Nº 456

SANTOS
Há muita curiosidade nas suas perguntas. Às vezes trazem a marca da curiosidade, outras para experimentar.
Na última aula foi o Joaquim que levantou o dedo para perguntar:
- Senhor professor, o céu existe?
- Sim senhor! Existe!
E, de rompante, surge outra pergunta:
- E o inferno?
E o Joaquim foi perguntando por anjos e demónios. Como era o céu e se lá existia televisão e o que as pessoas faziam, divertimentos e comidas. Foi uma aula cheia.
A curiosidade dos mais pequenos reflecte a curiosidade dos adultos. Todos gostaríamos de poder saber e conhecer. Ter certezas mais palpáveis sobre a realidade dos transcendente. Até os que se dizem “não acreditar”, no fundo gostariam de ter certezas mesmo nesse “não acreditar”.
O mês de Novembro inicia com a festa de Todos-os-Santos e, também é o mês dos fiéis defuntos ou das almas como se dizia antigamente. Somos levados a olhar e a reconhecer o transcendente nas nossas vidas. Levados a reconhecer a acção de Deus em nós e no nosso mundo.
Com os santos queremos celebrar aqueles que nos precederam e já se encontram junto de Deus. Viveram a sua vida quotidiana procurando o bem para si e para os outros. Vida experimentada pela alegria e pela tristeza, pela virtude e pelas fragilidades.
Santos são aqueles que nos ajudam a perceber, a ler o amor de Deus em nossas vidas já e aqui neste momento. Por isso dizemos de uma pessoa em que reconhecemos a bondade presente que é um santo. E, felizmente, que há muita gente assim, que nos ajuda a viver e a experimentar a felicidade, gente dócil e dedicada gratuitamente ao pé de quem nos sentimos acolhidos.
Fiéis defuntos, para mim, são como que as raízes que nos unem, nos ligam à história, à cultura. Caminhada que foi feita antes de nós e que foi preparação da nossa. Legado deixado ao tempo presente pelo qual nos devemos sentir responsabilizados. Daqui o nosso empenho na construção de uma sociedade e um mundo que seja reflexo para o futuro da nossa passagem pelo mundo.
Pelo cair das folhas, o tempo cinzento, noites mais longas, pode parecer um convite à tristeza, ao abatimento. Mas não deve ser assim. Devemos olhar para este mês e este tempo como a possibilidade de crescer mais pela dedicação e amor aos outros.
Pe. Manuel António
XXXI DOMINGO DO TEMPO COMUM
Tema:
A liturgia deste domingo convida-nos a contemplar o quadro do amor de Deus. Apresenta-nos um Deus que ama todos os seus filhos sem excluir ninguém, nem sequer os pecadores, os maus, os marginais, os “impuros”; e mostra como só o amor é transformador e revivificador.
Na primeira leitura um “sábio” de Israel explica a “moderação” com que Deus tratou os opressores egípcios. Essa moderação explica-se por uma lógica de amor: esse Deus omnipotente, que criou tudo, ama com amor de Pai cada ser que saiu das suas mãos – mesmo os opressores, mesmo os egípcios – porque todos são seus filhos.
O Evangelho apresenta a história de um homem pecador, marginalizado e desprezado pelos seus concidadãos, que se encontrou com Jesus e descobriu n’Ele o rosto do Deus que ama… Convidado a sentar-se à mesa do “Reino”, esse homem egoísta e mau deixou-se transformar pelo amor de Deus e tornou-se um homem generoso, capaz de partilhar os seus bens e de se comover com a sorte dos pobres.
A segunda leitura faz referência ao amor de Deus, pondo em relevo o seu papel na salvação do homem (é d’Ele que parte o chamamento inicial à salvação; Ele acompanha com amor a caminhada diária do homem; Ele dá-lhe, no final da caminhada, a vida plena)… Além disso, avisa os crentes para que não se deixem manipular por fantasias de fanáticos que aparecem, por vezes, a perturbar o caminho normal do cristão.
(Dehonianos)
MEDITAR
NÃO A META, MAS O CAMINHO
A vida cristã não consiste em sermos piedosos,
mas em nos tornarmos piedosos.
Não em sermos saudáveis,
mas em sermos curados.
Não importa o ser,
mas o tornar-se.
A vida cristã não é descanso,
mas é um constante exercitar-se.
Ainda não somos o que devemos ser,
mas em tal seremos transformados.
Nem tudo já aconteceu e nem tudo já foi feito,
mas tudo está em andamento.
A vida cristã não é a meta, mas o caminho.
Ainda nem tudo é luz ou brilha,
mas tudo está a melhorar.
Martinho Lutero
CONTO (324)
A CARROÇA
Certa manhã, bem cedo, o meu pai convidou-me para um passeio no campo, a fim de ouvir o cantar dos pássaros. Concordei com grande alegria e lá fomos.
A um certo momento, depois de um breve silêncio, perguntou-me:
- Estás a ouvir algo mais que o canto dos pássaros?
Apurei o ouvido e respondi:
- Estou a ouvir o barulho de uma carroça, que deve estar a descer pelo caminho abaixo.
- Isso mesmo… É uma carroça vazia.
Como do lugar onde estávamos era impossível ver o caminho empedrado, perguntei:
- Como é que o pai sabe que está vazia?
- É muito fácil saber que é uma carroça vazia. Sabes porquê?
Respondi intrigado:
- Não!
O meu pai pôs-me a mão no ombro, olhou-me nos olhos e explicou.
- Por causa do barulho que faz. Quanto mais vazia é a carroça, maior é o barulho que faz.
Quando eu, agora adulto, ouço as pessoas barulhentas e com elas tento dialogar, lembro-me da história da carroça.
in, TUTTI FRUTTI de Pedrosa Ferreira
INFORMAÇÕES
MÊS DAS ALMAS NA RIBEIRA SECA
FEC lança presentes solidários
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Agenda Pastoral
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Nº1103Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
A CRIANÇA OCULTA
As crianças são bocados de Deus e não sabem,
vão saltando na chuva e não se molham,
beijam o ar sem o possuir,
dão prendas sem preço, brincam sozinhas
com bolas celestiais
e estão acompanhadas de toda a presença.
Pedro Miguel Lamet, sj, in Saborear e Saber
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