Nº 705

BONITA QUE SÓ ELA!

 

Estamos habituados a revoluções feitas com armas, 

que deixam um fio de sangue a escorrer no chão…

Estamos habituados a confiar nas mudanças que são impostas pela força, 

porque nos queixamos muito da violência mas é sempre a ela que recorremos 

quando queremos que as coisas fiquem diferentes…

É por isso que o Evangelho ainda nos parece tão estranho, às vezes…

Porque nos conta a história de uma revolução feita de ternura.

Porque o Evangelho nos conta a mudança mais decisiva que foi introduzida no mundo, 

mas é uma mudança selada pela mansidão e pela não-violência.

Era uma vez uma mulher, bonita que só ela, 

uma mulher que vivia numa aldeia pequenita da Galileia chamada Nazaré, 

e ficou para sempre ligada à história que muda a história! 

O nome dela era Maria 

e foi da sua boca que nasceu o hino mais revolucionário que se tinha ouvido alguma vez. 

Foi uma exultação de alegria, 

porque há revoluções que nascem da Felicidade!

Foi um clarão de Esperança, 

porque há revoluções que nascem de uma Promessa!

Era uma vez uma mulher, bonita que só ela, 

que sentiu a vida visitada pela bondade de Deus 

e, por causa disso, abriu as portas e percorreu os montes. 

Era uma vida d’esperanças, semeada de futuros, 

e dentro de si uma Palavra ganhava corpo.

Foi ela quem ouviu a primeira Bem Aventurança do Evangelho:
            “Feliz de ti que acreditaste que vai cumprir-se tudo o que foi dito da parte do Senhor!”

Por isso mesmo, ela cantou logo depois: 

“De hoje em diante, todas as gerações me chamarão FELIZ!”

Era uma vez uma mulher, bonita que só ela, 

que era uma pessoa feliz por causa da Esperança que Deus encontrou nela e por causa da Confiança que ela encontrou em Deus.

Voltamos o nosso rosto para Maria 

porque queremos aprender dela a coisa mais importante de todas: 

que Esperança é essa, 

que Confiança é essa, 
            que faz de ti “Maria Feliz”?

Rui Santiago cssr

 

XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM

A liturgia do 19º Domingo do Tempo Comum dá-nos conta, uma vez mais, da preocupação de Deus em oferecer aos homens o “pão” da vida plena e definitiva. Por outro lado, convida os homens a prescindirem do orgulho e da autossuficiência e a acolherem, com reconhecimento e gratidão, os dons de Deus.

A primeira leitura mostra como Deus Se preocupa em oferecer aos seus filhos o alimento que dá vida. No “pão cozido sobre pedras quentes” e na “bilha de água” com que Deus retempera as forças do profeta Elias, manifesta-se o Deus da bondade e do amor, cheio de solicitude para com os seus filhos, que anima os seus profetas e lhes dá a força para testemunhar, mesmo nos momentos de dificuldade e de desânimo.

O Evangelho apresenta Jesus como o “pão” vivo que desceu do céu para dar a vida ao mundo. Para que esse “pão” sacie definitivamente a fome de vida que reside no coração de cada homem ou mulher, é preciso “acreditar”, isto é, aderir a Jesus, acolher as suas propostas, aceitar o seu projeto, segui-l’O no “sim” a Deus e no amor aos irmãos.

A segunda leitura mostra-nos as consequências da adesão a Jesus, o “pão” da vida… Quando alguém acolhe Jesus como o “pão” que desceu do céu, torna-se um Homem Novo, que renuncia à vida velha do egoísmo e do pecado e que passa a viver no caridade, a exemplo de Cristo.

Dehonianos

 

MEDITAR

 

Canção do Amor-Perfeito

 

O tempo seca a beleza,

seca o amor, seca as palavras.

Deixa tudo solto, leve,

desunido para sempre

como as areias nas águas.

 

O tempo seca a saudade,

seca as lembranças e as lágrimas.

Deixa algum retrato, apenas,

vagando seco e vazio

como estas conchas das praias.

 

O tempo seca o desejo

e suas velhas batalhas.

Seca o frágil arabesco,

vestígio do musgo humano,

na densa turfa mortuária.

 

Esperarei pelo tempo

com suas conquistas áridas.

Esperarei que te seque,

não na terra, Amor-Perfeito,

num tempo depois das almas.

Cecília Meireles

 

CONTO (565)

 

OS QUATRO AMORES

Um homem tinha quatro amores: a beleza, o dinheiro, a fama e as boas ações.

Quando chegou a hora da morte, chamou-os para se despedir:

- Meus amigos, vou morrer. Adeus!

A beleza disse-lhe:

- Já sabias que eu não era um amor definitivo. Tudo o que é bom acaba. Tem paciência. Adeus!

O dinheiro consolou-o dizendo:

- Já sabes que estarei contigo até ao fim. Terás um enterro solene.

A fama aproximou-se e disse-lhe com voz forte para que todos ouvissem:

- Alegra-te porque és muito conhecido e terás muita gente no teu funeral. Os jornais falarão de ti durante alguns dias.

Finalmente, aproximaram-se as boas ações e, carinhosamente, lhe disseram:

- Não tenhas medo. Nós não nos despedimos de ti, nem choramos nem fazemos promessas. Acompanhar-te-emos mesmo para além da morte e, graças a nós, terás uma eternidade feliz.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Perdemos repentinamente

a profundidade dos campos

os enigmas singulares

a claridade que juramos

a conservar

mas levamos anos

a esquecer alguém

que nos olhou apenas

 

José Tolentino Mendonça, in Baldios

 

 


FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO

NORTE PEQUENO

Tríduo: dias 12, 13 e 14 de agosto às 20h00.

 

FESTA: dia 15 de agosto - Missa às 11h00 - Procissão às 19h00.

 

Dia 16 de agosto; 10h45 - recolha de oferendas e procissão.

                                       11h00 - Missa

 

Depois da Missa - Arrematações

 


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Nº 1173

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 SEJA FEITA A TUA BONDADE!

"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)

Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.

Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.

Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"

Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.

À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:

Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!

Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)

"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)

 

Eneida Costa

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