Nº 902
Ser amigo é amar
O meu amigo mostra-me quem sou, impulsiona-me à perfeição de mim mesmo, porque vê o mais importante de mim e me ama.
O meu amigo não precisa de saber tudo sobre mim, porque não me quer julgar, precisa apenas de saber como estou… para saber o que pode fazer por mim. O mais importante é ajudarmo-nos, mais do que compreendermo-nos ou corrigirmo-nos.
A humildade que o amor exige é muito difícil porque implica assumir a fragilidade, pedir ajuda e aceitar ser ajudado. Ser amigo é dar sempre o que nos é pedido e… pedir quando é preciso, aceitando a resposta, qualquer que ela seja… por mais dura que possa ser.
Há poucos amigos. A amizade implica uma entrega muito maior do que aquela que é comum neste mundo, onde tantos se julgam e dizem ser amigos sem o ser.
É preciso estar aberto a partilhar com o nosso amigo o que somos e temos de bom e de mau, mas também acolher tudo o que se passa na sua vida… até mesmo a possível mentira que pode ser a sua amizade por nós.
Se a felicidade do nosso amigo não nos enche de alegria, tal como a sua angústia nos entristece, então não somos seus amigos. É mais difícil partilhar a graça do que a desgraça.
É pior desconfiar do que ser enganado, tal como é pior magoar do que ser magoado.
Nos amigos, os espaços e os tempos não são os mesmos, os ventos devem sempre poder dançar entre eles, nunca podem estar demasiado próximos, sob pena de se anularem e de deixarem de ser quem são.
As amizades podem até ter nascido de um instante, mas para se manterem verdadeiras precisam de um trabalho longo e constante, mais de atenção e cuidado do que de muitas produções. Depois, ficam para sempre, aconteça o que acontecer.
Que eu seja capaz de ser um refúgio onde o outro encontre a sua paz.
GENTE COM ALMA
SANTA ISABEL, RAINHA DE PORTUGAL (1271 – 1336)
Estamos a viver em pleno as festas em louvor do Divino Espírito Santo! Nas nossas comunidades, o ambiente é marcado pela alegria das gentes, pela fartura das mesas e pelo culto à Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.
Mas importa não esquecermos – as raízes, as origens, o berço – da maior manifestação religiosa e cultural do Povo Açoriano! Daí que tenha a graça de trazer a este espaço, a gloriosa memória de Santa Isabel, Rainha de Portugal.
Nascida na cidade espanhola de Saragoça em 1271, a filha dos reis de Aragão, Jaime e Catarina, recebeu nas águas do Batismo o nome de Isabel, em homenagem à sua tia-avó, rainha consorte da Hungria, também ela canonizada pela Igreja.
Aos 12 anos é dada em casamento ao rei de Portugal D. Dinis – o monarca que fica famoso na história lusitana por ter sido o fundador da Universidade de Coimbra, por ter mandado plantar o pinhal de Leiria e por ter composto umas cantiguinhas de amigo! Do casamento real nasceram D. Constança e D. Afonso.
Santa Isabel – nobre senhora de sangue e de Alma - sempre se dedicou ao cuidado dos súbitos mais pobres e desfavorecidos. Das suas bondosas mãos brotavam tantas esmolas e tantos favores, que ainda durante a sua vida foi aclamada como a Mãe dos Pobres!
Visitava com frequência os hospitais das principais cidades portuguesas, tratando ela mesma dos doentes e socorrendo com incansável caridade a indigência dos mais pobres.
A Rainha Santa destacou-se ainda como construtora da Paz! Tudo fez para evitar uma guerra civil em Portugal, acalmando o ímpeto guerrilheiro tanto do rei D. Dinis como do príncipe herdeiro, o futuro D. Afonso IV.
Verdadeira diplomata da Paz, Santa Isabel ainda conseguiu que fosse evitada uma guerra entre Portugal e o reino de Castela. Percorrendo longos e penosos caminhos, a Rainha da Paz conseguiu reconciliar D. Dinis com o genro, D. Fernando IV de Castela.
Segundo nos narram os seus mais prestigiados biógrafos, deve-se a Santa Isabel de Portugal a fundação das Festas em louvor do Divino Espírito Santo. Corria o ano de 1321 e a família real estava hospedada na Vila de Alenquer.
No final da Missa do Domingo de Pentecostes a Rainha Santa tirou a Coroa real da cabeça de D. Dinis e com ela coroou um Pobre! Em louvor da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, ordenou Santa Isabel que fosse oferecida a cada família uma refeição de carne, pão e vinho!
A Rainha e Mãe dos Pobres veio a falecer em Estremoz a 4 de julho de 1336. O seu venerável corpo repousa na igreja do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, na cidade de Coimbra.
Santa Isabel de Portugal foi canonizada pelo Papa Urbano VIII em 1625.
Padre Alexandre Medeiros
MEDITAR
UMA VIDA EM FESTA...
Só vale a pena celebrar a Vida
quando lhe descobrimos os segredos…
Vale a pena celebrar a Vida
quando fazemos mais do que existir.
Esse é o grande perigo, e o fracasso do coração humano:
gente que existe sem viver!
Como ser gaivota e não voar, ou cotovia e não cantar…
Vale a pena celebrar a Vida
quando sabemos que viver é renascer,
viver é ter-se nas mãos e fazer-se sem descansos…
Vale a pena celebrar a Vida
quando a saboreamos como dom a acolher
de mangas arregaçadas, pés ao caminho e coração sorridente…
Vale a pena celebrar a Vida
quando estamos dispostos a não lhe virar a cara,
quando descobrimos que não se aprende sem sofrer,
e que a Vida é uma história que se constrói na perseverança do Amor
que faz com que as dores de hoje sejam os partos de amanhã…
Vale a pena celebrar a Vida
quando o Deus da Vida não lhe é alheio,
quando os dias que despertam e adormecem
caminham de olhos erguidos para o Hoje Eterno de Deus,
quando a certeza da Plenitude anima a luta da construção…
Vale a pena celebrar a Vida
porque cada vez que o fazemos,
Deus faz festa connosco!
Rui Santiago cssr
PENSAMENTO DA SEMANA
MILAGRES, HOJE?...
Sim, hoje mesmo acontecem milagres à nossa volta.
Podemos experimentá-los na primeira pessoa ou ouvir falar dos que acontecem a outros. Pode ser uma cura inexplicável, um momento de graça, uma conquista aparentemente impossível. Mas, para lá dos milagres exteriores, palpáveis, muito mais abundantes são aqueles interiores, os que acontecem no coração - o nosso, o da vida, o do mundo.
Ansiamos todos por milagres e não se trata tanto de que nos aconteçam milagres mas que aconteçamos como milagre – porque o somos realmente. Ansiamos pela luz e não se trata tanto de “ter” luz mas de “ser” luz – porque o somos realmente. Ansiamos todos por bênçãos e não se trata tanto de receber bênçãos mas que o sejamos realmente na vida das pessoas à nossa volta.
João Delicado
INFORMAÇÕES
ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO
MANADAS - 5ª feira, 23 de maio, das 10 horas às 11 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia.
RIBEIRA SECA - 6ª feira, 24 de maio, das 18 horas às 19 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia.
Faça download desta Carta Familiar em formato PDF: Nº 902
Agenda Pastoral
Destaque
Mais Recente Carta Familiar em PDF!
Nº 1173Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
SEJA FEITA A TUA BONDADE!
"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)
Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.
Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.
Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"
Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.
À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:
Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!
Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)
"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)
Eneida Costa
Os nossos Links
Ouvidoria de São JorgeFAJÃS Grupo de Jovens
Cartas Familiares Anteriores
Visitas
Ver Estatísticas