Nº 527
«Edificar o bem comum: tarefa de todos e de cada um»
A Igreja, em Portugal, celebra todos os anos, no III Domingo da Quaresma, o Dia da Cáritas como tempo de reflexão e de compromisso dos cristãos e das suas comunidades.
Nestes tempos de perplexidade e de alteração do paradigma social dominante, somos convidados a refletir e a concretizar essa reflexão em gestos de partilha, sob o lema: «edificar o bem comum: tarefa de todos e de cada um».
Ninguém ignora que a referência permanente à liberdade individual e à consequente autonomia de vida têm obstruído o bem comum. Com isto adia-se a construção da «civilização do amor» como verdadeira orientação alternativa, capaz de responder às necessidades camufladas com o nome de «crise».
Numa sociedade verdadeiramente evoluída, supõe-se que o Estado desempenha um papel fundamental na garantia de condições de vida condigna a todos os cidadãos. Contudo, esperar tudo do Estado é um engano irresponsável, dado que a solidariedade mais profunda radica em cada pessoa e em toda sociedade...
O crescente desemprego gera e agrava ambientes amargos nas famílias e na sociedade; o isolamento dos idosos conduz à solidão extrema na própria morte; e muitas famílias de todas as idades, particularmente as suas crianças, não conseguem prover às suas necessidades básicas. De tudo isto resultam graves situações de desencanto e de rutura verdadeiramente alarmantes. Em tal encruzilhada, sem saída à vista, somos interpelados a optar por um caminho diferente do passado, optando claramente pelo bem comum, sem perdermos de vista o destino universal dos bens do mundo.
+ Jorge Ortiga, A. P. (Extratos da Nota Pastoral)
III DOMINGO DA QUARESMA
MEDITANDO
Limpeza do Templo
Um amigo propôs-me que não deixasse recolher o dinheiro do ofertório no dia em que se lê o Evangelho dos vendilhões no Templo. Porém, mais importante que eliminar o tilintar do dinheiro, é extirpar a nossa mentalidade de negociantes até mesmo de géneros espirituais ou afins. Dou um exemplo:
Num campo, estavam a trabalhar 3 homens. Um estava lá porque era obrigado. Era escravo, tinha medo do castigo. Outro, era mercenário, trabalhava porque queria ganhar. Fazia troca: toma lá mas dá cá. Entre eles encontrava-se outro homem, mais novo. Este trabalhava, não por imposição, nem por interesse mas pelo simples facto de ser filho do patrão e era natural que ajudasse o seu pai.
Nas coisas de Deus podemos ter atitudes semelhantes. Podemos rezar ou ir à igreja como escravos, por imposição ou com medo do castigo eterno. Ou então por interesse, como negociantes, querendo comprar um pedacinho do Céu com a missa dominical ou algumas orações.
Pe. José David Quintal Vieira, scj
MEDITAR
NÓS NECESSITAMOS DE...
"Uma borracha, para apagar de nossa história tudo que nos desagrada;
Um sabonete, para retirar as marcas das máscaras que usamos no dia-a-dia;
Uma tesoura, para cortar tudo aquilo que nos impede de crescer;
Um pássaro, que nos ensine a voar alto e cantar com liberdade;
Um jarro, para conservar o carinho e amadurecer o amor;
Um frasco transparente, para conservar os sorrisos;
Sem tampa, para escutar o alegre som;
Lentes corretoras da visão da vida, que nos permitam enxergar, com amor, o próximo e a natureza;
Um esquilo, que nos mostre como galgar os ramos da árvore da sabedoria;
Agulhas grandes, para tecer sonhos e ilusões;
Um cofre, para guardar as lembranças construtivas e edificantes;
Um zíper, que permita abrir a mente quando se deseja encontrar respostas, outro para fechar nossa boca quando for necessário, e outro para abrir nosso coração;
Um relógio, para mostrar que é sempre hora de amar;
Um rebobinador de filmes, para recordar os momentos felizes de nossas vidas;
Sapatos da moral e da ética, para pisarmos com firmeza e segurança por onde quer que formos;
Uma balança, para pesar tudo que é vivido e experimentado;
Um espelho, para admirar uma das obras mais perfeitas de Deus...
Nós mesmos!"
Amanda
CONTO (391)
OS DOIS CAMINHOS
Uma vez, um condutor ia a uma velocidade excessiva quando, de repente, depois de uma curva, apareceu ao longe um homem no meio da estrada. Fazia sinais desesperados para que parasse imediatamente.
O condutor, surpreendido e assustado, buzinou para que ele se afastasse mas foi inútil. O homem, sem se retirar, continuou a fazer sinais para que parasse. O apressado condutor fez então uma travagem brusca, deixando marcas dos pneus no asfalto da estrada.
Saiu rapidamente do carro, aproximou-se do desconhecido e repreendeu-o furiosamente.
Esse desconhecido, com toda a serenidade, explicou:
- O senhor é maluco! Põe-se assim no meio da estrada? Não viu o perigo que correu? Podia ter sido atropelado mortalmente.
Esse desconhecido, com toda a serenidade, explicou:
- Não sou nenhum maluco. O que acontece é que a ponte que está na próxima curva acaba de cair. Eu sabia que, se não o avisasse, o senhor neste momento estaria morto. Por isso, decidi arriscar a minha vida, correndo o perigo de ser atropelado por si.
O condutor ficou sem palavras. Por fim, despediu-se do desconhecido não sem antes de agradecer:
- Muito obrigado por tudo o que fez por mim. E desculpe a minha primeira reação. O senhor salvou-me a vida.
In Bom dia, alegria de Pedrosa Ferreira
"O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem"
Antoine de Saint-Exupéry
INFORMAÇÕES
ESCOLA DA CALHETA
A Escola Básica e Secundária da Calheta informa os interessados de que estão abertas as inscrições para a admissão às provas/exames terminais do 1º, 2º e 3º ciclo até ao próximo dia 16 de março. Os interessados deverão dirigir-se aos Serviços Administrativos da escola e apresentar os seguintes documentos: boletim de inscrição (adquirido na escola); cartão de cidadão ou bilhete de identidade; boletim individual de saúde; documento comprovativo das habilitações académicas adquiridas anteriormente. Para mais esclarecimentos, os interessados devem dirigir-se à escola e/ou consultar as informações constantes no placard da sala polivalente.
MUSEU FRANCISCO LACERDA
No próximo dia 16 de março pelas 19h30 será inaugurada a exposição “O Ecrã no Peito” com obras do artista João Queirós. Convida-se toda a população a visitar esta exposição.
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Nº 527