Nº 646

ERA UMA VEZ

Era uma vez um lugar que estava cercado de grades mas, de cada vez que lá ia,  fazia-me sentir que chegava a um campo aberto mesmo no centro do mundo, das suas alegrias mais desejadas e das suas dores mais encarniçadas.

Era uma vez um lugar onde tudo o que funcionava noutros lugares não funcionava como nos outros lugares, porque a vida estava mais à flor da pele e as máscaras ou ficavam à entrada ou caíam mais depressa.

Era uma vez um lugar onde celebrar era sentir-se livre e cantar era pôr-se fora do alcance dos julgamentos dos Homens.

Era uma vez um lugar onde se descobria de novo o que significava ter um Nome, ou perdê-lo, ou ganhá-lo de novo, ou refazê-lo.

Era uma vez um lugar onde tudo tinha outras cores, mas que não eram diferentes... só eram outras porque eram as mesmas de todos os lados mas sempre mais intensas.

Era uma vez um lugar onde, ao mesmo tempo, as palavras valiam pouco e ganhavam uma eficácia extraordinária, como se algumas palavras se tornassem mesmo anjos de consolação a guardar almas, de noite e de dia.

Era uma vez um lugar onde todos os ritmos estavam cronometrados mas, inexplicavelmente, fazia parar os relógios e sorvia o tempo numa inspiração cheia de silêncio e concentração.

Era uma vez um lugar entre quatro paredes onde eu ia para que me ensinassem a ser livre.

Era uma vez um lugar em que eu via diante dos meus olhos o Deus da bíblia a fazer de pedras filhos de Abraão.

Era uma vez um lugar em que eu encontrava Jesus sentado à conversa, feliz, no sacrário das dores humanos, onde eu fui aprender a adorar o Santíssimo Sacramento da Esperança exposto misteriosamente em cada coração humano.

Era uma vez um lugar em que me ensinaram que eu sou apenas eu, e outra missão não tenho no mundo para além de deixar que as pessoas me ajudem a ser sensível, amável e perdoador; ou, por outras palavras, deixar que elas me salvem.

Era uma vez um lugar em que as Notícias do Reino eram conjugadas na primeira pessoa e Jesus passava, em carne e osso – vi eu! – a curar cegos, a levantar caídos, a meter-se com leprosos e a tornar-se amigo de prostitutas.

Era uma vez um lugar daqueles que, se nos deixamos levar um bocadinho, já lhe acordamos com as iniciais tatuadas na carne da alma.

Rui Santiago cssr

 

SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO

No centro da Solenidade deste domingo está quer a celebração de Deus que alimenta o seu povo e que, no seu Filho, dá-lhe o alimento supremo e eterno, quer a grande Eucaristia dos crentes.

Para exprimir esta oração de louvor e de agradecimento, que dirigimos ao Senhor acolhendo o dom do seu amor, a Escritura emprega duas palavras: a bênção (primeira leitura) e a ação de graças (segunda leitura).

Estas duas dimensões de oração estão intimamente ligadas e devem habitar a nossa vida para além da missa, para testemunhar todo o amor com o qual Cristo ama os homens (Evangelho).

A Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo é a festa da Pessoa de Cristo. Ao levantarmos os olhos para o Pão e o Vinho consagrados, só podemos dizer: «É mesmo Ele! Meu Senhor e meu Deus!»

Dehonianos

 

MEDITAR

 

SOMOS MOLDADOS

Somos moldados por todas as graças que recebemos, por todas as graças que recusámos,

por todos os gestos de amor e todos os gestos de ódio ou de indiferença,

pelos nossos fracassos e os nossos êxitos;

tudo, literalmente tudo se inscreve na nossa carne.

 

Assim, a experiência do amor de Deus por nós,

experiência que fazemos um dia (...),

não muda a nossa história nem o que nos moldou,

mas muda-nos porque nos revela que Deus nos ama,

tal como somos,

não tais como gostaríamos de ser,

não tais como a sociedade ou os nosso pais gostariam que fôssemos,

mas tais como somos hoje, com as nossas fragilidades, as nossas feridas,

os nosso medos, as nossas qualidades e os nosso defeitos.

 

Tais como somos hoje, somos amados por Deus.

 

E, se temos a impressão de que constantemente dececionamos os outros,

que somos incapazes de corresponder às suas expectativas,

à sua confiança, às esperanças que depositaram em nós;

se temos o sentimento de que há uma distância

entre o que parecemos ser e o que somos na realidade,

entre aquilo que os outros pensam que somos capazes de fazer e o que podemos fazer de facto, então é preciso que saibamos que a Ele, o nosso Deus, jamais O dececionaremos.

 

Ele conhece-nos exatamente.

Conhece o estranho mundo de trevas e luz que nos habita,

conhece melhor que nós esta mistura misteriosa que somos,

sabe aquilo de que somos capazes.

Os outros podem ser dececionados por nós porque formam sonhos a nosso respeito

e nos projetam no ideal;

Deus nunca Se dececiona, porque aquele que ama, é aquele que eu sou hoje;

Deus não vive no futuro nem no passado mas sim no presente.

Ele "é" o presente e vê-me na minha realidade presente.

 

Jean Vanier, in A Fonte das Lágrimas

 

CONTO (506)

 

QUEM DECIDE POR MIM?

O amigo cumprimentou o jornaleiro amavelmente, mas como resposta recebeu um tratamento rude e grosseiro.

Pegou no jornal e atirou-o na direção dele, o amigo do colunista sorriu polidamente e desejou um bom fim de semana ao jornaleiro.

Quando os dois amigos desciam a rua, o colunista perguntou:

- Ele trata-te sempre com tanta grosseria?

- Sim, infelizmente foi sempre assim…

- E você é sempre tão polido e amigável com ele?

- Sim, procuro ser.

- Por que é que é tão educado, já que ele é tão inamistoso com você?

- Por que não quero que ele decida como eu devo agir.

Um colunista conta uma história em que acompanhava um amigo a uma banca de jornais.

Não é o mesmo ‘dar’ e ‘dar-se.’ (….) Dar-se é colocar-se a própria pessoa, por completo e sem condições, à disposição de alguém, dos outros, de uma causa, de um projeto… Com frequência, como não estamos dispostos a dar-nos a nós mesmos aos outros, damos coisas…

José Maria Castillo,  La Religión de Jesús

 

 

Se tiveres problemas com alguém nada mais precisas, para os resolver, do que lhe dar amor e liberdade.

Agostinho da Silva


INFORMAÇÕES

 

FESTA DO CRUZEIRO  NA CALHETA

Haverá preparação nos dias 23 e 24 de junho às 19 horas, com missa.

A festa será no dia 25 de junho, com missa às 20h30 horas seguida de procissão.

 

FESTA DE SÃO JOÃO NA FAJÃ DO OUVIDOR

No dia 28 de junho irá realizar-se a festa de S. João, às 11 horas, na Fajã do Ouvidor, com missa seguida de procissão.

 

FESTA DE SÃO PEDRO NA BEIRA

No dia 29 de junho irá realizar-se a festa de São Pedro na Ermida com o mesmo nome na Beira, às 18 horas, com missa e procissão.

 

FESTA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS NA RIBEIRA SECA

Tríduo preparatório nos dias 25 e 26 de junho com missa às 19h30.

No dia 27 será administrado o Sacramento do Crisma aos catequizandos do 10ª ano de catequese da Ribeira Seca às 20 horas.

Festa no dia 29 de junho com missa às 12 horas com celebração das festas da Primeira Comunhão e Profissão de Fé seguida de procissão.

 

FESTA DA PRIMEIRA COMUNHÃO E PROFISSÃO DE FÉ NAS MANADAS.

A missa  da Primeira Comunhão e Profissão de Fé na paróquia da Manadas será  às 11 horas do dia 29 de junho.

 

BAZAR

O Bazar que se realizou durante as festas do Espírito Santo na paróquia do Norte Grande teve a receita de 460,61€. A direção da Irmandade agradece a colaboração que foi prestada por todos.

 

FESTA DE SANTO ANTÓNIO  NA PARÓQUIA DE SANTO ANTÓNIO

Tríduo preparatório dias 25, 26 e 27 de junho às20 horas

Festa dia 29 de junho: missa às 12h30 e procissão às 19h30

 


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Não se caminha quando não se acredita.
Não se estende a mão quando não se ama.
Não se muda quando nada se espera.

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