Nº 830
PERGUNTAS DE ANO NOVO
Começa um «ano novo». Como será? Que espero eu do novo ano? Que desejo de verdade? O que é que eu necessito? A que dedicarei o meu tempo mais precioso e importante? Que seria para mim algo realmente novo e bom neste ano que hoje começa?
Viverei de qualquer maneira, passando de uma ocupação a outra, sem saber exatamente o que quero nem para que vivo, ou aprenderei a distinguir o importante e essencial daquilo que é secundário?
Viverei de forma rotineira e aborrecida, ou aprenderei a viver com espírito mais criativo?
Seguirei este ano afastando-me um pouco mais de Deus ou começarei a procurá-Lo com mais confiança e sinceridade?
Seguirei um ano mais mudo ante Ele, sem abrir os meus lábios nem o meu coração, ou brotará por fim da minha alma maltratada uma invocação pequena, humilde mas sincera?
Viverei também este ano preocupado só com o meu bem-estar ou saberei preocupar-me alguma vez em fazer felizes os outros?
De que pessoas me aproximarei?
Semearei nelas alegria, ou contagiarei desalento e tristeza?
Por onde eu passe, será a vida mais suave e menos dura?
Será um ano mais, dedicado a fazer coisas e mais coisas, acumulando egoísmo, tensão e nervosismo ou terei tempo para o silêncio, o descanso, a oração e o encontro com Deus?
Irei fechar-me apenas com os meus problemas ou viverei procurando fazer um mundo mais humano e habitável?
Seguirei com indiferença as notícias que dia a dia me chegaram desde os países da fome?
Contemplarei impassível, os corpos destroçados das pessoas do Iraque ou os afogados das barcas?
Continuarei a olhar com frialdade aos que veem até nós procurando trabalho e pão?
Quando aprenderei a olhar os que sofrem com coração responsável e solidário?
O «novo» deste ano não nos chegará de fora. A novidade só pode brotar do nosso interior. Este ano será novo se aprendo a acreditar de forma nova e mais confiada, se encontro gestos novos e mais amáveis para conviver com os meus, se desperto no meu coração uma compaixão nova para com os que sofrem.
José António Pagola
SAGRADA FAMÍLIA
A liturgia deste domingo propõe-nos a família de Jesus como exemplo e modelo das nossas comunidades familiares… Como a família de Jesus – diz-nos a liturgia deste dia – as nossas famílias devem viver numa atenção constante aos desafios de Deus e às necessidades dos irmãos. O Evangelho põe-nos diante da Sagrada Família de Nazaré apresentando Jesus no Templo de Jerusalém. A cena mostra uma família que escuta a Palavra de Deus, que procura concretizá-la na vida e que consagra a Deus a vida dos seus membros. Nas figuras de Ana e Simeão, Lucas propõe-nos também o exemplo de dois anciãos de olhos postos no futuro, capazes de perceber os sinais de Deus e de testemunhar a presença libertadora de Deus no meio dos homens. A segunda leitura sublinha a dimensão do amor que deve brotar dos gestos dos que vivem “em Cristo” e aceitaram ser “Homem Novo”. Esse amor deve atingir, de forma muito especial, todos os que connosco partilham o espaço familiar e deve traduzir-se em determinadas atitudes de compreensão, de bondade, de respeito, de partilha, de serviço A primeira leitura apresenta, de forma muito prática, algumas atitudes que os filhos devem ter para com os pais… É uma forma de concretizar esse amor de que fala a segunda leitura.
Dehonianos
MEDITAR
365 dias por estrear
O mundo gira e volta a girar:
Mas por detrás de tudo isto, está a sabedoria do nosso Deus.
O sol nasce e põe-se,
As águas dos rios e riachos correm para o mar,
As aves fazem o seu ninho em cada primavera,
As árvores despem-se em cada outono na humildade de quem é chamado a uma renovação,
Caem as chuvas, as neves e sopram os ventos no inverno:
Mas por detrás de tudo isto, está a sabedoria do nosso Deus.
Acordamos em cada manhã e a vida segue a sua rotina habitual,
Somos surpreendidos pela morte e pela vida, pela alegria e pela tristeza,
Pela labuta diária de quem procura um sentido para a vida,
E quer crescer com um coração agradecido por tudo aquilo que ela dá:
Mas por detrás de tudo isto, está a sabedoria do nosso Deus.
Não rodamos ao ritmo do tempo do relógio, das horas, dos dias, dos meses e dos anos,
Mas rodamos ao ritmo do sentido que a vida nos trás. Do sabor que ela nos dá.
E ainda, por detrás de tudo isto, está a sabedoria do nosso Deus.
Chegados quase ao fim de um ciclo cronológico,
E é-nos oferecida a possibilidade de estrear, de novo, 365 dias.
Que faremos com a nossa vida em 2018? Ou, o que 2018 fará com a nossa vida?
O que quer que seja, nos projetos que definimos e sonhamos, saibamos que
Por detrás de tudo isto, está a sabedoria do nosso Deus.
Uma sabedoria que renova todas as coisas,
Que torna possível termos princípios nos nossos fins.
E só por isso se entende que em cada ano nos seja oferecida esta possibilidade
De estrear cada dia.
Com a sabedoria do nosso Deus presente em cada ciclo,
Que faz girar o mundo e a nossa vida também.
Cristina Duarte
CONTO
O QUARTO REI
Era uma vez três reis Magos que se chamavam Gaspar, Melchior e Baltazar. Vieram do Oriente para adorar o Menino Jesus e oferecer-lhe presentes.
Conta-se, porém, que havia um quarto rei mago que não quis seguir a estrela com os outros três, preferindo caminhar por sua conta. Por isso, perdeu-se várias vezes no caminho e viajou durante trinta e três anos, com muitas peripécias à mistura.
Encontrou uma família muito pobre, sem pão para comer. Vendeu o presente que levava para oferecer ao Menino, e com o dinheiro sustentou essa família. Só depois seguiu o seu caminho.
Encontrou um camponês já idoso a trabalhar sozinho no campo. Vendo-o tão cansado, teve compaixão dele e ajudou-o no seu trabalho. Só depois seguiu o seu caminho.
Só passados trinta e três anos, ele viu a estrela. Ficou feliz pois tinha chegado até junto do Salvador. Reparou, contudo, que não estava em Belém, onde Jesus nasceu, mas em Jerusalém. Era uma sexta-feira. Viu que levavam um homem com uma cruz às costas para ser crucificado. As trevas cobriam a terra e a estrela brilhava na escuridão a indicar onde estava Jesus.
Jesus estava de facto ali. Olhou com ternura para o quarto rei mago. Este aproximou-se dele e ajudou-O a levar a cruz.
Uns dizem que esse que ajudou a levar a cruz se chamava Simão de Cirene. Mas a lenda diz que era um quarto rei mago.
Começar, estamos sempre a começar. Temos um Ano Novo pela frente, mas começar de novo não é começar outra vez, não é repetir alguma coisa, é começar de outro modo, com novidade. E o primeiro gesto devia ser o de agradecer esta imensa oportunidade.
Este ano será aquilo que fizermos dele: se cultivarmos uma atitude de egoísmo e individualismo, será assim; mas se nos comprometermos com a construção da paz e da justiça no mundo, então teremos um bom Ano Novo.
Não esqueçamos ao longo do ano que começa hoje que há uma imensa sabedoria em viver cada dia como se fosse o primeiro e há imensa felicidade em viver cada dia como se fosse o último. As duas coisas são possíveis ao mesmo tempo.
Vasco Pinto de Magalhães
INFORMAÇÕES
ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO
Manadas - quinta-feira, 4 de janeiro, das 16 às 17 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia.
Ribeira Seca - sexta-feira, 5 de janeiro, das 17 às 18 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia. Er.da de Santo António - sábado, 6 de janeiro, das 16h00 às 17h00, seguindo-se a celebrarão da Eucaristia. CURSO PARA CATEQUISTAS De 15 a 19 de janeiro vamos realizar um Curso de Iniciação para Catequistas. Nos dias 15 e 16 será no Salão Paroquial de Boa-Hora e nos dias 17, 18 e 19 será na Cáritas de Santa Catarina, na Rua Nova, Calheta. Este Curso vai ser ministrado pela Irmã Isilda Soares e pelo Pe. Dr. Dinis Silveira e será sempre às 19:30 horas. Para sabermos quantos vão participar e prepararmos os materiais é necessário cada um inscrever-se. As fichas de inscrição estão com os párocos. CURSOS DE CRISTANDADE Ficou marcada Ultreia para o dia 12 de Janeiro de 2018, pelas 20:00 horas, na Sede da Cáritas, Rua Nova, Calheta.
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Destaque
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Nº 1173Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
SEJA FEITA A TUA BONDADE!
"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)
Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.
Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.
Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"
Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.
À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:
Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!
Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)
"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)
Eneida Costa
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