Nº 768

IGREJA MISSIONÁRIA E MISERICORDIOSA
O Papa Francisco escreveu, como é já habitual, uma mensagem para o Dia Mundial das Missões, que este ano se celebra a 23 de outubro. Diz o Papa que a finalidade deste dia é renovar a convocação de «todos os cristãos a “sair”, como discípulos missionários, podo cada um a render os seus talentos, a sua criatividade, a sua sabedoria e experiência para levar a mensagem da ternura e compaixão de Deus à família humana inteira. Em particular, a Igreja pensa preferencialmente naqueles que «não conhecem o Evangelho, pois deseja que todos sejam salvos e cheguem a experimentar o amor do Senhor».
Missão faz-se com fé e caridade
Escreve Francisco que a misericórdia gera alegria íntima no coração do Pai, sempre que encontra cada mulher, homem, idoso, jovem e criança. Ele, «Deus benigno, solícito, fiel; aproxima-Se de quem passa necessidade para estar perto de todos, sobretudo dos pobres; envolve-Se com ternura na realidade humana, tal como faria um pai e uma mãe na vida dos seus filhos». De facto, «é ao ventre materno que alude o termo utilizado na Bíblia hebraica para dizer misericórdia: trata-se, pois, do amor de uma mãe pelos seus filhos; filhos que ela amará sempre, em todas as circunstâncias suceda o que suceder, porque são fruto do seu ventre. Este é um aspeto essencial também do amor que Deus nutre por todos os seus filhos, especialmente pelos membros do povo que gerou e deseja criar e educar; perante as suas fragilidades e infidelidades, o seu íntimo comove-se e estremece de compaixão».
Naturalmente, os cristãos, «aceitando e seguindo Jesus por meio do Evangelho e dos Sacramentos, com a ação do Espírito Santo, tornamo-nos misericordiosos como o nosso Pai celestial, aprendendo a amar como Ele nos ama e fazendo da nossa vida um dom gratuito, um sinal da sua bondade».
Em seguida, Francisco expressa com satisfação, como, por todo o mundo, «há tantos homens e mulheres de todas as idades e condições que dão testemunho deste amor de misericórdia. Sinal eloquente do amor materno de Deus é uma considerável e crescente presença feminina no mundo missionário, ao lado da presença masculina. As mulheres, leigas ou consagradas - e hoje também numerosas famílias - realizam a sua vocação missionária nas mais variadas formas: desde o anúncio direto do Evangelho ao serviço socio-caritativo. Em muitos lugares, a evangelização parte da atividade educativa», que ele apelida de «serviço materno da misericórdia».
O número dos discípulos «cresce graças à fé e à caridade dos evangelizadores, que são testemunhas de Cristo», e o fruto da sua ação é a renovação da sociedade.
Por fim, à maioria dos cristãos que não vão pelo mundo, o Papa pede «gestos missionários de comunhão eclesial»: orações, donativos e/ou a oferta da vida.
XXX DOMINGO TEMPO COMUM
A liturgia deste domingo ensina-nos que Deus tem um “fraco” pelos humildes e pelos pobres, pelos marginalizados; e que são estes, no seu despojamento, na sua humildade, na sua finitude (e até no seu pecado), que estão mais perto da salvação, pois são os mais disponíveis para acolher o dom de Deus.
A primeira leitura define Deus como um “juiz justo”, que não se deixa subornar pelas ofertas desses poderosos que praticam injustiças na comunidade; em contrapartida, esse Deus justo ama os humildes e escuta as suas súplicas.
O Evangelho define a atitude correta que o crente deve assumir diante de Deus. Recusa a atitude dos orgulhosos e autossuficientes, convencidos de que a salvação é o resultado natural dos seus méritos; e propõe a atitude humilde de um pecador, que se apresenta diante de Deus de mãos vazias, mas disposto a acolher o dom de Deus. É essa atitude de “pobre” que Lucas propõe aos crentes do seu tempo e de todos os tempos.
Na segunda leitura, temos um convite a viver o caminho cristão com entusiasmo, com entrega, com ânimo – a exemplo de Paulo. A leitura foge, um pouco, ao tema geral deste domingo; contudo, podemos dizer que Paulo foi um bom exemplo dessa atitude que o Evangelho propõe: ele confiou, não nos seus méritos, mas na misericórdia de Deus, que justifica e salva todos os homens que a acolhem.
Dehonianos
MEDITAR
Pai Nosso
Oração Missionária
Senhora da Anunciação,
que corres ligeira sobre os montes,
vela por nós,
fica à nossa beira.
É bom ter a esperança como companheira.
Contigo rezamos ao Senhor:
Dá-nos, Senhor,
um coração sensível e fraterno,
capaz de escutar e de recomeçar.
Mantém-nos reunidos, Senhor,
à volta do pão e da palavra.
Ajuda-nos a discernir os rumos a seguir
nos caminhos sinuosos deste tempo,
por Ti semeado e por Ti redimido.
Ensina-nos a tornar a tua Igreja toda missionária,
e a fazer de cada paróquia,
que é a Igreja a residir no meio das casas dos teus filhos e filhas,
uma Casa grande, aberta e feliz,
átrio de fraternidade,
de onde se possa sempre ver o céu,
e o céu nos possa sempre ver a nós.
CONTO (625)
O MENINO E OS PATINS
Era uma vez um menino que tinha adoração por patins. Era tudo o que ele queria na vida. Pediu, pediu tanto, que um belo dia os conseguiu. E ficou muito feliz. Não os abandonava nem por um minuto. De dia e de noite, o menino levava consigo os seus patins.
Todavia, na primeira queda, o menino ficou com medo de estragar os patins e resolveu guardá-los. Eles continuavam a ser a coisa que ele mais queria. Aquilo de que mais gostava de fazer era estar com os seus patins. Mas preferia ficar a olhar para eles e nunca mais os usou, para não os estragar.
O tempo foi passando e os patins continuaram guardados.
Passaram-se anos. O garoto esqueceu os patins.
Um dia, lembrou-se deles, sentiu saudades e resolveu recuperar o tempo perdido. Foi ao armário, revirou tudo e, finalmente, encontrou os patins. Correu para o pátio, disposto a calçá-los. Porém, teve uma terrível surpresa: já não serviam nos pés.
Então o menino chorou e lamentou os anos perdidos e que não podia recuperar. Poderia comprar outro par de patins, mas nunca seriam iguais àquele.
in Estórias de Vida e Sabedoria de Osvino Toillier
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1128Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
COM SAL E SOL, EU ESCREVO
Escrevo no meio de tantas derrocadas,
tantas ruínas, tanto desespero,
mas também tanta esperança renovada,
tantos jovens que, no meio do desencanto,
mantêm a pureza das cascatas,
tantas crianças que são a primavera
que chegará um dia e ficará
no coração da terra, quantas vezes
mutilada, humilhada por aqueles
que trazem a ganância no seu sangue.
Com sol e sal eu escrevo.
E todos juntos vamos transformar,
com tudo o que nós temos de coragem,
este mundo idiota
que envia flores aos mortos
e atira pedradas aos vivos.
Sidónio Muralha
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