
"Amo-te!" Cinco letras pequeninas,
Folhas leves e tenras de boninas,
Um poema d'amor e felicidade!
Não queres mandar-me esta palavra apenas?
Olha, manda então... brandas... serenas...
Cinco pétalas roxas de saudade...
Florbela Espanca
INFORMAÇÕES
RETIRO DE JOVENS
A Equipa da Pastoral Juvenil de Ilha está a organizar um retiro para os jovens que já se crismaram. Estão abertas as inscrições até ao dia 8 de Novembro. O retiro será nos dias 12, 13 e 14 de Novembro e será realizado nos moldes habituais. As inscrições devem ser entregues aos respectivos párocos.
RECICLAGEM PARA CATEQUISTAS
O Secretariado Diocesano da Catequese virá à Ilha de São Jorge realizar uma reciclagem acerca do Curso de Iniciação para Catequistas, com início no dia 14 de Novembro. Apelo aos catequistas que procurem frequentar esta iniciativa assim como todas as pessoas que o queiram frequentar mesmo que não dêem catequese.
Será no Salão Paroquial da Urzelina com início no dia 14 de Novembro às 16 horas e nos dias 15, 16 e 17 às 20 horas.
SINOS E RELÓGIO DA RIBEIRA SECA
As despesas com os sinos e relógio da Ribeira Seca foram as seguintes: madeira para os cepos 811,70€; ferragens para os sinos 2.412,03€; relógio e colocação (continente) 11.950,00; tirar e colocar os sinos 150,00€; electrificação 291,82€; porta para a sineira 200,00€ e transportes 45,60€. Total 15.862,15€
A comissão agradece a ajuda e colaboração prestada.
Faça download desta Carta Familiar em formato PDF: Nº 457
Agenda Pastoral
Destaque
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Nº 1173Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
SEJA FEITA A TUA BONDADE!
"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)
Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.
Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.
Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"
Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.
À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:
Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!
Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)
"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)
Eneida Costa
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