Nº 657

AMAR NÃO É SER FELIZ

Por entre mil sofrimentos, amar é sentir o céu no coração. Sempre que alguém leva aos outros motivo de alegria verdadeira a sua ação é virtuosa e, portanto, feliz

O caminho do bem e da felicidade seguem, poucas vezes, na mesma direção... Um dos sofrimentos de quem persegue o bem é o de constatar, tantas vezes, a alegria triunfante de quem procede mal.

A felicidade não é um sonho nem uma tentação. Não é impossível, mas imprescindível. Não é um prémio de produtividade nem uma recompensa por obediência... Não se trata de um prazer ou de uma alegria comum, mas de algo bem mais fundo, não passageiro. Será um dom que aumenta com cada gesto bom.

Esta bem-aventurança não é um estado em que se esquece tudo o resto... revela-se, sim, em cada vida plena, na qual cada pedaço tem rumo, significado e valor. Não é uma existência extraordinária, mas aquela onde o sujeito vive, vivida de forma humilde, grata e concentrada no essencial: o amor. Abraçando da mesma forma as alegrias e os sofrimentos, como pilares fundamentais da vida neste tempo... que é parte de um outro tempo, maior... o Eterno.

A ideia de felicidade remete-nos para algo que extravasa um limite pré-determinado, assim, só somos felicidade quando as nossas expectativas são superadas. Mas, não se pense que a única variável a ter em conta é a da generosidade do mundo e dos outros...  afinal, uma das formas que temos para ser felizes é a de reduzirmos os nossos desejos... a maldição da infelicidade, nos dias de hoje, deve-se mais à multiplicação das ganâncias do que a qualquer outra pobreza. Quantas vezes a obtenção daquilo que se desejava traz apenas uma angústia ainda mais infeliz?

A felicidade é considerada como algo excessivo... é raro aparecer numa página de jornal ou num qualquer programa de televisão... aí apenas há espaço para as tristezas e alegrias efémeras, e quando aparece alguém feliz é tomado como louco, ingénuo ou ridículo... alguém que se rendeu a um devaneio piegas e que não tem sequer noção do mundo em que vive... 

Há muitos neste mundo que se resignam a ser definitivamente infelizes, mas também há quem perceba que se pode construir uma vida do outro mundo aqui, por entre frustrações e fracassos, guerras e dores.

Mais do que esperar passivamente que a felicidade nos chegue à vida, é possível que cada homem, à sua maneira, se torne protagonista e consiga ser a felicidade que abraça a própria vida.

Ninguém tem direito à felicidade, apenas o dever de ser digno dela através do amor. Por entre mil sofrimentos, amar é sentir o céu no coração. Sempre que alguém leva aos outros motivo de alegria verdadeira a sua ação é virtuosa e, portanto, feliz. Por entre mil sofrimentos...

Bem longe dos medos existe uma dimensão onde os nossos frutos podem tocar as nossas raízes. Aí há paz, e é essa paz que permite que possamos, amando, construir o nosso ser a partir do nada. Sim, sem amor, nunca seremos mais que pó.

Amar não é ser feliz – é construir um caminho daqui para o céu.

 

José Luís Nunes Martins

 

XXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM

Corrigir-se

1- Necessidade da correção fraterna.

O pecado nunca é um facto isolado pois nenhum homem é uma ilha. Cada um é parte dum continente. Quando uma ave poisa num ramo é perturbado o equilíbrio de toda a planta. Quando uma pedra cai no lago comunica o movimento a toda a água.

2- Como corrigir.

A) Com serenidade para não aumentar o mal; a sós; na intimidade e num relacionamento pessoal. Conta-se que um dia Platão teve que corrigir um aluno impertinente. Sentando-se, pediu ajuda a um amigo dizendo: Eu não posso corrigi-lo agora porque não me encontro suficientemente calmo.

B) Em espírito de comunhão e oração. É por isso que Jesus, no Evangelho deste Domingo, conclui que onde dois ou três se reunirem em seu nome, estaria no meio deles. Isto porque a comunidade reúne-se para fazer oração mas afinal é a oração que constrói a comunidade.

Um dia, uma mãe lamentava-se ao pároco que o seu filho, em crise espiritual, andava transviado pelas más companhias. Dizia com tristeza:

- Eu falo muitas vezes de Deus ao meu filho mas não serve de nada.

Então o santo pároco, consolando-a respondeu:

- Coragem! Se quer obter melhores resultados, mais do que falar de Deus ao seu filho, fale do seu filho a Deus.

E assim fez.. Quanto mais rezava mais calma e compreensiva ficava de modo que o seu filho, assim acolhido, não precisou mais de procurar satisfações longe de casa e corrigiu-se. E a mãe chegou à conclusão que para corrigir é preciso corrigir-se.

Pe. José David Quintal Vieira, scj

 

 

MEDITAR

 

O NOVO DIA

 

Naquele dia, olhou para aqueles que tinha feito seus amigos e irmãos.
Chamou-os, dois a dois, como no princípio.
Chamou-os pelo nome.
Chamou-os tal como eram, homem ou mulher e enviou-os.
Primeiro, enviou-os um ao outro, pelo caminho.
Fez uma investidura ao contrário das missões deste mundo: em vez de investi-los, despiu-os das seguranças materiais, dos véus que servem para cobrir, esconder e criar distâncias.
Deu-lhes o poder mais forte: o de quem ama até ao fim, suporta tudo, até a impotência.
Entregou-os um ao outro, tal como eram, tal como estavam.
Enviou-os despojados, a necessitarem do apoio e suporte dos outros.
Enviou-os a partilhar a fragilidade e, nela, anunciar a boa notícia da proximidade do Pai que nos sente, como no princípio.

Veio a tarde e, em seguida, a manhã: este é o novo dia.

“Glória ao Deus que não nos criou acabados, dando-nos assim a oportunidade de nos construirmos de modo livre, consciente e capazes de comunhão!”  Calmeiro Matias

 

CONTO (517)

 

EXISTÊNCIA DE DEUS

Conta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que, certa vez, o rico chefe da grande caravana chamou-o à sua presença e perguntou-lhe:

— Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler?

O crente fiel respondeu:

— Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai Celeste pelos sinais dele.

— Como assim? — indagou o chefe, admirado.

O servo humilde explicou-se:

— Quando o senhor recebe uma carta de uma pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?

— Pela letra.

— Quando o senhor recebe uma jóia, como é que se informa quanto ao autor dela?

— Pela marca do ourives.

O empregado sorriu e acrescentou:

— Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo ou um boi?

— Pelos rastros — respondeu o chefe, surpreendido.

Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o céu, onde a Lua brilhava, cercada por multidões de estrelas, exclamou, respeitoso:

- Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não podem ser dos Homens!

Nesse momento, o orgulhoso caravaneiro, de olhos lacrimosos, ajoelhou-se na areia e começou a orar também.

PAI NOSSO

Chico Xavier

 

Do Blog.  Tempo Comum

 «Há três línguas que apanham a realidade a um nível especialmente profundo: são elas, a poesia, o amor e a espiritualidade.»

Sophia M.B.A

«A inspiração faz-me confusão. Nunca a tive. Acho-a uma desculpa para não fazer nada.»

António Lobo Antunes

 «O mundo será julgado pelas crianças. O espírito da infância julgará o mundo.»

Georges Bernanos

 


FESTA DE NOSSA SENHORA DO SOCORRO

BISCOITOS

 

Tríduo - 10 de setembro às 19h30, 11e 12 de setembro às 20 horas.

                Reunião com as crianças da Primeira Comunhão e Profissão de Fé no dia 11 de Setembro às 18h30 e Confissões às 19 horas.

Festa -  14 de setembro:

                               - Eucaristia de festa às 11 horas;

                               - Procissão às 18h 30 minutos.

 

FESTA DE NOSSA SENHORA DE LURDES

FAJÃ DOS CUBRES

Tríduo - 10, 11e 12 de setembro às 20 horas.

Festa -  14 de setembro:

                      - Eucaristia de festa às 11 horas, a seguir as arrematações e procissão.

 


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Nº 1149

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

Jesus veio ensinar-nos a conhecermo-nos tais como somos,
com a nossa vocação profunda para o amor,
com todos os nossos dons,
com toda a beleza que está em nós,
mas também com tudo o que está ferido,
com tudo o que é frágil,
com tudo o que é pobre.

Jean Vanier, in A Fonte das Lágrimas

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