Nº676

A CORAGEM É A FORÇA DO CORAÇÃO
A coragem é um movimento do espírito pelo qual um coração grande se dá a conhecer. Não é uma força bruta da vontade, é uma decisão da consciência. É a capacidade de ser livre apesar do medo.
Só um bom coração reconhece o bem e tem de ser grande para lutar pelo melhor que há na vida.
O heroísmo dos grandes corações revela-se, não diante de enormes ameaças ou dos perigos mais assustadores, mas na vida comum de pessoas que nunca será reconhecida. Há muita gente que vive o seu amor ao bem de uma forma tão sublime quanto anónima. São os anjos que há na terra. Têm carne, ossos e problemas grandes e pequenos... tal como todos nós. Podemos ser nós!
Ter coragem dói. Os corações grandes têm muitas mágoas. Carregam as suas, aquelas de que ninguém suspeita, e as de outros... que não querem ou não podem levá-las sozinhos. Os corajosos encontram sempre forma de sofrer, mesmo quando estão bem. Sabem que não se pode ser feliz sozinho, nem, tão-pouco, com alguém a sofrer ali ao lado. São felizes, mas de uma forma muito estranha: é só lá muito no fundo.
A maior bravura destes corajosos é que dão mesmo o que não têm.
É com fé no amor que se vence o medo paralisante, mas é com essa mesma fé que ficamos a saber que não podemos tudo e que sozinhos podemos ainda menos.
Os corações corajosos têm tristezas e trevas. São, aliás, os que mais as têm. Carregam-nas, mas encontram quase sempre uma forma de serem mais fortes do que elas. Quando caem e se perdem, é trágico, porque como são grandes e as mágoas que suportam são pesadas, caem ainda mais fundo e magoam-se muito. Mas, é uma questão de tempo até perceberem que não são da terra, mas do céu, e sem que se perceba como, levantam-se... e seguem o seu caminho.
A coragem implica uma solidão. Profunda. Não é uma loucura momentânea que torna valoroso um homem que não o é. A coragem é uma decisão dos que sabem o que estão a fazer e conhecem os riscos que correm. Ninguém nasce corajoso. Aprende-se a ser forte. Aprende-se a viver a verdade. Aprende-se a amar.
Enfrenta-se mil futilidades, sorri-se apesar da perda e da doença, trabalha-se no que não se gosta, chora-se... mas vive-se, inteiro, uma vida inteira.
Falhas, fraquezas, trevas e tristezas... não são o que somos. São o que não somos... nem vamos ser, nunca! Assim saibamos ser a coragem que nos falta a nós e a que falta aos outros.
José Luís Nunes Martins, Texto Adaptado
II DOMINGO DO TEMPO COMUM
A liturgia do 2º Domingo do Tempo Comum propõe-nos uma reflexão sobre a disponibilidade para acolher os desafios de Deus e para seguir Jesus.
A primeira leitura apresenta-nos a história do chamamento de Samuel. O autor desta reflexão deixa claro que o chamamento é sempre uma iniciativa de Deus, o qual vem ao encontro do homem e chama-o pelo nome. Ao homem é pedido que se coloque numa atitude de total disponibilidade para escutar a voz e os desafios de Deus.
O Evangelho descreve o encontro de Jesus com os seus primeiros discípulos. Quem é “discípulo” de Jesus? Quem pode integrar a comunidade de Jesus? Na perspetiva de João, o discípulo é aquele que é capaz de reconhecer no Cristo que passa o Messias libertador, que está disponível para seguir Jesus no caminho do amor e da entrega, que aceita o convite de Jesus para entrar na sua casa e para viver em comunhão com Ele, que é capaz de testemunhar Jesus e de anunciá-Lo aos outros irmãos.
Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Corinto a viverem de forma coerente com o chamamento que Deus lhes fez. No crente que vive em comunhão com Cristo deve manifestar-se sempre a vida nova de Deus. Aplicado ao domínio da vivência da sexualidade – um dos campos onde as falhas dos cristãos de Corinto eram mais notórias – isto significa que certas atitudes e hábitos desordenados devem ser totalmente banidos da vida do cristão.
Dehonianos
MEDITAR
MAGNIFICAT
O evangelista Lucas imortalizou
O magnífico louvor que a tua boca pronunciou.
Como tu, a minha alma glorifica ao Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador (Lc 1, 46-47).
Porque do medo à confiança me fez renascer
E um coração vazio de esperança voltou a encher.
Porque esta alma perdida voltou a encontrar
A luz para os seus passos guiar.
Porque os olhos na humildade da sua serva pôs (cf. Lc 1, 48)
E para ela uma magnífica melodia compôs.
Cheia de misericórdia, bondade e amor
Com a leveza das nuvens e o perfume da mais fina flor.
Como a ti, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada (Lc 1, 48)
Porque em mim verão o esplendor de ser por Deus amada.
«O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas» (Lc 1, 49), direi a todas as gerações (Lc. 1, 48)
E com a alegria do Seu Evangelho tocarei, como tu, os seus corações.
Santo é o Seu nome (Lc 1, 49) e o Seu mandamento o amor.
Que, seguindo o teu exemplo, o saiba cumprir mesmo na dor.
Mantem acesa em mim das tuas virtudes a luz,
E a coragem de seguir o teu Filho até aos pés da cruz.
CONTO (535)
O LENHADOR HONESTO
Há muito tempo, numa floresta verdejante e silenciosa, próximo de um riacho de águas rápidas, espumantes e cristalinas, vivia um pobre lenhador que trabalhava muito para sustentar a família.
Todos os dias empreendia a árdua caminhada floresta adentro, levando ao ombro o seu afiado machado. Partia sempre assobiando contente, pois sabia que enquanto tivesse saúde e o machado, conseguiria ganhar o suficiente para comprar o pão de que a família precisava.
Um dia, estava ele a cortar um enorme carvalho perto do rio. As lascas voavam longe e o barulho do machado ecoava pela floresta com tanta força que parecia haver uma dúzia de lenhadores a trabalhar.
Passado algum tempo, resolveu descansar um pouco. Encostou o machado à árvore e virou-se para se sentar, mas tropeçou numa raiz velha e retorcida e esbarrou no machado; antes que pudesse agarrá-lo, caiu ribanceira abaixo, indo parar ao rio!
O pobre lenhador vasculhou as águas tentando encontrar o machado, mas aquele trecho era fundo demais. O rio continuava a correr com a mesma tranquilidade de sempre, ocultando o tesouro perdido.
— O que hei de fazer? Perdi o machado! Como vou dar de comer aos meus filhos? – gritou o lenhador.
Mal acabara de falar, surgiu de dentro do riacho uma bela mulher. Era a fada do rio, que viera até à superfície ao ouvir o lamento.
–– Por que estás a sofrer tanto? – perguntou em tom amável.
O lenhador contou o que acontecera e ela mergulhou em seguida, tornando a vir à superfície segundos depois, com um machado de prata.
–– É este o machado que perdeste?
O lenhador pensou em todas as coisas lindas que poderia comprar para os filhos com toda aquela prata! Mas o machado não era dele, e abanou a cabeça, dizendo:
–– O meu machado era de aço.
A fada das águas colocou o machado de prata na margem do rio e tornou a mergulhar. Voltou logo e mostrou outro machado ao lenhador:
–– Talvez este machado seja o teu, não?
–– Não, não! Esse é de ouro! Vale muito mais do que o meu.
A fada das águas depositou o machado de ouro na margem do rio. Mergulhou mais uma vez. Tornou a vir à tona. Desta vez, trouxe o machado perdido.
–– Esse é o meu! É o meu, sim; sem dúvida!
–– É o teu – disse a fada das águas – e agora também são teus os outros dois. São um presente do rio, por teres dito a verdade.
À noitinha, o lenhador empreendeu a árdua caminhada de volta para casa com os três machados às costas, assobiando contente e pensando em todas as coisas boas que eles iriam trazer à sua família.
Amar um ser é esperar nele para sempre.
Amar um ser é não o julgar; julgar um ser é identificá-lo com aquilo que dele se conhece. «Agora, conheço -te. Agora julgo-te. Sei aquilo que vales»... Isto representa matar um ser.
Amar um ser é esperar sempre dele algo de novo, algo de melhor.
Louis Evely, em "Fraternidade e Evangelho"
INFORMAÇÕES
RECEITAS
Cortejo de oferendas da Er.da de S.to António - 420,00€.
RECOLHA DO CULTO
Durante este mês de janeiro irá proceder-se à recolha do culto na Paróquia de Ribeira Seca, nos moldes habituais.
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PENSAMENTO DA SEMANA
Jesus é o terapeuta do nosso olhar,
o reconstrutor do nosso modo de ver.
José Tolentino Mendonça
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