Nº 600
APRENDER A SER AMIGO DE SI MESMO
Se não aprendermos a ser amigos de nós mesmos, arriscamo-nos a identificarmo-nos apenas pelo que o não-amigo diz de nós, pela forma como ele nos vê.
Se não aprendermos a ser amigos de nós mesmos, tornamo-nos cúmplices do não-amigo, daquele que nos está a agredir, daquele que está a escarnecer de nós, que nos está a violar.
Se não aprendermos a ser amigos de nós mesmos, teremos apenas uma visão parcial daquilo que somos, limitada aos nossos aspetos negativos.
Tornar-se amigo de si próprio é uma tarefa psicológica, espiritual.
É um trabalho interior.
Consiste em olhar de frente o nosso lado negativo e mais obscuro. Não nos envergonharmos dele, mas reconciliarmo-nos com ele.
Um homem mede-se pela sua profundidade. E a profundidade de uma pessoa alimenta-se, absorve linfa vital a partir dos seus aspetos mais desconhecidos, mais escondidos, onde dificilmente se consegue chegar.
Por outro lado, são esses mesmos aspetos que tornam forte, vital e corajoso o ser humano. Precisamente porque existem em cada pessoa, incitam-nos a ir à sua procura para lhes podermos dar um novo significado, para os convertermos.
Ser amigo de si próprio significa tentar conhecer com doçura e com ternura aqueles aspetos de nós que os outros, os não-amigos, agridem e, através dos quais, tentam debilitar-nos.
Sermos amigos significa, pois, completar uma viagem interior, em busca da totalidade da nossa pessoa, isto é, em busca de nós mesmos, o que também passa pela aceitação dos nossos pontos mais fracos e negativos, aqueles que os outros tanto se esforçam por pôr em destaque.
In Ser Amigo ou ter Amigos?, Valério Albisetti
XVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
O que vale mais
Jesus fala-nos de alguém que pensava ter assegurado o mais importante da sua vida mas afinal estava iludido.
Faz-me recordar um episódio antigo:
Um conferencista surpreendeu a assembleia: Pegou num frasco de boca larga, colocou-o junto a uma bandeja com pedras do tamanho de um punho e perguntou: Quantas pedras pensam que cabem neste frasco? Depois dos assistentes fazerem as conjeturas, começou a enchê-lo com pedras. Perguntou então: Está cheio? Toda a gente disse que sim.
Tirou debaixo um saco de gravilha e começou a metê-la no frasco. Agitou-o. As pedrinhas penetraram por entre as maiores. De novo perguntou se estava cheio. Desta vez duvidaram. Em seguida começou a deitar areia dentro do frasco. Esta infiltrou-se pelos espaços vazios. Está cheio? Claro que não! Pegou num jarro com água e verteu-a dentro do frasco que absorveu sem transbordar.
- O que acabámos de demonstrar?
- Que não importa se a nossa agenda está cheia. Se quisermos, sempre conseguimos com que caibam mais coisas.
- Não – corrigiu o especialista – O que se conclui é que se não colocamos primeiro as pedras grandes, nunca poderemos colocá-las depois.
Quais são as pedras grandes da tua vida, aquilo que realmente vale? Põe-nas sempre em primeiro. O resto encontrará o seu lugar.
Pe. José David Quintal Vieira, scj
MEDITAR
Na minha juventude antes de ter saído
da casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas dos livros que já tinha lido
Chegava o mês de maio era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido
E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer
Só sei que tinha o poder duma criança
entre as coisas e mim havia vizinhança
e tudo era possível era só querer
Ruy Belo, Homem de Palavra[s]
CONTO (461)
IQBAL MASH
Era uma vez um menino pobre do Paquistão que aos 5 anos foi vendido a um fabricante de tapetes. Durante anos viveu preso a um tear como se fosse um animal, e sem ganhar praticamente nada.
Aos 10 anos, não podendo suportar esta vida infernal, começou a levantar a voz contra os seus patrões.
O Ocidente conheceu este rapaz por ocasião da Conferência de Estocolmo acerca do «Trabalho no mundo». Iqbal Mash descreveu ai a condição de milhões de crianças paquistanesas que são forçadas a trabalhar em condições desumanas.
Os congressistas ficaram impressionados com as palavras deste menino. Foi-lhe concedida uma bolsa de estudos na América. Mas ele, em vez de aceitar, achou que era mais importante regressar à sua terra e continuar o protesto.
Ajudado por um amigo, percorreu a sua terra a denunciar a injustiça, a exploração da mão-de-obra de menores.
A «mafia dos tapetes» não gostou que esta criança denunciasse as injustiças de que eram vítimas as crianças. Por isso, planeou a sua morte. O jovem foi assassinado em 1995, precisamente num domingo de Páscoa, quando saía da igreja. Tinha apenas 12 anos de idade.
In Alegre Manhã de Pedrosa Ferreira
Quando se perde algo de material, cai imediatamente uma moeda de ouro no mealheiro da Pobreza.
Retirei muitas coisas inúteis da minha vida e Deus aproximou-se para ver o que se passava.
In Ressuscitar, Christian Bobin
INFORMAÇÕES
ESCOLA DAS VELAS
Informam-se todos os alunos e encarregados de educação que se encontram afixadas e disponíveis na página da internet, a constituição de turmas para o ano escolar de 2013/2014.
Mais se informa que eventuais reclamações deverão ser dirigidas ao presidente do conselho executivo da EBS de Velas, em requerimento próprio e devidamente fundamentado, o qual deverá ser entregue ou enviado por correio eletrónico, até ao dia 9 de agosto de 2013.
Para mais informações dever-se-á contactar os serviços de administração escolar.
FESTA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM
PORTAL
Tríduo - Dias 7, 8 e 9 de agosto às 20h.
Festa dia 11 de agosto - Missa às 11h e procissão às 20h.
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Agenda Pastoral
Destaque
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Nº 1168Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
«O amor é uma coisa «perigosa», só ele traz a única revolução que proporciona felicidade.
São poucos os que são capazes de amar, e tão poucos os que querem o amor.
Amamos segundo as nossas próprias condições, fazendo do amor um coisa de mercado. Temos mentalidade mercantil, mas o amor não é comercializável nem é um negócio de troca.
O amor é um estado de ser, no qual todos os problemas humanos se resolvem. Vamos ao poço com um dedal e assim a vida torna-se uma coisa sem qualidade, insignificante e limitada.»
J. Krishnamurti, in "Cartas a uma jovem amiga
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