Nº 817

Como nasceram a Ave-Maria e o terço?

A história do rosário é complexa e, de certa maneira, tem relação com a difusão, no Ocidente, da prática da oração da Ave-Maria.

A primeira parte da Ave-Maria (começando com “Ave, Maria, cheia de graça...” até “bendito é o fruto do vosso ventre”) é a mais antiga e está composta pelas palavras do Evangelho de Lucas, na parte da Anunciação (Lc 1, 28) e da visita a Isabel (Lc 1, 42).

Desde os primeiros séculos, o mundo cristão usou a saudação do anjo Gabriel com intenção cultual (diversos hinos litúrgicos são exemplo disso; entre eles, o mais famoso é o hino Akathistos, que retoma continuamente o “Ave” de Gabriel, celebrando Maria no mistério do Verbo encarnado.

No entanto, sabemos também, de fontes históricas, que, na Igreja Ocidental, essa primeira parte da Ave-Maria foi introduzida, no século VI, na liturgia do IV domingo do Advento e depois na liturgia da Anunciação (século VII).

É somente entre os séculos XI-XII que encontramos um uso generalizado e popular da oração da Ave-Maria (sempre até “bendito é o fruto do vosso ventre”), e frequentemente, nesta época, os concílios recomendavam que a oração fosse ensinada aos fiéis.

Nessa mesma época, nos mosteiros, começou a prática do rosário, chamado de “Saltério da Ave-Maria” (havia outro “Saltério do Pai-Nosso”): uma repetição devota da Ave-Maria, 150 vezes, substituindo os 150 salmos (saltério) para os monges que não sabiam ler.

No século XIV, o “Saltério da Ave-Maria” foi subdividido em 15 dezenas, intercaladas com a oração do Pai-Nosso. Nesse período, espalhou-se a lenda da instituição do rosário por parte de São Domingos; na realidade, como vimos, o saltério mariano está documentado antes de São Domingos, mas foi ele e seus frades pregadores que, usando esta forma de oração, contribuíram para sua difusão.

No século XV, a oração da Ave-Maria foi completada com o nome de Jesus (“... fruto do vosso ventre, Jesus”) e com toda a segunda parte: “Santa Maria, Mãe de Deus...” (cujo texto mais antigo parece ter sido formulado, um pouco antes, no santuário da Santíssima Anunciação de Florência).

Desse período procedem as primeiras tentativas de conjugar a oração da Ave-Maria com a mediação dos principais mistérios evangélicos, e o saltério mariano mudou de nome, para chamar-se “rosário da bendita Virgem Maria”.

Este complexo percurso histórico nos diz que tanto a oração da Ave-Maria quanto a do terço nascem da fé da Igreja em Cristo, Verbo eterno, que se encarnou no ventre de Nossa Senhora para a nossa salvação.

por Ida Tiezzi, professora de Mariologia

 

XXVI DOMINGO DO TEMPO COMUM

Oh feliz culpa!

Um dos pontos mais desconcertantes e, ao mesmo tempo, mais deliciosos, dos ensinamentos de Jesus é que Deus está mais perto dos pecadores do que dos santos… e que os publicanos e as mulheres de má vida irão diante dos bons para o Reino Celeste.

Anthony de Mello explicava assim esta verdade:

Deus segura cada pessoa por um barbante invisível. Cada vez que nós pecamos, cortamos esse fio mas Deus volta a emendar tudo com um nó cego. Como o barbante fica mais curto, por causa deste nó, nós ficamos também um pouco mais perto de Deus.

E assim cada pecado faz um corte e a cada corte corresponde um nó e cada nó leva-nos até mais perto de Deus.

Pecar é fazer uma rutura, é cortar as relações com Deus, connosco mesmos, com os outros ou com as coisas. É dizer uma coisa e fazer outra, é ser quem não se é.

Arrepender-se é apresentar a Deus as pontas do barbante para que Ele possa atá-las de novo. Perdoando, Deus reata uma relação e manifesta a sua misericórdia. Se eu não pecasse, ou não reconhecesse o meu pecado, Deus não teria ocasião de mostrar que é misericordioso.

E no fim de tudo podemos dizer como Santo Agostinho: Oh feliz culpa… que nos aproximou mais de Deus.

Pe. José David Quintal Vieira, scj

 

MEDITAR

 

FALAMOS MELHOR COM O PAI SE APRENDERMOS O JEITO DO FILHO...

 

A maneira de Jesus fazer oração dava aos seus discípulos vontade de rezar como ele. E, quando lhe disseram isso, Jesus rezou com eles.

 

Chamou a Deus “Pai”, e disse-lhe que queria viver de tal maneira que desse bom nome a Deus. É isso que significa “Santificado seja o Teu Nome”. O de Deus, não o nosso! O segredo é fazer de Deus a questão mais importante da vida.

 

Depois, Jesus disse ao Pai que o seu maior desejo era que o Reino de Deus chegasse a nós e se cumprisse entre nós: “Venha o Teu Reino!” Não é simplesmente um pedido, mas sim um consentimento e uma disponibilidade para colaborar nesse Reinado de Deus. Por outras palavras: fazer a vontade de Deus e pôr o mundo como Deus gosta. Viver como Deus manda!

 

Jesus continuou a oração dizendo ao Pai que confiava nele, inteiramente, em todas as dimensões da vida e todos os dias. É isso que significa “Dá-nos a cada dia o Pão de que precisamos”. Por confiar em Deus, que é Pai Bom, não vivemos para ajuntar nem nos deixamos levar por nenhuma espécie de ganância.

 

Jesus rezou ainda para ter limpo o coração e a mente: o coração limpo de ressentimentos, e a mente limpa de tentações. Podemos contar com a força do Espírito Santo, que Deus derramou nos nossos corações, para nos ajudar a perdoar e a deixarmo-nos perdoar, e também para sermos inteligentes e fortes diante da tentação para não fazermos o que Deus não gosta.

 

 Rui Santiago Cssr

 

CONTO (666)

 

OS MAIS PEQUENINOS

A família estava toda na praia. As crianças faziam castelos de areia junto da água, quando ao longe apareceu uma velhinha de cabelos brancos e despenteados, roupa suja e esfarrapada, que ia murmurando umas palavras por entre dentes, enquanto do chão ia recolhendo coisas que metia num saco.

Ao vê-la, os pais chamaram as crianças e recomendaram-lhes que não se aproximassem da velhinha.

Quando ela passou ali perto, enquanto uma e outra vez se inclinava a apanhar qualquer coisa, sorriu delicadamente para a família. Mas não lhe retribuíram a saudação.

Algumas semanas mais tarde, souberam que essa velhinha há anos que passava assim a vida a limpar a praia de vidros partidos, para que as crianças não ferissem os pés.

Anthony de Mello

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Oração não é pedir...
É um anseio da alma.
É uma admissão diária das próprias fraquezas.
É melhor, na oração, ter um coração sem palavras do que palavras sem um coração.

Mahatma Gandhi 


INFORMAÇÕES

FESTA DE NOSSA SENHORA DA BOA MORTE

No próximo  domingo, 8 de outubro, na Ermida do Instituto de Santa Catarina da Urzelina, missa às 17 horas seguida de procissão.

 

ABERTURA SOLENE DO ANO PASTORAL 2017/18 e COMPROMISSO DOS CATEQUISTAS.

Ribeira Seca - domingo, 8 de outubro, às 12 horas.

 

ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

Biscoitos - terça-feira, 3 de outubro, das 18 às 19 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia.

Manadas - quinta-feira, 5 de outubro, das 17 às 18 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia.

Ribeira Seca - sexta-feira, 6 de outubro, das 18 às 19 horas, seguindo-se a celebração da Eucaristia.

Er.da de Santo António - sábado, 7 de outubro, das 17h00 às 18h00, seguindo-se a celebrarão da Eucaristia.

 

REUNIÕES PARA COMBINAR A CATEQUESE

Norte Grande - Segunda-feira às 18 horas.

Norte Pequeno - Segunda-feira às 19h30.

Calheta - Terça feira às 18 horas.

CATEQUESE DAS MANADAS

 

 


ANO

CATEQUISTAS

DIA

HORA

LOCAL

1º ANO

Elisa Soares

Domingo

11:00

Stª Bárbara

2º ANO

Teodora Sousa

Segunda –feira

17h00

Stª Bárbara

3º ANO

Dália Ávila

Quarta-feira

16h30

Stº António

4º ANO

Maria Adelaide

Domingo

11:00

Stª Bárbara

5º ANO

Gina Reis

Sábado

16:00

Stª Rita

6º ANO

Teodora Sousa

Terça-feira

18:00

Stª Bárbara

7º ANO

São Oliveira

Quarta-feira

19:00

Stª Rita

8º ANO

Manuela Ávila

Sábado

16:00

Stª Rita

9º ANO

Olga Afonso

Domingo

11:00

Stª Rita


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Agenda Pastoral

Destaque

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Nº 1173

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 SEJA FEITA A TUA BONDADE!

"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)

Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.

Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.

Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"

Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.

À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:

Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!

Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)

"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)

 

Eneida Costa

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