Nº 595
CRISMAR PARA QUÊ?
Durante dez dias, o Sr. Bispo esteve em Visita Pastoral a esta Ilha de São Jorge. Nas celebrações comunitárias, muitos jovens receberam o Sacramento do Crisma após uma caminhada de Fé de dez anos, que habitualmente, chamamos de catequese. Já ouvi o desabafo de alguns pais no sentido de que a partir de agora estavam dispensados de participar nas Eucaristias e outras vivências da fé. É como um “Ufa! Até que enfim…»
Nas preparações para a celebração do Crisma costumo referir que, antigamente o Bispo, após Crismar cada um, desferia uma leve bofetada e que ela tinha o significado de que o crismado estava pronto para o combate da fé. Alguns acham graça e percebem que o sacramento não é um certificado de fim de caminhada, de fim de curso, mas passar para o testemunho adulto da fé.
No meu entender, quando se recebe o Crisma é um compromisso de passagem para as linhas da frente dos discípulos de Cristo, passagem para o combate da fé, uma batalha que vale a pena e é necessária para o tempo presente.
É assim como quem vai atrás de um exército, defendido pelo mesmo e agora é necessário coragem e fortaleza para uma batalha diferente, a batalha da fé. Aquela que vale a pena ser vivida. Aquela que leva a força do dom do Espírito Santo o mesmo é dizer: a força do Amor maior que é Deus.
Estar na linha da frente é decidir o caminho, abrir trincheiras e lutar com coragem. É não ter medo e entregar-se com tudo o que se tem para que seja vitorioso o ideal com que se avança. Não se pode olhar para trás porque a distração pode deitar tudo a perder.
Estar na linha da frente é rasgar caminhos, é decidir com firmeza.
Tenho esperança que os que se crismaram, durante esta Visita Pastoral, sejam audazes no combate pela fé, tenham coragem de a testemunhar em todos os lugares e circunstâncias da vida.
A igreja tem necessidade deste testemunho jovem, capaz de cativar e transmitir a alegria de ser de Cristo.
Pe. Manuel António
XIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Olhar para trás
Quem tiver lançado as mãos ao arado e olhar para trás não serve para o Reino de Deus, disse Jesus no Evangelho.
- Porquê? – Perguntei às crianças da catequese.
- É uma falta de educação olhar para trás. – Respondeu alguém - Jesus não nos quer mal-educados. De facto, olhar para trás é distrair-se, não prestar atenção...
- Eu acho é que nos faz doer o pescoço. Por isso não devemos olhar para trás senão Deus ter-nos-ia feito com um pescoço que desse uma volta completa.
Nós fomos feitos para olhar em frente.
- É também perigoso para a estrada ou para aquilo que estivermos a fazer. – Acrescentou outro – Faz-nos tropeçar e já não conseguimos avançar.
Concluí então que não se deve olhar para trás por tudo isto e muito mais.
Olhar para trás quer dizer ficar agarrado ao passado. É preciso libertar-se de algo fixo para avançar sem saudades do que se deixou porque um valor mais alto se levantará à nossa frente.
É preciso pôr os olhos em Cristo porque ele vai à nossa frente e é preciso segui-lo.
Porque não é preciso medir o que já está feito mas sim olhar o que ainda está para fazer ou percorrer.
Cidadão do Reino de Deus é todo aquele que olha em frente e avança sem amarras do passado.
Não se pode perder tempo: É preciso apanhar Cristo.
Pe. José David Quintal Vieira, scj
MEDITAR
O TESOURO DO CORAÇÃO
Se encontrares um tesouro no teu coração
ninguém te roubará nada,
e o teu olho será a porta
... onde irei penetrar e adormecer descansado;
E a tua boca produzirá
palavras que não serão apenas palavras,
serão mãos estendidas aos pobres,
serão fome e sede curadas.
Irei penetrar nos teus olhos
a caminho do teu coração.
Quando eu chegar lá,
serei curado pela batida pura,
pela bondade e compreensão.
Se encontrares uma fonte,
dá de beber ao pobre.
Se encontrares uma árvore,
dá de comer ao pobre.
Se encontrares o tesouro no teu coração,
dá amor ao pobre.
Paulo Morgado
CONTO (456)
O AVÔ DO MARCOS
Faleceu o avô do escuteiro Marcos. Ficou muito abalado o jovem, pois nutria pelo seu «grande avô» uma enorme veneração.
Colocou na camisa da farda uma fita preta, sinal de luto e foi para a atividade do dia.
Pelo meio da tarde, aproximou-se do Marcos um lobito (5/6 anos) que lhe perguntou curioso:
- Ó chefe, porque tem essa fita preta no braço?
Com ar naturalmente triste, o escuteiro respondeu-lhe:
- Sabes?! É que esta semana morreu o meu avô de quem eu muito gostava e esta fita indica a minha tristeza.
A criança perguntou-lhe:
- E o chefe sabe se ele acreditava em Deus?
Marcos respondeu:
- Muito. Era um cristão a valer!
O lobito, com uns infantis olhos vivos e uma convicção impressionante, comenta:
- Então, chefe, não esteja triste. O mês passado morreu Jesus e foi para o céu e nós cantámos aleluia. Se o seu avô era amigo d’Ele, estão lá os dois.
Dito isto desapareceu por entre o mar de jovens escuteiros, deixando o chefe sem pinga de sangue. O chefe, no final , ainda comentou: «Que grande lição de fé me deu este lobito!»
In Alegre Manhã de Pedrosa Ferreira
INFORMAÇÕES
PEREGRINAÇÃO À TERRA SANTA
A paróquia da Feteira da Ilha Terceira está a organizar uma Peregrinação à Tera Santa de 8 a 15 de outubro de 2013. As inscrições são até 20 de agosto e devem ser feitas para os n.ºs: 295663389/917523130 do Pe. Teodoro Medeiros.
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Agenda Pastoral
Destaque
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Nº 1173Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
SEJA FEITA A TUA BONDADE!
"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)
Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.
Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.
Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"
Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.
À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:
Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!
Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)
"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)
Eneida Costa
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