Nº 894

 

As obras do amor

 

O amor fortalece. Não há vazio no coração que o amor não preencha. Amar é o bem em ação. Anima o íntimo e lança luz sobre as trevas interiores, permitindo que se distinga a verdade do erro. Faz-nos fortes porque nos orienta e revela em nós coragens que julgávamos não ter, a fim de que possamos enfrentar o sofrimento sem perdermos o sentido da existência.

O amor dá. Dá-se. Faz-nos dar aquilo que somos ao outro. O amor faz com que nos libertemos de nós mesmos e nos lancemos ao mundo, como uma flor que exala o seu perfume, sem distinguir quem o merece de quem não é digno dele. Amar é entregar o que somos de mais íntimo. O amor é o contraveneno do egoísmo que nos mata, é uma escolha que se faz e nos desprende dos apetites e desejos de nós mesmos.

O amor perdoa. Perdoar é dar da forma mais excelente. Por isso, só perdoa quem é rico. Quem é forte ao ponto de ser capaz de colocar o bem acima de si mesmo. O erro do outro nunca pode sobrepor-se à nossa vontade de paz. Quem diz perdoar, mas não esquece, ainda não perdoou. Porque no seu coração ainda não há paz.

O amor não devora. Não consome nem se consome. Não busca conquistar nem destruir, quer o melhor do outro e quer que o outro seja melhor. Não procura ser o primeiro, por isso o outro não é uma ameaça, mas um prémio. O amor é uma atenção constante às necessidades do outro e visa, por todos os meios, protegê-lo e promover a sua felicidade.

O amor é pobre e humilde. Quem ama sabe que o futuro não nos pertence. Amar é também sair da insensatez de acumular para si mesmo, com a ilusão de que amontoando coisas estamos a assegurar um futuro que, afinal, mais do que não nos pertencer, está fora do nosso controlo. Miseráveis são os que não amam, todos quantos se julgam o centro do mundo.

 O amor espera. O amor acredita e é capaz de suportar tudo. Porque na nossa fragilidade e dependência reconhecemos que não somos autossuficientes. Somos parte de algo maior, que esperamos, mesmo quando não compreendemos. Confiar que o amor é muito maior do que o meu coração é colocar-me no topo de mim, bem perto do céu.

 O amor constrói. Amar é agir e sair da morte dos dias sem sentido, arriscar-se nas terras dos temores, tremendo, mas não deixando de avançar, passo a passo, para longe do mundo onde tudo é passageiro. Amar não é falar, é construir. Sem obras, o amor não sai da morte.

 Amar é fundar firmezas num mar de incertezas.

José  Luís Martins Nunes

 

III DOMINGO DA QUARESMA

Dialogando

Sonhei que era a mim que Jesus perguntava:
– David, filho de João, tu amas o teu Senhor?
– Claro que sim, Tu sabes que Te amo.
– E se estiveres fisicamente incapacitado, ainda assim amarás o teu Deus?
Olhei para mim, vi as minhas mãos, os meus pés e todo o meu corpo e reparei em tantas coisas que assim seria incapaz de fazer e respondi:
– Seria difícil, Senhor, mas mesmo assim amar-Te-ia.
Jesus continuou:
– Se ficasses cego, continuavas a amar a minha criação?
Pensando em tantos invisuais que amam a Deus mais do que eu, respondi:
– Não sei como, mas ainda assim não deixaria de Te amar.
– E se fosses surdo? Ouvirias na mesma a minha Palavra?
Compreendi logo que escutar não é meramente usar os ouvidos mas sobretudo o coração e declarei:
– Seria difícil mas o meu amor seria o mesmo.
– E se ficasses mudo, louvarias ainda o meu nome?
– Ainda que não pudesse cantar fisicamente, não deixaria de Te louvar com toda a minha alma.
E antes que me fizesse mais perguntas, antecipei-me:
– E Tu, Senhor, apesar das minhas limitações, dúvidas ou negações, o Teu amor será sempre sem limite?
Mas nesse momento acordei e encarei com o crucifixo da parede à minha frente. E compreendi que Ele está sempre de braços abertos.

Pe. José David Quintal Vieira, scj

ERA UMA VEZ...

"Era uma vez um Trono enorme, no céu, chamado o “Trono do Altíssimo”.

Feito de madeiras raríssimas, valiosas, talhado, trabalhado, gigantesco…

Um belo dia, o Deus a quem todos chamavam “Altíssimo” exceto Ele próprio, pegou no trono com a pontinha do dedo, escavacou-o todo e acendeu com ele uma fogueira que se vê de todos os pontos da terra. Chamou-lhe o “Braseiro da Vida”, e inaugurou com ele a Festa da Abundância, a Dança dos Redimidos, o Festejo dos Reconciliados, a Hora dos Filhos…

Os que dançam à volta do Braseiro da Vida chamam-se Bem-Aventurados e são Felizes de verdade.

De vez em quando aparecem dois ou três, no meio da Dança e da Festa dos Bem-Aventurados, chegam-se à fogueira e resgatam bravamente alguns pedaços do trono ainda não consumidos totalmente, algumas pontinhas meio incandescentes ou ainda só começadas a queimar de um lado… Levam-nas de novo consigo para um canto qualquer, fazem com essas lascas um trono pequenino e moldam com as suas próprias mãos um deusinho para sentar lá.

Mas, entretanto, sente-se sempre uma Brisa permanente, discreta, que não cessa… como um Sopro que não deixa que se apaguem aquelas pontas já em brasa das lascas que levaram… Vai consumindo, quase sem que eles se deem conta, os seus troninhos e deusinhos…

Passado um tempo desaparecem, sem que eles tenham aprendido a dançar, a festejar ou a ser felizes.

Vão buscar outros, às vezes… e outros…E a Festa continua.

E Deus ri-se."

Rui Santiago cssr, in Derrotar Montanhas

 

MEDITAR

 ORAÇÃO PELOS OS PAIS

 

Venho hoje a ti, Senhor, pedir que estenda as Tuas Mãos Divinas

sobre todos os pais, abençoando-os.

 

Abençoa, Senhor, o pai amigo e companheiro, o pai sempre presente,

que oferece o colo e estende a mão, mas também o pai ausente,

colocando todo o Teu Amor em seu coração.

 

Abençoa, Senhor, o pai que hoje recebe o abraço de seus filhos

e o pai que chora a ausência do filho que partiu para os Teus braços.

Dai a este, o consolo da mansa saudade e enxuga,

com o Teu Divino Manto, as lágrimas que vertem dos seus olhos.

 

Estende, Senhor, as Tuas mãos de Amor sobre todos os pais,

concedendo a eles os dons da paciência, compreensão,

tranquilidade, ternura, justiça, fé na vida e em seus filhos,

e amor, muito amor, um amor sem limites,

para que cada filho seja para seu pai, um pai,

e para que cada pai seja para seu filho, um filho.

 

E aos filhos cujos pais estão junto a Ti, concede a fé

e o entendimento de que os pais nunca vão embora…

Eles apenas mudam de lugar…

 

Autor desconhecido

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Jesus desce à pequenez para nos levantar, para que nos tornemos construtores da paz, filhos de Deus. (…) Ele vem para derrubar todos os nossos muros, aqueles que nos impedem de encontrar o outro, diferente de nós. Ele vem dar-nos a força de amar até mesmo quem não nos ama. Pois o mandamento que prescreve que nos amemos uns aos outros, até nas diferenças e hostilidades, é o cerne da mensagem de Jesus. Trata-se de amar quem nos molesta. Não de o esmagar, mas de o ajudar a erguer-se na luz e na verdade.

Jesus deseja fazer-nos sair dos nossos grupos fechados para descobrirmos em nós um coração universal.

Jean Vanier, in Jesus Vulnerável, Editorial A.O.


 

INFORMAÇÕES

 

ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

MANADAS - 5ª feira, 28 de março, das 10 horas  às 11 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia.

RIBEIRA SECA - 6ª feira, 29 de março, das 17 horas  às 18 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia.

 

CONDICIONAMENTO DE TRANSITO

A circulação do transito no lugar da Ribeira do Almeida estará interrompida de 25 de março a 27 de abril das 9h30 às 16.00 h. O transito de pesados deverá ser feito pelos Nortes e o de ligeiros poderá optar pela transversal que vai sair a Santo Amato. Haverá sinalização a indicar o percurso.

 

HORÁRIO DE ABERTURA AO PÚBLICO DA IGREJA DAS MANADAS

De terça-feira a sábado das 10h30 às 12h30 e das 14 h às 18 horas.

Aos domingos das 14h às 18 horas.

Às segundas-feiras estará encerrada.

 

MUDANÇA DA HORA

No próximo fim de semana a hora muda. De sábado para domingo os relógios devem ser adiantados sessenta minutos.


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Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

A alegria e a surpresa andam de mãos dadas.

Isso revela-se sempre que conseguimos reagir com criatividade

às coisas inesperadas que fazem mudar

os nossos planos e, mesmo assim,

sentimos que tudo continua bem.


Por vezes, a alegria surpreende-nos.
Apanha-nos totalmente desprevenidos.
O importante é deixarmos que ela tome
conta de nós e continuarmos recetivos
à surpresa divina.

Anselm Grün, in Em cada dia... um caminho para a felicidade

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