Nº 707

A VIDA É UM CARROCEL. VENS?

Fecha os olhos. Agarra-te bem.

Se quando abrires os olhos não tiveres força, então abre as asas. Essas que te levam para onde não sabes que precisas de ir. Fecha os olhos.

Abre as mãos. Se não conseguires ver nada quando os abrires, fecha-os outra vez e voa. É isto a vida.

Voar quando se perde o pé. Correr quando nos depenam as asas que nos imaginamos ter quando tudo o resto nos falha.

É isto, a vida. Querer tudo ao mesmo tempo. Não guardar nada para amanhã. Ter medo que o mundo acabe no segundo que a segue e que não tenhamos tempo para mais nada.

É isto, a vida. Fechar os olhos e ser outra vez criança ao colo da mãe.

É isto, a vida. Ter uma criança ao nosso colo e sentir que, de repente, também podemos ser mãe. Mesmo que isso nunca seja possível.

É isto, a vida. Estar ao colo de quem nos quer bem, ainda que estejamos longe. É ter a coragem para ser colo para um velhinho que já se esqueceu do seu. É rastejar atrás dos nossos sonhos até ferir os joelhos. Do corpo e da alma. É ser livre o suficiente para poder estar triste como se a noite fizesse casa em nós ou para poder estar alegre, como se o dia amanhecesse entre os nossos braços.

É isto, a vida. Ter duas mãos cheias de amigos e depois, quando o caminho se estreita e se afunila, já só ter um terço de meia dúzia. É não achar pouco esse terço de meia dúzia e amá-lo com a gratidão de quem nunca perdeu. É parar e beijar as feridas de quem já está cansado do caminho, ainda que depois ninguém se lembre das nossas.

A vida não retribui nada a quem faz. A retribuição é o privilégio de poder fazer sempre diferente do que nos fizeram a nós. É isso que faz de nós pequenos o suficiente para ser grandes.

É isto, a vida. Saber que há alguém que cuida de nós quando a vida nos adoece ou apodrece. 

É isto, a vida. Um chocolate embrulhado num papel bonito.

É isto, a vida. Ter sempre as malas feitas para ir onde o coração nos mandar. É nunca ficar com o que há. É escavar caminhos mais bonitos mesmo quando não há pá. É não deixar nada por dizer. É acampar à beirinha dos sonhos que temos e acordar dentro deles no dia seguinte. É ir para a frente quando te dizem que não és capaz.

A vida é um carrossel de onde ninguém sai ileso. Mas vai valer a pena. Vens?

Marta Arrais

 

XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM

A liturgia do 21º Domingo do Tempo Comum fala-nos de opções. Recorda-nos que a nossa existência pode ser gasta a perseguir valores efémeros e estéreis, ou a apostar nesses valores eternos que nos conduzem à vida definitiva, à realização plena. Cada homem e cada mulher têm, dia a dia, de fazer a sua escolha.

Na primeira leitura, Josué convida as tribos de Israel reunidas em Siquém a escolherem entre “servir o Senhor” e servir outros deuses. O Povo escolhe claramente “servir o Senhor”, pois viu, na história recente da libertação do Egipto e da caminhada pelo deserto, como só Jahwéh pode proporcionar ao seu Povo a vida, a liberdade, o bem estar e a paz.

O Evangelho coloca diante dos nossos olhos dois grupos de discípulos, com opções diversas diante da proposta de Jesus. Um dos grupos, prisioneiro da lógica do mundo, tem como prioridade os bens materiais, o poder, a ambição e a glória; por isso, recusa a proposta de Jesus. Outro grupo, aberto à acção de Deus e do Espírito, está disponível para seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida; os membros deste grupo sabem que só Jesus tem palavras de vida eterna. É este último grupo que é proposto como modelo aos crentes de todos os tempos.

Na segunda leitura, Paulo diz aos cristãos de Éfeso que a opção por Cristo tem consequências também ao nível da relação familiar. Para o seguidor de Jesus, o espaço da relação familiar tem de ser o lugar onde se manifestam os valores de Jesus, os valores do Reino. Com a sua partilha de amor, com a sua união, com a sua comunhão de vida, o casal cristão é chamado a ser sinal e reflexo da união de Cristo com a sua Igreja.

Dehonianos

 

 

MEDITAR

 

VOLTA A OLHAR O TEMPO...

 

Volta a olhar o tempo com inocência

como uma tarefa que as crianças

sabem melhor do que tu

 

Aprende a buscar a sabedoria

como quem constrói uma ponte

quando seria mais fácil a distância

 

 

Aprende a elogiar a vida

que é sempre a oportunidade mais bela

em vez de a diminuíres com desânimos e lamúrias

 

Aprende a agradecer o amor

que te esvazia as mãos

e ao mesmo tempo as deixa iluminadas

 

Acende no centro de ti uma prece

mesmo se o lume que trazes

te parece ameaçado ou imperfeito

 

José Tolentino Mendonça

 

CONTO (567)

 

O SILÊNCIO

Um homem dirigiu-se a um convento de clausura, isto é, um convento onde se vive longe do ruído da cidade e num silêncio desejado. Perguntou a um desses monges:

- Que aprendeis vós com a vossa vida de silêncio?

O monge estava a tirar água de um poço. Disse ao seu visitante:

- Olha para o fundo do poço. Que vês lá dentro?

O homem olhou para dentro e disse:

- Não vejo nada.

O monge ficou algum tempo sem se mover e no final disse ao visitante:

- Contempla agora. Que vês no fundo do poço?

O homem obedeceu e respondeu:

- Agora vejo-me a mim próprio: espelho-me na água.

O monge concluiu:

- Vês? Quando eu mergulho o balde, a água fica agitada. Agora, pelo contrário, está tranquila. É esta a experiência do silêncio: o homem vê-se a si próprio.

 

 

PADRE MARCOS MIRANDA

O Pe. Marcos é o terceiro padre, daqueles com quem trabalhei mais de perto, que vejo sair da Ilha e do trabalho próximo que procuramos fazer. Primeiro o Pe. Hélder Cosme, depois o Pe. Nuno Maiato e agora o Pe. Marcos Miranda.

Com eles procurei animar os seus ideais sacerdotais e caminhar com eles como amigo e irmão mais velho.

Procurei perceber os seus sonhos e a procura de rumos nobres e felizes.

Procurei entender a juventude que traziam na mente e coração, a vontade de fazer coisas novas e diferentes. Construir Igreja com alegria e juventude. Fazer destas comunidades jorgenses casa onde se respire bem, onde se respire alegria e felicidade.

Sei que muitas vezes não fui capaz de rumar certo e ser o amigo que eles precisavam . Reconheço imperfeições, limitações e erros. Reconheço a fragilidade que existe em mim.

Agora vejo o Senhor Padre Marcos deixar esta Ilha e partir para a Ilha Terceira. Leva consigo muitos amigos e muitos momentos de alegria e felicidade. Leva consigo muitas preocupações, tempos de tristeza e interrogações.

É preciso tirar amarras, deixar este cais e partir para outras comunidades. Sei que leva muitas recordações belas e felizes deste povo e desta gente.

Deve levar algumas mágoas, que percebo, e sei que é capaz de as perdoar.

Pessoalmente, vejo partir um grande e bom amigo com quem partilhei muitos bons momentos.

O padre Marcos vai mas chega o Padre Alexandre que vem, também, cheio de sonhos e interrogações. Vontade de dar o melhor de si mesmo.

Vamos, por isso, acolhê-lo como bons jorgenses e fazer o melhor de nós mesmos para que ele se sinta bem. Como se a nossa casa fosse a sua própria casa.

O Padre Alexandre tomará posse na Igreja das Manadas no dia 26 de agosto em Missa que será celebrada às 20h00 e na Ribeira Seca no dia 27 de agosto às 20h00.

 

 

Se quisermos compreender alguma coisa, precisamos  dedicar-nos ao silêncio.

 

Federico Fellini

 

A vida eterna não é um prolongamento infindável desta nossa vida, mas um modo absolutamente novo de ser que nos é dado por Deus.

Matersol

 

 


FESTA DE NOSSA SENHORA DA ENCARNAÇÃO

RIBEIRA DO NABO

Missa de Festa dia 30 de agosto às 18h00 seguindo-se a procissão.

 

FESTA DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO - LOURAL

Tríduos: 26, 27 e 28 de agosto às 19h00.

Missa de Festa: 30 de agosto às 13h00 seguindo-se a procissão.

 

 FESTA DE SANTA FILOMENA - PENEDIA

 Missa de Festa: 30 de agosto às 13h00.

 


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Nº 1149

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Jesus veio ensinar-nos a conhecermo-nos tais como somos,
com a nossa vocação profunda para o amor,
com todos os nossos dons,
com toda a beleza que está em nós,
mas também com tudo o que está ferido,
com tudo o que é frágil,
com tudo o que é pobre.

Jean Vanier, in A Fonte das Lágrimas

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