Nº 888
A sede é uma água que nos dá vida
Gosto de olhar as pessoas como quem contempla as águas.
Há as pessoas nascente. São límpidas e transparentes, habitualmente delicadas. Correm em fio, com cinco minutos perto delas saímos renovados. São pessoas fonte, que a cada instante nos fazem aceder aos lugares onde a vida se renova. Trazem à vida uma frescura e uma alegria contagiantes.
Também há pessoas rio. São peregrinos das longas distâncias. Atravessam longos percursos, constroem o seu caminho, vencem obstáculos, são perseverantes e resistentes e não desistem até chegar à foz. Às vezes correm entre margens distantes, com leito grande, outras vezes entre orlas que quase se tocam, mas como sabem de onde vêm e para onde vão nunca se deixam vencer pela força das circunstâncias. Parece que quanto mais se aproximam do mar, maiores e mais fortes vão ficando. Estas pessoas chegam a ter barragens onde guardam recursos vitais para os tempos mais difíceis. Para si e para os outros!
Depois há as pessoas mar. Vastas e imensas, fortes e grandes. São da categoria dos visionários, daqueles que veem mais longe, para além do horizonte. Alargam-nos os sonhos e não nos deixam sonhar pequeno, mas lembram-nos o infinito e a profundidade para que somos feitos e recordam-nos sempre o desejo de os alcançar. Esticam-nos os limites e ensinam-nos que a mediocridade não serve porque o nosso coração é para a eternidade.
Também há as pessoas cascata. São como as correntes fortes, têm a força das grandes marés e das ondas gigantes. Estas galvanizam-nos, entusiasmam-nos, põe-nos a mexer, levantam-nos. Podem fazer corridas curtas, mas sempre cheias de intensidade. Têm uma força tal que são capazes de mover tudo à sua frente ou arrastar todos atrás de si.
Há ainda as pessoas chuva. Não passam pela nossa vida sem nos marcar. Só estão ocupadas em semear porque sabem que a chuva que cai na terra não volta ao céu sem produzir o seu efeito. Onde estas tocam fazem brotar vida e deixam sementes que mais tarde ou mais cedo germinarão.
Há um tipo de pessoas de que gosto especialmente. São as pessoas lençóis de água. Subterrâneas, circulam debaixo da terra, discretas ou até tímidas, mas surpreendentemente magmáticas. Trabalham no silêncio e fazem mover a engrenagem do mundo com orações e gestos escondidos, simples e concretos. Sem elas não seria possível a vida.
É certo que também há as pessoas pântano, as pessoas charco, as pessoas águas paradas e as águas poluídas, as pessoas maremoto, as pessoas enxurrada e as pessoas tempestade. Claramente, nem todas as águas são boas!
(continua)
Pe. Nuno Amador
GENTE COM ALMA
SÃO FRANCISCO MARTO (1908 – 1918)
Celebrando a Igreja, a 20 de fevereiro, a memória litúrgica dos Santos Pastorinhos de Fátima – os irmãos Francisco e Jacinta Marto – tomei a liberdade de propor à nossa comum reflexão, a história das suas vidas e a beleza inefável das suas Almas.
Comecemos por contemplar a gloriosa memória de São Francisco Marto!
Nascido em Aljustrel, um povoado pertencente à paróquia de Fátima, a 11 de junho de 1908, Francisco vai crescer junto da sua humilde família, conhecendo desde muito novo os rigores e os trabalhos da vida do campo.
Passava os seus dias na Serra de Aire a guardar os rebanhos da família, na companhia da sua irmã Jacinta e da sua prima Lúcia de Jesus. Depois dos afazeres da pastorícia, as três crianças deliciavam-se com as brincadeiras próprias da sua idade.
Formado pelos seus benditos pais na Escola do Evangelho, São Francisco Marto participava com fervor na celebração da Missa Dominical e, no seu ditoso ambiente familiar, rezava o Rosário com sincera piedade.
Juntamente com a Lúcia e com a Jacinta, contempla as Aparições de Nossa Senhora em Fátima – ocorridas entre 13 de maio e 13 de outubro de 1917.
Acolhendo no seu coração de criança a Mensagem que a Santíssima Virgem transmitiu aos Pastorinhos, São Francisco Marto empenhou-se totalmente em consolar Nosso Senhor. Em reparação pelos pecados da humanidade, dedicava longas horas a fazer companhia a Jesus Escondido presente no sacrário da igreja paroquial de Fátima.
Da sua Alma inocente nasceu ainda outro fruto precioso: era um construtor de Paz – queria que os seus amigos estivessem sempre alegres e que as brigas dessem lugar a novas brincadeiras.
Vitimado pela gripe pneumónica veio a falecer a 4 de abril de 1918.
São Francisco Marto foi canonizado, juntamente com sua irmã Santa Jacinta Marto, a 13 de maio de 2017, por ocasião da peregrinação do Papa Francisco a Fátima, no Centenário das Aparições de Nossa Senhora.
Fica-nos o brilhante testemunho de São João Paulo II: “ O Francisco e a Jacinta são Candeias que Deus quis acender para que a esperança voltasse a brilhar no mundo”!
Padre Alexandre Medeiros
MEDITAR
ENVIA-ME!!!
Envia-me sem medo, que estou disposto.
Não me dês tempo para inventar desculpas,
nem permitas que tente negociar contigo.
Envia-me que estou disposto.
Coloca no meu caminho pessoas,
terras, histórias, vidas feridas e sedentas de Ti.
Não aceites um não como resposta.
Envia-me; aos meus e aos outros,
aos próximos e aos estranhos
aos que Te conhecem e aos que apenas Te sonham,
e coloca nas minhas mãos o Teu tato que cura,
nos meus lábios a Tua palavra que seduz;
nas minhas ações a Tua humanidade que salva;
em mim a fé, a força, a certeza do Teu evangelho.
Envia-me, com outros, com muitos outros,
que todos os dias, transformam o mundo em milagres.
P. José Maria Rodriguez Olaizola, sj
PENSAMENTO DA SEMANA
Somos pessoas sede!
A sede é uma água que nos habita e nos dá vida. A sede é fundamental, essencial. O nosso coração é um «interminável reservatório de sede. Sede de amor. Sede de verdade. Sede de reconhecimento. Sede de razões de viver. Sede de um refúgio. Sede de novas palavras e de novas formas. Sede de justiça. Sede de humanidade autêntica. Sede de infinito.
Elogio da Sede, José Tolentino Mendonça
INFORMAÇÕES
ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO
MANADAS - 5ª feira, 14 de fevereiro, das 10 horas às 11 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia.
RIBEIRA SECA - 6ª feira, 15 de fevereiro, das 17 horas às 18 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia
NOSSA SENHORA de FÁTIMA na RIBEIRA SECA
Quarta-feira, dia 13 de fevereiro, às 18h30 haverá recitação do terço, seguida de Eucaristia e procissão no interior da Igreja.
MISSA NO SANTUÁRIO DA CALDEIRA
No próximo domingo, 17 de fevereiro, às 15:30 horas.
RECEITAS
Cortejo de oferendas da Ribeira Seca - 710,00€
MORDOMOS PARA A CASA DOS BOLOS
ESPÍRITO SANTO - RIBEIRA SECA:
Manuel Valdemar Sousa Gomes
Daniel Mendonça Gomes
Vital Macedo Sousa
Maria Madalena Casimiro
Marco Paulo Ramos.
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Agenda Pastoral
Destaque
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Nº 1168Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
«O amor é uma coisa «perigosa», só ele traz a única revolução que proporciona felicidade.
São poucos os que são capazes de amar, e tão poucos os que querem o amor.
Amamos segundo as nossas próprias condições, fazendo do amor um coisa de mercado. Temos mentalidade mercantil, mas o amor não é comercializável nem é um negócio de troca.
O amor é um estado de ser, no qual todos os problemas humanos se resolvem. Vamos ao poço com um dedal e assim a vida torna-se uma coisa sem qualidade, insignificante e limitada.»
J. Krishnamurti, in "Cartas a uma jovem amiga
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