Nº 742

 

A SABEDORIA AMA O SILÊNCIO
A Sabedoria detesta a Gritaria e a superficialidade dos insensatos. É comunicativa,  Mas precisa do silêncio para emergir no coração das pessoas. A sabedoria é o guia das pessoas humildes e sensatas. Quando encontra um coração bom,  a sabedoria faz morada nele. Quando tem condições, a Sabedoria habita o interior das pessoas, e procura iluminar a mente. 
A pessoa que ama o barulho e a agitação não oferece condições à Sabedoria para trabalhar no seu íntimo. Não habita no íntimo das pessoas que se esvaziam no barulho. Com efeito, a pessoa que vive habitada pelo barulho não consegue atingir o núcleo mais nobre do seu ser espiritual. Esta interioridade espiritual máxima, na Bíblia, recebe o nome de coração. O silêncio interior, no nosso coração, é como o sol que ajuda a amadurecer os frutos preciosos do Espírito. 
A pessoa que ama o silêncio chega sempre mais longe. O ser humano que se esvazia na confusão torna-se semelhante ao papagaio que fala muito mas não entende nem mede o alcance do que diz. O barulho e a confusão sufocam a voz do Espírito Santo, deixando a pessoa vazia e superficial. 
Para desabrochar, a sabedoria precisa de dois ingredientes fundamentais: o Silêncio e a Palavra de Deus. O Silêncio põe-nos em sintonia com a voz do Espírito Santo. Eis a razão pela qual é tão fecundo. A Palavra revela-nos o mistério de Deus, Trindade Divina, e do Ser Humano talhado para pertencer à Família Divina. A Sabedoria é a Revelação de Deus! Deus não se revela no meio do ruído e da vozearia dos insensatos. 
Quando a Sabedoria vem habitar no coração do ser humano, este torna-se sábio e sensato. O homem que sente vocação para ser sábio ama o silêncio, única maneira de ouvir com nitidez a voz de Deus.
Calmeiro Matias
V DOMINGO DE PÁSCOA
O amor é tudo A vida... é o amor existencial. A razão... é o amor que reflete. O estudo... é o amor que analisa. A ciência... é o amor que investiga. A filosofia... é o amor que pensa. A religião... é o amor que busca a Deus. A verdade... é o amor que se torna eterno. O ideal... é o amor que sublima. A fé... é o amor que transcende. A esperança... é o amor que sonha. A caridade... é o amor que ajuda. A renúncia... é o amor que purifica. A simpatia... é o amor que sorri. A indiferença... é o amor que se esconde. A paixão... é o amor que desequilibra. O ciúme... é o amor que alucina. O egoísmo... é o amor que se engaiola. O orgulho... é o amor que delira. Vaidade... é o amor que se embebeda. O trabalho... é o amor que constrói. Porque o amor é tudo. Nisto conheceremos os filhos de Deus: se se amarem uns aos outros. E amar é seguir o coração: Um idoso mandou parar o carro do missionário que vinha já cheio de pessoas para pedir boleia. - Mas já não há lugar para ti... O homem olha para dentro do carro e respondeu: - Se no teu coração houver um lugar, encontrarás também um lugar no teu carro. 
“O amor é o ADN dos filhos de Deus.” De facto tudo provém do amor:

 

 

 

E de facto aconteceu.  
David Quintal Vieira, scj
 
MEDITAR
 
Descubro-Te cada vez mais apaixonante no Rosto de Jesus…
É bom tê-lo assim, Rosto visível do Teu próprio Coração,
porque me livra do perigo das “projeções”
quando Te procuro ou Te desvelo…
 
É que muitas vezes
não falamos de Ti senão como uma projeção transcendente
de nós próprios ou, o que ainda é pior,
uma projeção dos nossos medos, ansiedades ou preconceitos…
Mas cravando nele os olhos, este perigo passa.
 
O que puder ser dito dele, pode ser infinitamente dito de Ti!
O que não puder ser dito dele, também não pode ser dito de Ti.
 
E isto torna-se grandioso e novo…
Porque em Jesus ficam viradas do avesso
todas as nossas expectativas
em relação às dimensões fundamentais da Vida,
que deixam de assentar no poder e na riqueza.
E é o Teu Rosto que fica glorificado
quando ele perdoa os pecados, serve os pobres e ama os impuros.
É o Teu Nome que é santificado
quando ele denuncia as causas do mal e manifesta a Tua Bondade
sentando-se à mesa com pecadores públicos
e impuros da pior espécie.
 
E o Teu desejo de nós torna-se nele acontecimento definitivo…"
 
in Salmos para o Terceiro Milénio 2, 2010
 
 A CIDADE DOS POÇOS
Era uma vez uma estranha cidade habitada por poços vivos. Estes eram diferentes não só pelo local onde estavam mas também pelo bocal. Havia poços ricos com bocais de mármore e poços pobres que eram simples buracos abertos na terra.
A comunicação entre eles era de bocal a bocal e as notícias espalhavam-se rapidamente em toda a cidade.
Um dia, chegou a moda de que o importante era possuir muitas coisas. Por isso, os poços começaram a encher-se de coisas. Uns encheram-se de joias, enquanto outros preferiram eletrodomésticos. Uns optaram por obras de arte e outros preferiram encher-se de livros. O tempo foi passando e a maioria dos poços encheu-se de tudo.
Os poços não eram todos iguais e, por isso, alguns deles decidiram aumentar a sua capacidade alargando-se. Esta ideia foi imitada e todos os outros gastaram as suas energias a alargar-se, a fim de caber mais coisas no seu interior.
Um poço pequeno viu que os seus colegas se alargavam todos demasiado. Pensou que, fazendo assim, em breve confundiriam os bordos e cada poço perderia a sua identidade. Pensou que, para aumentar a capacidade, o melhor era aumentar a profundidade e não a largura.
Por isso, o pequeno poço decidiu tornar-se mais profundo. Para isso, teve de se esvaziar das coisas que lá tinha dentro, o que lhe custou um pouco. Mas, depois de esvaziado, aumentou a sua profundidade e encontrou água. Nunca antes nenhum outro poço tinha encontrado água. Feliz, começou a salpicar água para fora.
A cidade nunca tinha sido regada senão pela chuva, que era bastante escassa. A terra à volta do pequeno poço começou a despertar e nasceram plantas e até árvores. Um verdadeiro oásis. Havia vida junto ao pequeno poço. Todos se interrogavam como tinha sido possível aquele milagre. Ele respondeu:
- Não há nenhum milagre. Simplesmente, esvaziei-me das coisas e busquei em profundidade, dentro de mim.
in, TUTTI FRUTTI de Pedrosa Ferreira

 

 

 

Os orgulhosos ensinaram-me a humildade,
os impacientes a lentidão,
os perversos ensinaram-me a retidão
e, quanto aos raros que possuíam uma alma simples,
ensinaram-me a ler no seu coração
os enigmas do universo visível e invisível,
tão facilmente como um recém-nascido lê na face da sua mãe.
 
Christian Bobin, in Ressuscitar

 

 INFORMAÇÕES
 
ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO
MANADAS - Quinta-feira, 28 de abril, das 18 às 19 horas. Celebração da Eucaristia.
RIBEIRA SECA - Sexta-feira, 29 de abril, das 18 às 19 horas. Celebração da Eucaristia

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Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 SEJA FEITA A TUA BONDADE!

"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)

Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.

Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.

Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"

Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.

À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:

Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!

Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)

"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)

 

Eneida Costa

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