Nº 728

VIDA ATIRA-TE PEDRAS, DÁ-LHE FLORES!
A vida nemsempre nos dá motivos para agradecer.
Muitas vezes, e quase em catadupa, ergue as suas mãos gordas e enche-as de pedras para nos atirar.
Fintamos a primeira leva de pedras com um sorriso de fazer derreter sóis e guerras e…voltamos ao lugar de antes.
Olhamos com atenção para tudo o que somos e, com um suspiro de alívio, verificamos que estamos bem. Tudo intacto. Não há danos a registar e a primeira lufada de pedras não levou a melhor. Somos mesmo bons.
Não é qualquer tragédia que nos faz soltar os escuros que temos cá dentro. No momento em que estamos a perceber se tudo está, de facto, no lugar onde deve estar, ouve-se o restolhar das mãos gordas da vida. Um barulhinho pequeno e quase morno que não faz antecipar zunidos ferozes. Silêncio.
Mais uma leva de pedras e, DESTA VEZ, a vida tem as mãos ainda mais cheias. Abrimos os olhos de espanto e de desconcerto e, de repente, caminha na nossa direção uma enxurrada de pedras extraordinária.
Com o amor que nos temos (a nós, aos outros e aos que são Vida em nós) enchemos o peito de vento arraçado de Mar do Norte e cortamos as pedras TODAS aos bocados. Uma a uma.
Quando nos permitimos respirar fundo, já todas as pedras nos fazem cócegas nos pés. Somos mesmo bons. Não é qualquer pedrita que nos pode retirar descanso à alma.
Exatamente no momento em que decidimos contemplar as cinzas frias das pedras que vencemos, silêncio.
Mais uma leva de pedras e, desta vez, a vida hesitou. Recuou. Encolheu-nos os ombros para nos distrair.
Mais uma leva de pedras e, desta vez, a vida pensou duas vezes. Duas, não. Desta vez a vida pensou três vezes. Três vezes pensou a vida antes de nos atirar a terceira leva de pedras. E o que fizemos nós?
Sentámo-nos à sombra de uma segurança que não existe. Sentámo-nos à sombra de todas as pedras que (quase) vinham lá. Confusa, perdida, atordoada e quase zangada, a vida sentou-se devagar. Também. Perguntou-nos o motivo da nossa desistência e, ao distrair-se com a pergunta que nos fez, não reparou que, naquele momento, éramos nós que enchíamos as mãos com flores para atirar à vida.
Não me enganei, não. Lê outra vez.
Éramos nós que enchíamos as mãos com FLORES para atirar à vida.
Com flores.
II DOMINGO COMUM
A luz da Palavra
As vossas palavras, Senhor, são espírito e vida, são a luz do meu caminho que tudo ilumina e clarifica.
Um dia desafiei seis crianças a fazerem uma fogueira com uma lente, captando os raios do sol. As lentes eram iguais, o sol era o mesmo mas só uma delas conseguiu acender.
A primeira não alinhava a lente com o sol. Olhava para os outros lados menos para cima, em direção do sol.
Outra, alinhava bem a lente, mas esta estava suja e os raios do sol não a podiam atravessar.
Outra não era calma. Estava sempre a mover a lente de modo que o foco não se fixava num só ponto, apesar de bem orientada e limpa.
Outra era calma, tinha a lente impecavelmente limpa, mas era precipitada, tinha pressa e não dava tempo a que o foco aquecesse.
Outra era calma, tinha a lente limpa, era paciente mas não tinha preparado a lenha que estava verde ou húmida.
Finalmente uma conseguiu acender o fogo visto que era muito cuidadosa.
Assim, os raios do sol são a Palavra de Deus e a lente é a nossa vontade ou dedicação.
Para acender a nossa fé são precisas várias condições:
Colocar-se na direção correta, ter o coração puro, incidir a atenção e não vaguear, ser paciente e dar tempo ao tempo e ter o seu terreno bem preparado.
Pe. José David Quintal Vieira, scj
MEDITAR
O IMPORTANTE DA AMIZADE
O importante da amizade não é conhecer o amigo;
e sim saber o que há dentro dele!...
Cada amigo novo que ganhamos na vida, aperfeiçoa-nos
e enriquece, não pelo que nos dá, mas pelo
quanto descobrimos de nós mesmos.
Ser amigo não é coisa de um dia. São gestos, palavras,
sentimentos que se solidificam no tempo
e não se apagam jamais.
O amigo revela, desvenda, conforta.
É uma porta sempre aberta em qualquer situação.
O amigo na hora certa, é sol ao meio
dia, estrela na escuridão.
O amigo é bússola e rota no oceano,
porto seguro da tripulação.
O amigo é o milagre do calor humano
que Deus opera no coração.
CONTO (587)
A JANELA
Um homem muito rico sentia-se infeliz. Foi ter com um Mestre na esperança de encontrar a alegria de viver.
O Mestre disse-lhe:
- Olha para esta janela e diz-me o que é que vês.
Ele respondeu:
- Vejo pessoas na rua que caminham de um lado para o outro.
Então o Mestre apresentou-lhe um espelho e disse-lhe:
- Olha para este espelho e diz-me o que é que vês.
- Vejo-me a mim mesmo.
- Então já não vês os outros?
- Não.
O Mestre explicou-lhe:
- A janela e o espelho são ambos de vidro. Mas o espelho está coberto por detrás com prata e é por isso que te vês apenas a ti próprio. Porque o vidro da janela é transparente, tu vês os outros. É a riqueza que te impede de ver os outros; e sem os outros não podes ser feliz.
Não me conformo com menos do que um Deus que Dance!
Há grandes homens que fazem com que todos se sintam pequenos, mas o verdadeiro grande homem é aquele que faz com que todos se sintam grandes.
Chesterton
INFORMAÇÕES
EUCARISTIA NO SANTUÁRIO DE SANTO CRISTO
A eucaristia no Santuário da Caldeira de Santo Cristo será no dia 24 de janeiro às 15 horas.
RECEITAS
Cortejo de oferendas na Ermida de Santo António - 482,00€
Cortejo de oferendas na Ribeira Seca - 405,00€
CLÍNICA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DA CALHETA
A Clínica dos Bombeiros Voluntários da Calheta vai receber os seguintes especialistas:
Dr. Carlos Aguiar, oftalmologista, no dia 20 de janeiro; Dr. Brasil Toste, otorrinolaringologista, no dia 25 de janeiro; Dr.ª Maria Graça Almeida, ginecologista e obstetra, na última semana de janeiro; Dr.ª Alexandra Dias, pediatra, em janeiro; Dr.ª Renata Gomes, cardiologista, em fevereiro; Dr.ª Lourdes Sousa, dermatologista, fevereiro/março. Os interessados podem fazer as suas marcações através dos n.os 295460110/ 295460111.
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Nº 728