Nº412
PAZ NA TERRA!
Paz a todos os Homens de má vontade!
Cesse toda a vingança e todo o apelo ao castigo.
Os crimes ultrapassam toda a medida,
há demasiados mártires.
Também não meças os seus sofrimentos
com o peso da Tua justiça, Senhor,
e não deixes estes sofrimentos por conta dos carrascos,
para lhes fazer pagar uma terrível factura.
Que tudo seja pago doutra forma.
Inscreve a favor dos carrascos, dos delatores,
dos traidores, de todos os Homens de má vontade,
a coragem e a força espiritual dos outros,
a sua humildade, a sua dignidade,
a sua luta interior constante e a sua indizível esperança,
o sorriso que estanca as suas lágrimas,
o seu amor, os corações despedaçado
que permanecem firmes e confiantes na própria morte, sim,
até aos momentos da mais extrema fraqueza…
Que tudo seja deposto diante de Ti, ó Senhor,
Para o perdão dos pecados,
Como resgate para o triunfo da justiça.
Que o bem seja contado, não o mal!
(Excerto da oração de um Judeu deportado, encontrada nos arquivos de um campo de concentração na Alemanha, recolhido por Antoine Bloom.)
DOMINGO DA SAGRADA FAMÍLIA
Tema:
As leituras deste domingo complementam-se ao apresentar as duas coordenadas fundamentais a partir das quais se deve construir a família cristã: o amor a Deus e o amor aos outros, sobretudo a esses que estão mais perto de nós – os pais e demais familiares.
O Evangelho sublinha, sobretudo, a dimensão do amor a Deus: o projecto de Deus tem de ser a prioridade de qualquer cristão, a exigência fundamental, a que todas as outras se devem submeter. A família cristã constrói-se no respeito absoluto pelo projecto que Deus tem para cada pessoa.
A segunda leitura sublinha a dimensão do amor que deve brotar dos gestos de todos os que vivem “em Cristo” e aceitaram ser Homem Novo. Esse amor deve atingir, de forma mais especial, todos os que connosco partilham o espaço familiar e deve traduzir-se em determinadas atitudes de compreensão, de bondade, de respeito, de partilha, de serviço.
A primeira leitura apresenta, de forma muito prática, algumas atitudes que os filhos devem ter para com os pais. É uma forma de concretizar esse amor de que fala a segunda leitura.
(Dehonianos)
MEDITAR
BOM DIA, MINHA MÃE!
Acordei na noite, quase madrugada,
Ouvi os passarinhos numa chilreada!
De quando em vez vinha um poisar
Na minha janela p’ra me despertar.
Em seus chilreios, densos de harmonia,
Senti que cantavam teu nome, MARIA.
E pus-me a pensar como tu serias
Neste despertar de todos os dias.
Eras uma flor que ao sol se abria
Como o girassol ao romper do dia
Uma flor tão linda, de rara beleza,
Deixando atónita toda a natureza.
Flor tão delicada e de rara cor,
Tens em tuas pétalas gotinhas de amor.
És linda, MARIA, logo pela manhã,
Abrindo de par em par o teu coração.
Linda primavera, manhã radiosa,
Brisa tão suave, tão silenciosa!
Passas de mansinho, toda recolhida,
Albergando em ti o Senhor da vida.
É lindo, tão lindo, o teu nome, MARIA!
Olho as estrelas já em despedida,
Vai chegar o sol na manhã da vida.
In A Estrela do mar… de Alda Maria Rego MRSCJ
CONTO (285)
A TRAMA DA VIDA
Carlota, a aranha um pouco ingénua, há muito que contemplava extasiada o cartaz luminoso da loja que estava mesmo em frente do charco. Podia ler-se: «A loja dos desejos»
Um dia, enchendo-se de coragem, entrou e pediu a uma velha tartaruga que estava do outro lado do balcão:
- Desejava felicidade. saúde sucesso em grande quantidade.
A sábia tartaruga, depois de ter ajustado os óculos, olhou para ela fixamente e retirou- -se lentamente para dentro.
Os minutos passavam e a tartaruga nunca mais aparecia, embora se ouvisse que lá dentro havia movimento.
Finalmente, apresentou-se com um conjunto de fios de várias cores e um pequeno tear. Entregou tudo à aranha e disse-lhe:
- Aqui tens.
A aranha respondeu:
- Mas que faço eu com todos estes fios coloridos?
A tartaruga respondeu:
- Não sejas ingénua e superficial: observa bem. Na vida tudo está por construir. Cada coisa terá de ser feita com várias cores que formam a realidade.
Aqui tens o fio branco. Este é o principal que servirá de base. É o quotidiano, o querer construir, dia após dia.
Aqui tens o fio castanho. Este é pouco atraente mas robusto: indica esforço, empenho suor, constância e paciência.
Aqui tens o fio vermelho. Recorda-nos o sangue, a luta, a paixão, o sofrimento, o sacrifício da própria vida.
Aqui tens o fio azul. Recorda o céu, a serenidade, a convivência, a alegria de estar juntos.
Aqui tens o fio cor de laranja. Indica a capacidade de se renovar, de enfrentar as coisas, de um modo novo.
Aqui tens o fio roxo. É a cor da reflexão, do silêncio, da meditação, do encontro consigo próprio.
Aqui tens o fio de oiro. É a cor do sucesso, do bem estar, do pão abundante que é partilhado cada dia.
Aqui tens o fio negro. É o fio do fracasso, da morte. Sim, também isto faz parte da vida e não deve ser ignorado.
Aqui tens o fio verde. É a cor da natureza, da esperança, da ressurreição… da VIDA.
Pega em todos estes fios que te dei e com eles procura tecer a trama da vida. Não penses que será fácil ou que te ocupará pouco tempo. O tapete terminará apenas com a tua vida, mas é na sábia combinação destes fios que encontrarás o que sempre desejaste. E agora, bom trabalho, amiga Carlota.
In ALEGRE MANHÃ de Pedrosa Ferreira
Leva tempo até percebermos, por exemplo, que existe uma paz que não é a paz das coisas, mas sim uma harmonia interior que resulta de um comportamento correcto. E que é esse o género de paz que nos interessa; que não nos basta aquela paz que é feita somente de ausência de vento ou de guerra.
(Paulo Geraldo)
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Nº 1168Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
«O amor é uma coisa «perigosa», só ele traz a única revolução que proporciona felicidade.
São poucos os que são capazes de amar, e tão poucos os que querem o amor.
Amamos segundo as nossas próprias condições, fazendo do amor um coisa de mercado. Temos mentalidade mercantil, mas o amor não é comercializável nem é um negócio de troca.
O amor é um estado de ser, no qual todos os problemas humanos se resolvem. Vamos ao poço com um dedal e assim a vida torna-se uma coisa sem qualidade, insignificante e limitada.»
J. Krishnamurti, in "Cartas a uma jovem amiga
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