Nº 764
A MEDIDA DO AMOR
Amar alguém é fazer-se à medida de quem se ama. Não se podem amar duas pessoas diferentes da mesma forma. Porque, quando se ama alguém de verdade, o que se ama é o que nessa pessoa há de original.
Há quem julgue amar quando faz sempre a mesma coisa, mais preocupado consigo do que com o outro, repete sem cessar o que julga ser bom... assume que quem não gosta assim... não o merece... é apenas um egoísta disfarçado de romântico. O amor exige que nos esqueçamos de nós.
Amar passa por ter a coragem de dar força (mesmo quando a não temos) àquele a quem amamos, quando disso precisa. Noutra altura, quando a sua felicidade passar pelo oposto, ser capaz de partilhar com ele as nossas mais íntimas fragilidades... para que ele, com coragem, dê também sentido às suas forças. Não, não é uma troca, é apenas estar atento ao outro e preencher os seus vazios.
Quanto mais rasteiro for o sentimento, mais exigente. O amor, por ser a mais sublime fonte de todas as bondades, nada quer... senão a felicidade do outro.
A felicidade é algo demasiado importante e profundo para se conseguir sozinho. Nenhum abraço ou beijo pode ser bom se não houver um outro eu, diferente de mim. Um tu, cuja felicidade quero.
A beleza mais grandiosa de cada um estará na profunda originalidade dos detalhes em que é único. Aquilo que temos em comum uns com os outros é o fundo dos nossos corações... tudo o resto é uma construção inacabada em busca da minha felicidade no outro.
(muito Obrigado mãe por me ter amado, estimulado e ajudado a ser diferente dos outros, e de, assim, tanto me ter ajudado a ser feliz... apesar de tudo!)
José Luís Nunes Martins
XXVI DOMINGO TEMPO COMUM
Na primeira leitura, o profeta Amós denuncia violentamente uma classe dirigente ociosa, que vive no luxo à custa da exploração dos pobres e que não se preocupa minimamente com o sofrimento e a miséria dos humildes. O profeta anuncia que Deus não vai pactuar com esta situação, pois este sistema de egoísmo e injustiça não tem nada a ver com o projeto que Deus sonhou para os homens e para o mundo.
O Evangelho apresenta-nos, através da parábola do rico e do pobre Lázaro, uma catequese sobre a posse dos bens… Na perspetiva de Lucas, a riqueza é sempre um pecado, pois supõe a apropriação, em benefício próprio, de dons de Deus que se destinam a todos os homens… Por isso, o rico é condenado e Lázaro recompensado.
A segunda leitura não apresenta uma relação direta com o tema deste domingo… Traça o perfil do “homem de Deus”: deve ser alguém que ama os irmãos, que é paciente, que é brando, que é justo e que transmite fielmente a proposta de Jesus. Poderíamos, também, acrescentar que é alguém que não vive para si, mas que vive para partilhar tudo o que é e que tem com os irmãos?
Dehonianos
MEDITAR
"Oh Deus, não quero a Tua Palavra, hoje…
Só o Silêncio!
A Paz e o Silêncio… assim… isso… que bom…
Tudo se transfigura no Teu Colo, Senhor meu…
E aqui não é lugar de Palavra, mas de mimo.
Paz e Silêncio…
Não me digas nada hoje, oh Abba…
Hoje não preciso! Nem sei o que se passa comigo…
O teu Rosto está tão perto, tão evidente, tão claro…
Não preciso que me digas nada
quando te tocam os meus próprios lábios!
Não preciso. És tão bom…
Aninho-me aqui, só…
Tanto Te procurei, meu Senhor e meu Deus… tanto!
Mas nunca pensei encontrar-Te assim…
Por isso nem me conheço, às vezes,
porque dentro de Ti ganho um tamanho que não tinha, sentimentos que nem conhecia,
desejos que me pareciam estar tão arredados do meu Coração…
Dentro de Ti tudo se transfigura… até eu!
Paz e Silêncio…
E quase todos, depois, olham para mim à espera de palavras…
Como se dá a alguém a Paz e o Silêncio?!"
in Salmos para o Terceiro Milénio 2, 2010
CONTO (623)
A liturgia deste domingo propõe-nos, de novo, a reflexão sobre a nossa relação com os bens deste mundo… Convida-nos a vê-los, não como algo que nos pertence de forma exclusiva, mas como dons que Deus colocou nas nossas mãos, para que os administremos e partilhemos, com gratuidade e amor.
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Nº 1168Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
«O amor é uma coisa «perigosa», só ele traz a única revolução que proporciona felicidade.
São poucos os que são capazes de amar, e tão poucos os que querem o amor.
Amamos segundo as nossas próprias condições, fazendo do amor um coisa de mercado. Temos mentalidade mercantil, mas o amor não é comercializável nem é um negócio de troca.
O amor é um estado de ser, no qual todos os problemas humanos se resolvem. Vamos ao poço com um dedal e assim a vida torna-se uma coisa sem qualidade, insignificante e limitada.»
J. Krishnamurti, in "Cartas a uma jovem amiga
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