Nº 899

 

Crer para ver

A trajetória do crente é acompanhada pela experiência do “não saber”. Muitas vezes consideramos a ignorância um obstáculo intransponível para a fé, mas quando lemos as narrativas pascais colhemos que ela é parte integrante do ato de crer.

É precisamente este “não saber” que nos abre a porta a uma outra compreensão. Maria de Magdala constatou que Jesus não estava no sepulcro; mas aquilo que tinha acontecido, ainda não o sabia. E foi contar a novidade a Pedro e João, que correram e entraram dentro do sepulcro.

A primeira lição é esta: temos de nos imergir no sentido da morte de Jesus, se queremos entender o sentido da sua ressurreição. Temos, também nós, de entrar no sepulcro, seguindo Pedro e João, e como eles interrogarmo-nos: que morte é, aquela foi apertada nestas ligaduras? Porque morreu aquele Jesus que depois foi envolvido neste sudário, agora vazio? Em nome de quê ofereceu Ele a sua vida?

A segunda lição é depois esta: normalmente, nós vemos para crer – é a maneira mais comum de interagir com a realidade. O Ressuscitado, ao contrário, ensina-nos que só acreditando podemos ver; só aceitando não tocar o corpo do Ressuscitado podemos tocá-lo; só acolhendo o mistério e a distância podemos viver verdadeiramente a intimidade pascal.

Quem crê saberá interpretar o mistério da sua presença todos os dias, até ao fim dos tempos.

 D. José Tolentino Mendonça 

 

II DOMINGO DA PÁSCOA

Porque acreditar

Em geral, procura-se explicar a incredulidade de São Tomé pelo facto dele não ter visto a Cristo ressuscitado, ao mesmo tempo que os outros discípulos. Parece que a explicação deve encontrar-se noutro ponto. É que Tomé, ausente na primeira vez, não tinha recebido o Espírito do Ressuscitado, quando Jesus soprou sobre eles e disse: recebei o Espírito Santo. O que nos faz acreditar não é o que se viu mas o que temos por dentro.

Um grupo de crianças estava a discutir qual a cor dos balões que sobem mais alto. Umas diziam que os balões vermelhos eram os melhores, outras os de cor verde, os amarelos, os brancos etc. Para esclarecer o assunto, foram perguntar ao vendedor ambulante:

– Tu que fazes tantos balões subir bem alto, diz-nos: qual é a cor do balão que voa mais longe?

O homem sorriu para as crianças e, soltando um balão, respondeu:

– Voar não depende nem da cor, nem da forma, nem dos nossos gostos ou preferências. Depende apenas daquilo que está lá dentro.

Assim também somos nós. Ter fé não depende daquilo que dizemos, ou do lugar onde estamos, nem da nossa classe, raça ou cor da pele. Acreditar depende tão só daquilo que se tem cá dentro. Só assim poderemos ir mais longe.

Pe. José David Quintal Vieira, scj

 

MEDITAR

AMAR É UMA ALEGRIA DOLOROSA

É aterrador viver com fé na sublime verdade do amor, à qual só se pode aceder com a alma.

O mundo olha com desdém para aqueles que se aventuram por este único caminho que leva ao céu. Amar é perigoso, porque nunca se arrisca menos do que a vida inteira.

O amor abraça aquilo que a morte pode levar, a qualquer momento. É preciso mais do que coragem para nos entregarmos ao que se pode perder…

Amar é ser caridoso e dar com benevolência. Não se trata de uma busca de prazer, de uma troca de alívios ou do entrelaçar de duas solidões.

Que importância tem para o mundo alguém que busca amar-se a si mesmo? Não será que o nosso valor mais profundo se revela quando fazemos algo de bom ou mau por quem nada pode fazer por nós?

Com que respeito tratamos aqueles que não nos respeitam?

Amar não acontece, é uma escolha clara por uma ação concreta face a alguém que precisa.

O primeiro momento do amor é o silêncio da contemplação atenta do outro e daquilo que necessita. Até que chega o momento de lhe dar aquilo que ele precisa, que não costuma ser o que quer… nem, tão-pouco, o que queremos nós.

Amar revela-nos e isso é intimidante, porque não é comum que sejamos quem julgamos ser…

Amar é sagrado, porque é viver no coração de Deus.

O amor dá tudo, mas também pede tudo.

José Luís Nunes Martins

 

Hino ao Espírito Santo, de Edith Stein

Num clima místico, poucos meses antes da sua deportação para Auschwitz, nasce uma das mais belas orações de Edith Stein, Santa Benedita da Cruz. Um hino ao Espírito Santo. Foi o seu «último Pentecostes».


I
Quem és tu,
Doce luz que me preenche
e ilumina a obscuridade do meu coração?
Conduzes-me como a mão de uma mãe
E se me soltasses,
não saberia nem dar mais um passo.
És o espaço que envolve todo meu ser e o encerra em si.
Se Fosse abandonado por ti
cairia no abismo do nada,
de onde tu o elevas ao Ser.
Tu, mais próximo de mim que eu mesmo
e mais íntimo que minha intimidade,
E, sem dúvida,
permaneces inalcançável e incompreensível,
E que faz brotar todo nome:
Espírito Santo — Amor eterno!

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Uma coisa são os bons amigos, outra coisa são os melhores amigos. A grande diferença está em que os bons amigos estão disponíveis para ouvir, rir, brincar; os melhores amigos estão prontos para isso e ainda mais: estão prontos para os bons e os maus momentos; para dar o corpo ao manifesto; lutar ao nosso lado... e até contra nós. Quando um amigo – procurando o nosso bem - nos desinstala e nos desconforta – correndo até o risco de perder a nossa amizade – esse amigo atingiu a maturidade de que poucos somos capazes.

João Delicado


 

INFORMAÇÕES

ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

MANADAS - 2ª feira, 29 de abril, das 18 horas  às 19 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia.

 

RIBEIRA SECA - 6ª feira, 3 de maio, das 18horas  às 19 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia.

Er.da de S.to António  - sábado, 4 de maio, das 17 horas às 18 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia.

 

EXPLICAÇÕES MULTIMÉDIA

A Junta de Freguesia da Calheta, com o apoio da Açorilhas, vai realizar um evento de "Explicações Multimédia" com o intuito de ajudar a população a usufruir dos novos meios tecnológicos (tablet e smartphone).

As inscrições são gratuitas e irão decorrer na Junta de Freguesia da Calheta.

Inscrições através do 919008992 ou 295416916


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Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Não se caminha quando não se acredita.
Não se estende a mão quando não se ama.
Não se muda quando nada se espera.

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