Nº 923

 

PESSOAS QUE SOMAM

 

Tenho pensado nas pessoas que somam:

 

Nessas que conseguem perscrutar as angústias da vida por detrás de um sorriso forçado e têm coragem de nos confrontar e dizer: “Tu não estás bem. Sabes que estou aqui, sempre que precisares… e não precisares”.

 

Nessas que conseguem semear a esperança nos vasos da entrada da nossa casa, e garantir-nos que esta dá alento à vida e faz mover os nossos passos;

 

Nessas que discretamente se levantam e dão um lugar a um idoso ou criança não por cumprimento da lei, mas por respeito pela dignidade;

 

Nessas que noite fora se sentam junto aos doentes e emprestam os ouvidos para escutar gemidos silenciados;

 

Nessas que pegam com muita delicadeza as feridas da alma, que o tempo não cura, e as sabem conduzir ao remédio sagrado;

 

Nessas que nos lembram que a vida é um tesouro, um dom incomensurável, e que parte de nós potenciar os talentos que recebemos;

 

Nessas que nos lançam para a frente e nos lembram que as bolhas dos pés da caminhada não podem ser entrave para desbravar novos caminhos;

 

Nessas que nos acolhem por aquilo que somos e não nos identificam por aquilo que temos;

 

Nessas que se movem menos pela competição e investem na cooperação;

 

Nessas que não nos deixam à deriva na vida, mas nos ajudam a chegar a porto seguro;

 

Nessas que criam laços e desatam nós da garganta;

 

Nessas, pessoas bonitas – no coração e na alma – que nos fazem acreditar que vale a pena todo o esforço, todo o empenho, toda a dedicação, toda a entrega, porque o retorno maior é a plenitude que recebemos;

 

E o mundo a precisar de pessoas que somam!...

 

Posso ser eu e podes ser tu!

Cristina Duarte

 

MEDITAR

As lágrimas do Papa Francisco

Comoveu muito ver o Papa Francisco chorar. Chorou no momento em que fazia cardeal a D. Sigitas Tamkevicius, arcebispo de Kaunas (segunda maior cidade da Lituânia), que foi feito prisioneiro pelo regime comunista, enviado para um gulag (campo de concentração) e condenado a trabalhos forçados. A sua culpa era a de ser cristão e defender a liberdade contra a opressão de um regime injusto.

Não é novo vermos o Papa Francisco chorar. Sobretudo quando está perante situações de sofrimento humano. Chorou em Santa Marta por um grupo de cristãos que tinham sido crucificados, chorou pelos rohingyas quando esteve de visita a Myanmar, chorou perante as vítimas de abuso sexual...

Estas são as lágrimas que vimos e cujos motivos conhecemos. Quantas lágrimas chorará silenciosamente o papa, pelo mundo e pela Igreja, sem que as conheçamos.

Decidamo-nos a rezar pelo papa.

 

Pe. Hugo Gonçalves, do patriarcado de Lisboa

 

As lágrimas de Francisco são o preço da fidelidade ao Evangelho, que requer entrega corajosa para remar contra a corrente. Quem chora neste caso leva uma vida de sobressalto abalada quotidianamente por quem não se interessa com o Evangelho e o exemplo sofrido do Mestre, mas com a vida da chocadeira das mordomias que os tachos, os cargos, os títulos, o poder sempre conferem.

O Papa chora por causa deste mundo cruel, desumanizado, carregado de violência contra a vida inteira. E que a sua/nossa Igreja tantas vezes assobia para o lado.

As lágrimas do Papa refletem todo o sofrimento de um ancião que aceitou carregar a cruz de uma Igreja Católica cada vez mais remetida para dentro de si mesma. Parece preferir ser para sempre imutável, pois, cheia de si, despreza singelamente o pulsar da constante novidade que o Espírito de Deus não para de fazer germinar na vida multicolorida da humanidade.

As lágrimas de Francisco são o sinal fortíssimo de alguém que sente o peso da Cruz, quando podia estar sossegado no eldorado da sua reforma como fazem a maioria dos altos dignatários da Igreja.

Ele chora as suas derrotas, os insucessos porque a teimosia gelou os corações da maioria, que se organiza em grupos de guerrilheiros para minarem, achincalhar e destruíram a abertura das portas e janelas da Igreja Católica aos pobres, aos refugiados, aos habitantes da Amazónia, aos divorciamos, aos recasados, aos sacerdotes proscritos e a todos os que estão nas periferias do mundo.

?O Papa chora por cada um de nós, que diante da verdade preferimos o engano e a mentira porque é mais cómodo. A conversão constante dá trabalho e lança-nos no caminho da ação, por isso, estar quieto e contentar-se com o que há é suficiente. As lágrimas deste ancião valem mais do que todos os discursos do mundo. É o sinal do grito/alerta para a transformação da vida, porque o tempo e o modo da nossa existência gemem agoniados por cura e salvação.

 

Padre José Luís Rodrigues

 

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Eu penso que as melhores coisas da vida, são de graça: Um sorriso, um abraço, um olhar, um carinho, uma amizade, uma palavra, uma atitude, o vento no rosto, cheiro de terra molhada, a beleza de uma flor, a luz do sol e o brilho da lua.

E por serem de graça, muitas vezes passamos pelos caminhos da vida com tanta pressa, que não paramos para reparar nessas coisas, por isso, vamos caminhar devagar, o importante não é chegar primeiro, mas sim chegar, quem anda com pressa não repara ao redor, mas quem anda devagar, tem o privilégio de admirar, de sentir, de tocar e de viver as melhores coisas da vida, assim a caminhada será mais leve e chegaremos lá, com a certeza de que pelo caminho tivemos o cuidado de Deus nos proporcionando lindas surpresas enquanto caminhávamos.

 

Yla Fernandes

 


 INFORMAÇÕES

 

FESTIVAL DE MÚSICA DOS AÇORES

Na Igreja Matriz da Calheta, dia 27 de outubro, domingo, irá realizar-se o Festival de Música dos Açores. Nesta edição do Festival, que vai percorrer 5 ilhas, o destaque vai para o cruzamento entre as obras vocais de música renascentista e obras contemporâneas. O Festival tem a participação de grandes músicos da Europa e tem o apoio do governo de Áustria, dos Açores, bem como, de algumas Câmaras Municipais.

É um Festival que vale a pena ir assistir por raramente acontecer entre nós.

 

MISSA NO SANTUÁRIO DA CALDEIRA

No domingo, 27 de outubro, às 15h30 horas.


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Nº 1149

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Jesus veio ensinar-nos a conhecermo-nos tais como somos,
com a nossa vocação profunda para o amor,
com todos os nossos dons,
com toda a beleza que está em nós,
mas também com tudo o que está ferido,
com tudo o que é frágil,
com tudo o que é pobre.

Jean Vanier, in A Fonte das Lágrimas

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