Nº 865
A IMPORTÂNCIA DO OLHAR...
Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu.
O educador diz: “olha!” e, ao falar, aponta. O "aluno" olha na direção apontada e vê o que nunca viu. O seu mundo expande-se. Ele fica mais rico interiormente…
E ficando mais rico interiormente ele pode sentir mais alegria – que é a razão pela qual vivemos.
A primeira tarefa da Educação é ensinar a ver… É através dos olhos que as crianças tomam contacto com a beleza e o fascínio do mundo… Os olhos tem de ser educados para que nossa alegria aumente.
A educação divide-se em duas partes: Educação das Habilidades e Educação das Sensibilidades.
Sem a Educação das Sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido. Os conhecimentos dão-nos meios para viver. A sabedoria dá-nos razões para viver.
Quero ensinar às crianças.
Elas ainda têm olhos encantados. Os seus olhos são dotados daquela qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento: a capacidade de se assombrar diante do banal.
Para as crianças tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o voo dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eruditos não veem.
Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas, taxonomias, nomes latinos – mas esqueci. E nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore… Ou para o curioso das simetrias das folhas.
Parece que naquele tempo as escolas estavam mais preocupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras do que com a realidade para a qual elas apontam.
As palavras só tem sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor.
Aprendemos palavras para melhorar os olhos.
Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem… O ato de ver não é coisa natural. Precisa de ser aprendido. Quando abrimos os olhos, abrem-se as janelas do corpo e o mundo aparece refletido dentro de nós.
São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões para viver. Elas não tem saberes a transmitir. No entanto, elas sabem o essencial da vida.
Quem não muda a sua maneira adulta de ver e sentir e não se torna como criança, jamais será sábio.
Rubem Alves (Adaptado)
XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Puros de coração
Dois monges caminhavam por uma estrada. Junto ao rio viram uma bela moça:
– Que posso fazer para te ajudar? Perguntou um dos amigos.
– Leva-me para o outro lado do rio.
Sem hesitação o monge carregou-a às costas e deixou-a na outra margem. O outro colega ficou silenciosamente admirado pela ousadia mas, à noite, no templo, encheu-se de coragem e censurou o seu colega pelo atrevimento de ter levado tão esbelta donzela:
– Não devias ter feito aquilo. Foi uma grande tentação tocar numa mulher tão jovem e bela. A nossa regra não permite tal liberalidade.
O outro respondeu com humildade:
– Eu deixei a jovem junto ao rio mas tu ainda a carregas inutilmente contigo no teu coração.
O que faz com que uma ação seja boa ou má, pura ou impura, não é a letra da lei mas o espírito da mesma lei. A pureza exterior e ritual pouco importa. Às vezes, em nome de costumes e letras falta-se à lei essencial da caridade e mata-se o amor. O que vale é o que vai no coração. A pureza de coração não é fuga ao amor, mas amar mais e melhor em oblação de nós mesmos. A letra mata, mas o espírito dá vida.
Pe. José David Quintal Vieira, scj.
MEDITAR
Deus fez-te a ti
Uma vez ouvi uma história de um neto que perguntava à avó: “Avó, olha o mundo tem tanta violência, as pessoas agridem-se, há crianças com fome, pessoas abandonadas em hospitais, há tanta pobreza e destruição. Tu falas-me de Deus mas eu tenho uma pergunta para ti: Que faz Deus perante tudo isto? A avó com calma sentou-se olhou para ele e respondeu: Deus fez-te a ti.”
Quantas vezes somos esta criança? Quantas vezes perante tantas injustiças do mundo pensámos ou quisemos atirar a toalha ao chão? Quantas vezes pensámos em desistir de caminhar? Quantas vezes o cansaço parece querer falar mais alto? Quantas vezes o sofrimento do outro nos chega tão dentro que nos faz questionar como pode Deus permitir isto? ou como pode um mundo criado por um Deus que é amor ter em si tanto sofrimento, destruição dor e sofrimento? que faz Deus perante tudo isto?
Deus fez-te a ti. Deus tem-te a ti. Deus escolheu-te e escolhe-te a ti todos os dias para que sejas os seus abraços, os seus beijos na testa, o seu confronto. Deus escolheu-te para fazeres chegar o amor ao mundo através de ti. Sendo catequista, sendo médico, enfermeiro, cantor de igreja, empregada de limpeza, porteiro, professor, agricultor, advogado ou missionário. Não importa quem és. Não importa qual é o teu trabalho. Deus criou-te para ser feliz e com a tua vocação amar os outros como Ele amou. Deus criou-te como resposta ao sofrimento, à injustiça.
Deus ao criar-nos quis escrever uma história de amor com a humanidade. Nascemos da história de amor de Deus com o mundo. Nascemos para o mundo onde Ele já está e onde é nossa missão pessoal caminhar para mostrar ao mundo o quanto Deus o ama e o quanto Ele quer que cada um de nós seja feliz tal e como é. Ele prometeu-nos: “Eu estarei convosco todos os dias, até ao fim dos tempos” (Mt 28, 20).
CONTO (666)
A VIGÉSIMA QUINTA HORA
Um dia, os Santos Doutores da Igreja reuniram-se no céu com Jesus a fim de estudarem um problema que os afligia: lá na Terra as pessoas não tinham tempo para rezar. Qual seria a causa? Como fazer para resolver o problema?
Depois de muito diálogo, sugeriu-se a título de experiência que se prolongasse o dia, acrescentando-lhe mais uma hora. Esta hora extra ficaria reservada para a oração. Assim, o dia passou a ter vinte e cinco horas.
Terminado o prazo da experiência, fez-se uma avaliação dos resultados e constatou-se o seguinte: toda a gente achou ótima a ideia. Os homens de negócios poderiam multiplicar contactos comerciais. Os operários teriam mais uma hora e assim ganhariam um pouco mais. Até os que estavam de férias teriam mais tempo para passeios.
Toda a gente encontrava uma desculpa para não utilizar essa hora extra na oração. Só a aproveitaram para orar os que antes já encontravam tempo para rezar.
Foi então que a comissão dos Santos Doutores da Igreja concluiu com Jesus: a oração não é uma questão de tempo, mas de amor. Por isso, a vigésima quinta hora foi extinta.
PENSAMENTO DA SEMANA
Não tenhas medo de ser feliz, AMA.
Por mais que isso te faça sofrer, aceita com humildade o preço a pagar para chegar ao céu já nesta vida e… na outra, aquela onde somos pesados de acordo com o peso dos pedaços de coração que fomos capazes de dar!
José Luís Nunes Martins
INFORMAÇÕES
ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO
MANADAS - 5ª feira, 6 de setembro, das 10 horas às 11 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia.
RIBEIRA SECA - 6ª feira, 7 de setembro, das 17 horas às 18 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia.
RECEITA
A Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem do Portal teve uma receita de 1.260,00 €.
FESTA DE NOSSA SENHORA DO SOCORRO
BISCOITOS
Tríduo - 5, 6 e 7 de setembro às 20 horas.
Confissões - 6 de setembro das 19 às 20 horas.
Festa - 9 de setembro:
- Eucaristia de festa às 12 horas.
- Procissão às 18h30 minutos.
FESTA DE NOSSA SENHORA DE LURDES
FAJÃ DOS CUBRES
Tríduo - 5, 6 e 7 de setembro às 20 horas.
Festa - 9 de setembro:
- Eucaristia de festa às 11 horas, a seguir as arrematações e procissão.
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Agenda Pastoral
Destaque
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Nº 1173Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
SEJA FEITA A TUA BONDADE!
"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)
Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.
Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.
Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"
Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.
À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:
Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!
Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)
"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)
Eneida Costa
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