Nº 1161

 

TODOS REZAM...

“Todos rezam, ou qualquer coisa por aí… É a nossa ação mais humana, uma linguagem primitiva. No centro profundo das nossas vidas, estamos ligados de uma forma ou de outra a Deus. Esse centro profundo é muitas vezes soterrado debaixo dos escombros quotidianos da rotina e da distração e da tagarelice, enquanto nos baralhamos fora do contacto com o nosso “eu” mais autêntico, e nos desconhecemos profundamente.

Depois, um abalo súbito abre uma fenda, expondo por um momento este "eu" de base. Quando isso acontece, espontaneamente rezamos. Saem-nos orações, nem sabemos de onde. Em forma de lamento, ou zanga, súplica ou insulto, não importa, mas rezamos porque essa é a nossa resposta mais humana. Somos feitos pela voz de Deus e para ter voz diante de Deus. Escutar e responder a essa voz é o nosso ato mais característico e profundo.

Somos mais nós mesmos quando rezamos. O abanão vem de várias maneiras - uma lâmina de dor, uma torrente de beleza, um bis de alegria - e exclamamos, “Ó Deus!” O grito pode ser queixa ou maldição ou louvor, não importa: é oração. Quando esse centro profundo, misterioso das nossas vidas é exposto - a nossa humanidade central, que os escritores bíblicos tão vigorosamente designam “coração" - então nós como que desenterramos desse profundo qualquer coisa que não perdemos nunca, um idioma primordial, voltamos à nossa primeira língua; rezamos..."

Eugene Peterson

 

MEDITAR

A força da Igreja é a fé, não os seus “meios”

 

Apressa-se a mandá-los dois a dois. Sempre que Deus te chama, coloca-te em viagem.. Vem para te levantar da tua vida acomodada, ativar novas metas, abrir caminhos.

Dois a dois e não um a um. O primeiro anúncio que os Doze trazem é sem palavras, é andar lado a lado, juntando as forças.

Ordenou-lhes que não levassem nada mais além de um bordão. Apenas um bordão para apoiar o passo e um amigo para apoiar o coração. Um bordão para superar o cansaço, um amigo para apoiar a necessidade de comunhão.

Nem pão, nem saco, sem dinheiro no cinto; e ordenou que não levassem duas túnicas. Saem sem nada de supérfluo, nem sequer o necessário. Decisivos não são os meios, decisivas não só as coisas, mas a fé que "apenas o amor cria" (São Maximiliano Kolbe).

Como se Jesus dissesse ao seu povo: Ides viver de confiança: confiai em Deus, que não faltará nada, e confiai nos homens, que abrirão as suas casas. "Bagagem leve para a jornada e coração confiante. Amanhã não sei se alguém vai abrir a porta, mas confio no tesouro do amor espalhado pelas ruas e cidades, mãos e sorrisos que abrem as casas e refrescam os corações ... "(M. Marcolini).

Jesus quer que todos nós sejamos nómadas de amor: pessoas que não confiam na conta bancária ou nos recursos, mas no tesouro espalhado em todos os países e cidades: mãos e sorrisos que abrem portas e refrescam corações. A ligeireza dos nómadas é sua riqueza, leva-a aos outros e permite receber o dom de ser acolhido como hóspede.

Tudo isto me provoca, encosta-me à parede a pobreza de meios dos enviados. Os pescadores do lago da Galileia estão bem, até mesmo um guardador de gado como o profeta Amós está bem. E nenhum de nós tem menos que eles. Ninguém pode dizer que é pequeno demais para ser uma testemunha do Evangelho, demasiadamente pobre, não ter meios nem cultura.

A força da Igreja, hoje como então, não está nos números ou nos recursos ou nos meios de comunicação, mas reside no coração do discípulo: “O anunciador deve ser infinitamente pequeno, só assim o anúncio será infinitamente grande" (G. Vannucci ).

É surpreendente que Jesus insista mais sobre o modo do anúncio do que no seu conteúdo. E proclamaram que as pessoas deveriam ser convertidas, ungiam com óleo muitos enfermos e curavam-nos. A conversão: ver o mundo sob uma luz diferente, navegando em direção a novos céus e a novas terras, a uma nova arquitetura do mundo e das relações humanas.

Que já começou. As suas mãos sobre os doentes anunciam precisamente que Deus já está aqui. Está perto de ti com amor. Está aqui e cura a vida.

 

Ermes Ronchi

 

Oração ao Senhor que envia missionários pelo mundo inteiro

 

A messe é grande e toda a terra Vos espera, Senhor!

Onde entrais, Senhor, é sempre dia 

e o rosto da noite rendido se desvia.

Onde entrais, Senhor, o jardim da alegria 

enche o mundo da esperada harmonia.

Onde entrais, Senhor, nasce o sol da vida 

e a morte foge vencida.

A messe é grande e toda a terra Vos espera!

Espera-Vos a voz e a boca de tantos pobres 

vergados ao peso de uma cruz imposta e injusta.

Espera-Vos a inocência das crianças abandonadas 

a quem roubaram o viço de um futuro feliz. 

Espera-Vos a inquietude de tantos jovens enganados 

pelos cantos de vãs sereias que apodreceram as raízes.

Espera-Vos a angústia de tantos casais,

quebrados os vasos e secos os nós e os laços.

Espera-Vos a solidão de tantos doentes, 

os horizontes cobertos de nuvens escuras.

A messe é grande e toda a terra Vos espera!

Somos nós que Vos apresentamos na nossa debilidade, 

alimentados pela chama de uma fé inquebrantável, 

impelidos pela suma energia do Vosso Espírito protetor.

Só Vós sois o Senhor e o Salvador.

Vós e nós, numa íntima comunhão e ação, 

ergueremos um mundo novo de paz e concórdia, 

deixaremos para trás a terra do materialismo vazio e estéril, 

iremos em frente na humildade e no despojamento 

abrir caminhos de verdade, justiça e transparência, 

anunciaremos que o Reino de Deus já começou 

e o tempo novo veste os corações das flores da salvação.

Iremos mostrar o rosto da misericórdia a todos 

quantos dela carecem como o deserto árido da fresca água.

Cantaremos a alegria do Evangelho:

a prenda que encherá de ouro a vida de todos os amargurados.

Convosco, Senhor! Para sempre!

Ámen!

     João Augusto da Fonseca Guerra

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

«Só um coração iluminado pode reparar nas muitas flores que se encontram nos caminhos que percorremos todos os dias, porque um coração iluminado sabe, por experiência própria, que nos alicerces da alegria está o que é frágil, o que não conta, o que de algum modo é marginal, o que não é da ordem do necessário, mas do gratuito.

 

Quando vivemos radicados no coração, os nossos dias tão iguais podem transformar-se na mais bela oração: «Vela com todo o cuidado sobre o teu coração, porque dele jorram as fontes da vida.» (Pr 4,23)

Carlos Maria Antunes, in Só o Pobre se faz Pão


 

INFORMAÇÕES

 

FESTA DE NOSSA SENHORA DO CARMO NA FAJÃ DOS VIMES

          Dia 16 de julho:19h00 Missa de Festa com a bênção do Carmo seguida de

Procissão

MISSA NO SANTUÁRIO DA CALDEIRA

No próximo domingo, 21 de julho, às 16h00 horas.

 


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Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 

«Só um coração iluminado pode reparar nas muitas flores que se encontram nos caminhos que percorremos todos os dias, porque um coração iluminado sabe, por experiência própria, que nos alicerces da alegria está o que é frágil, o que não conta, o que de algum modo é marginal, o que não é da ordem do necessário, mas do gratuito.

 

Quando vivemos radicados no coração, os nossos dias tão iguais podem transformar-se na mais bela oração: «Vela com todo o cuidado sobre o teu coração, porque dele jorram as fontes da vida.» (Pr 4,23)

Carlos Maria Antunes, in Só o Pobre se faz Pão

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