Nº 670
COROA DO ADVENTO
Ela é tão simples quanto bonita: um círculo feito de ramos verdes, geralmente de ciprestes ou cedros. Nele coloca-se uma fita vermelha longa que, ao mesmo tempo enfeita e mantém presos à haste circular os ramos. Quatro velas de cores variadas completam essa bela guirlanda que, nos países cristãos, orna e marca há séculos a época do advento.
A esta guirlanda dá-se o nome de Coroa do Advento.
Um antigo costume piedoso. Nos domingos de Advento, existe o piedoso costume de as famílias e as comunidades católicas se reunirem em torno de uma coroa para rezar. A "liturgia da coroa", como é conhecida esta oração, realiza-se de um modo muito simples. Todos os participantes da oração colocam-se em torno daquela guirlanda enfeitada e a cerimônia tem início, Em cada uma das quatro semanas do advento acende-se uma nova vela, até que todas sejam acesas.
O acender das velas é sempre acompanhado com um canto. Logo em seguida, lê-se uma passagem das Sagradas Escrituras que seja própria para o tempo do Advento e é feita uma pequena meditação. Depois disso é que são realizadas algumas orações e são feitos alguns louvores para encerrar a cerimônia.
Origem. A Coroa de Advento tem sua origem na Europa. No inverno, seus ainda bárbaros habitantes acendiam algumas velas que representavam a luz do Sol. Assim, eles afirmavam a esperança que tinham de que a luz e o calor do astro-rei voltaria a brilhar sobre eles e aquecê-los. Com o desejo de evangelizar aquelas almas, os primeiros missionários católicos que lá chegaram quiseram, a partir dos costumes dos da terra, ensinar-lhes a Fé e conduzi-los para Jesus Cristo. Foi assim que, criaram a "coroa do advento", carregada de símbolos, ensinamentos e lições de vida.
A forma circular. O círculo não tem princípio, nem fim. É interpretado como sinal do amor de Deus que é eterno, não tendo princípio nem fim. O círculo simboliza também o amor do homem a Deus e ao próximo que nunca deve se acabar, chegar ao fim. O círculo ainda traz a ideia de um "elo" de união que liga Deus e as pessoas, como uma grande "Aliança".
Ramos verdes. Verde é a cor que representa a esperança, a vida. Deus quer que esperemos a sua graça, o seu perdão misericordioso e a glória da vida eterna no final de nossa vida terrena. Os ramos verdes lembram as bênçãos que sobre os homens foram derramadas por Nosso Senhor Jesus Cristo, em sua primeira vinda entre nós e que, agora, com uma esperança renovada, aguardamos a sua consumação, na segunda e definitiva volta d’Ele.
Quatro velas. O advento tem quatro semanas, cada vela colocada na coroa simboliza uma dessas quatro semanas. No início a Coroa está sem luz, sem brilho, sem vida: ela lembra a experiencia de escuridão do pecado. À medida em que nos aproximamos do Natal, a cada semana do Advento, uma nova vela vai sendo acesa, representando a aproximação da chegada até nós Daquele que é a Luz do mundo, Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ele é quem dissipa toda escuridão, é quem traz aos nossos corações a reconciliação tão esperada entre nós e Deus e, por amor a Ele, a "paz na Terra entre os homens de boa vontade".
iMissio
II DOMINGO DO ADVENTO
O caminho do amor
Um pai contou-me, emocionado, uma lição que recebera da sua filha mais nova. Durante a missa do passado fim de semana, o Padre falou da preparação que era preciso fazer para o Natal. A miúda, desde a Igreja até casa, não parou de pedir coisas ao Pai, que comprasse isto, aquilo e mais outra coisa e tal. Por fim, o pai perdeu a paciência (e só se perde aquilo que se tem):
- Compra-me isto! Compra-me aquilo!
- E tu? - explodiu- Já pensaste o que é que vais dar aos teus pais? Só falas em ti. E nós? O que tens para nos dar?
A resposta da filha deixou-o sem palavras:
- Só tenho amor. Disse simplesmente.
O amor é o lugar de encontro onde se cruzam os caminhos de Deus e o dos homens. Preparar os caminhos do Senhor é afinal apurar o coração, afinar o amor, partilhar aquilo que afinal todos têm. O amor deve ser a única coisa que quanto mais se dá mais se terá.
Deus amou de tal maneira o mundo que lhe enviou o Seu Filho. Foi o amor que nos trouxe o Salvador. Só o mesmo Amor que nos levará até Ele. É preciso amar a Deus servindo os irmãos e ao mesmo tempo amar os irmãos servindo a Deus.
José David Quintal Vieira, scj
MEDITAR
Do entendimento
Se eu pudesse entender:
O Filho de Deus é homem,
Mais ainda: o filho de Deus é verbo,
Eu viraria estrela ou girassol.
O que só adora e não fala.
Adélia Prado, A Falta que Ama
Há formas de entendimento que não são mais do que entendimento!
Há coisas que são para admirar.
Há coisas que são para dizer de boca fechada, e calar de boca aberta!
Há coisas que não são coisas.
Há Pessoas que a gente ou ama muito ou desconhece por completo,
meio termo não há.
Há Pessoas em cuja vida "um bocadinho" é medida que inexiste.
Há Pessoas que não cabem em nenhum dos nossos verbetes da enciclopédia,
porque, aliás, é isso que acontece com as Pessoas todas!
Se eu pudesse entender...
tudo em mim se transformaria em adoração e espanto,
admiração e encanto,
Silêncios A Capella!
Rui Santiago cssr
CONTO (529)
Um cidadão fez votos de desprendimento e pobreza. Deu todos os seus bens e propriedades, guardou para si apenas duas tangas, e saiu Índia afora em busca de todos os sábios, medindo a verdade do desprendimento de cada um. Levava apenas uma tanga no corpo e outra para trocar, sempre que fosse necessário.
Estava convencido de não encontrar quem lhe ganhasse em desprendimento, quando soube de um velho guru, bem ao norte, no sope dos Himalaias. Partiu à procura do velho sábio.
Quando lá chegou, tristeza e deceção! Encontrou terras bem cuidadas, um palácio faustoso, muita riqueza, muita pompa. Indignado, procura pelo guru. Um velho servo diz-lhe que ele está numa ala dos magníficos jardins com os seus discípulos, estudando o desapego. Como era costume da casa Ter gentileza para com os hóspedes, o servo convidou o andarilho para um banho, repouso e refeição, antes de se dirigir à presença do sábio.
Achando tudo muito estranho, o desapegado aceitou a sugestão. Tomou um bom banho, lavou a sua tanga usada, colocou-a para secar no quarto e saiu em busca do guru.
Completamente injuriado, queria contestar e desmascarar aquele que julgava um impostor, pois na sua conceção desapego não combinava com posses. Aproxima-se do grupo, que ouve embevecido as palavras do mestre e ficou ruminando um ardil para atacar o guru, quando, correndo feito um doido, chega um dos serviçais gritando:
- Mestre, mestre, o palácio está pegando fogo, um incêndio tomou conta de tudo. O senhor está perdendo uma fortuna! O sábio, impassível, continuou a sua prédica. O desapegado viajante das duas tangas dá um salto e sai em desabalada carreira, gritando:
- A minha tanga, a minha tanga, o fogo está a destruir a minha tanga...
DESPRENDIMENTO
A mansidão tem um extraordinário poder na transformação do ser humano. Ter a sorte de nos relacionarmos, de perto, com alguém com esta característica, é uma dádiva, porque sentimos e beneficiamos do bem que nos faz.
Grão de Mostarda
INFORMAÇÕES
RECEITA
Receita do peditório realizado no concelho da Calheta para a Liga Portuguesa Contra o Cancro 4.471,50€
CONFISSÕES
Dia 10 de dezembro às 18h00 - BEIRA.
Dia 14 de dezembro às 17h00 - URZELINA.
Dia 10 de dezembro às 17h00 - VELAS.
Dia 12 de dezembro às 14h00 - NORTE PEQUENO.
Dia 12 de dezembro às 15h00 - SANTO ANTÓNIO.
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Agenda Pastoral
Destaque
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Nº 1176Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
Queria ter a posição dos claustros
A posição do monge antigo que os varre
A posição do moribundo que pergunta as horas
A posição das árvores quando as crianças sobem
A posição dos ramos quando os ninhos nascem
A posição de alguém que já não mora. Queria
Como se tivesse
A posição da casa e alguém me visitasse.
Daniel Faria
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