Esta semana é o tempo de reflectir na história que Deus quer fazer com cada um de nós. A história do enamoramento. A história de deixar que Ele caminhe comigo, lado a lado. Às vezes, de preferência, que vá à frente a indicar o caminho ou, ao menos, que o caminho não seja à minha medida e, apenas, ao meu gosto.
O Amor a isso deve levar, não deve ser só ao meu jeito, isso é egoísmo e não comporta um “nós” como pede o amor. Deixar que o coração anseie por «um outro» e esteja inquieto por o conseguir. Procure e não se deixe instalar e nem estagnar em preconceitos.
Deixar que a inquietação seja acompanhada de perguntas: «Será que é…?»; «Será que foi…? Será que é Deus que me pede? Será necessário uma entrega maior? Deixar que esta inquietação se transforme no início de uma história maior. Já não é só a minha história mas deixar que o enamoramento seja real, deixando lugar aberto no seu coração ao Outro que se ama e que quer ser amado…
Estou a falar da inquietação que surge quando se levantam os primeiro olhares de Jesus e Ele se torna numa questão primeira, geralmente ali por altura das grandes decisões da vida, quando se procura o rumo a levar para sempre…
Chamamos a isso vocação, mas é semelhante a todas as outras e não pode ser de uma outra maneira. Ela supõe uma mudança, um salto maior, um rumo a seguir. Supõe um comprometimento, deixar-se cativar pelo amor de um outro. Quando se trata da vocação consagrada, este «Um Outro» é com letras maiúsculas porque tem o nome de Alguém que todo Ele foi Amor e dádiva que se chama Jesus.
É um acontecimento importante e belo. Às vezes quer-se desviar os olhos, procurar um outro caminho, deixar a inquietação para os outros e não para nós. Surge a pergunta: “Porquê eu?”, “Será que vale mesmo a pena? A princípio quer-se esconder esta inquietação mas ela torna-se maior e mais pertinente como todas as histórias de amor quando são feitas com letras maiúsculas…
Às vezes quer-se passar ao lado, fazer de conta que não é connosco, mas é necessário dar o salto, sentir que é necessário arriscar e, então, começam as contas, ver o que se pede e o que se tem para dar.
Neste ponto, Ele deixa-nos livres para darmos o que quisermos. Espera que Lhe entreguemos mais do que ninharias, coisas sem valor. Se Lhe dermos o coração, é como darmos tudo o que temos e somos. Ele faz festa. Fica connosco e a Sua presença amiga torna-se fonte de alegria e felicidade.
É necessário confiar nesta presença amorosa de Deus. É necessário a entrega a Deus em qualquer circunstância da vida.
Vocação é confiar, é amar.
Pe. Manuel António
III DOMINGO DE PÁSCOA
Tema:
A liturgia deste domingo convida-nos a descobrir esse Cristo vivo que acompanha os homens pelos caminhos do mundo, que com a sua Palavra anima os corações magoados e desolados, que se revela sempre que a comunidade dos discípulos se reúne para “partir o pão”; apela, ainda, a que os discípulos sejam as testemunhas da ressurreição diante dos homens.
É no Evangelho, sobretudo, que esta mensagem aparece de forma nítida. O texto que nos é proposto põe Cristo, vivo e ressuscitado, a caminhar ao lado dos discípulos, a explicar-lhes as Escrituras, a encher-lhes o coração de esperança e a sentar-Se com eles à mesa para “partir o pão”. É aí que os discípulos O reconhecem.
A primeira leitura mostra (através da história de Jesus) como do amor que se faz dom a Deus e aos irmãos, brota sempre ressurreição e vida nova; e convida a comunidade de Jesus a testemunhar essa realidade diante dos homens.
A segunda leitura convida a contemplar com olhos de ver o projecto salvador de Deus, o amor de Deus pelos homens (expresso na cruz de Jesus e na sua ressurreição). Constatando a grandeza do amor de Deus, aceitamos o seu apelo a uma vida nova.
(Dehonianos)
MEDITAR
ANDAR COM FÉ
Andar com fé
é saber que cada dia é um recomeço,
é ter certeza que os milagres acontecem
e que os sonhos se podem realizar.
Andar com fé
é saber que temos asas invisíveis,
é fazer pedidos a estrelas cadentes
e abrir as mãos para o céu.
Andar com fé
é olhar sem temor as portas do desconhecido,
ter a inocência dos olhos da criança,
a lealdade do cão,
a beleza da mão estendida
para dar e receber.
Andar com fé
é usar a força e a coragem
que habitam dentro de nós
quando tudo parece acabado.
Andar com fé
é saber que temos tudo a nosso favor,
é compartilhar as bênçãos multiplicadas,
é saber que sempre seremos surpreendidos
com presentes do Universo,
é a certeza de que o melhor sempre acontece
e que tudo aquilo que almejamos
está totalmente ao nosso alcance.
Basta só Andar com Fé!
CONTO (351)
A SANTA FEIA
Padre Camilo fez obras na igreja, que ficou bonita, apenas destoava uma imagem de Nossa Senhora muito antiga, que era mesmo muito feia. O povo até lhe chamava a Nossa Senhora Feia.
Pensou em comprar uma nova para a substituir, mas o povo opôs-se, porque aquela era a imagem diante da qual rezaram os seus antepassados.
Pensou em contratar um pintor para que a tornasse mais bonita, ma a Comissão do Património Cultural disse que era uma imagem de interesse histórico e não se lhe podia tocar.
Mas o Padre Camilo não desistiu da ideia e organizou uma procissão com a imagem. Mas desta vez não seria à volta da igreja. A imagem iria numa velha carroça e percorreria todas as ruas esburacadas da freguesia.
A procissão saiu à rua. Com tantos solavancos, a imagem lá se foi segurando. Mas, a certo momento, caiu ao chão. O povo gritou: «Ai!» seguido de uma exclamação: «Oh!»
De facto, era caso para se espantarem. Por baixo desses pedaços de gesso resplandeceu uma imagem belíssima de prata. Tinha sido escondida para escapar aos ladrões.
in, TUTTI FRUTTI de Pedrosa Ferreira
ORAÇÃO DE ENTREGA (Adaptado)
Estás em mim, Senhor.
Vives em mim e comigo.
Que tudo seja para Ti
em doação de amor, em oferta de amigo.
Mas, quem sou eu? Que tenho eu que Te possa interessar?
Que podes Tu ganhar, Senhor,
com as minhas riquezas feitas de pobreza?
Eu sei! Tudo é Teu; Tu estás em tudo o que é meu
INFORMAÇÕES
FESTA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA NA FAJÃ DA RIBEIRA DA AREIA
Na próxima sexta-feira, dia 13 de Maio, é dia de festa na Fajã da Ribeira da Areia em louvor de Nossa Senhora de Fátima. Haverá eucaristia às 12 horas seguida de procissão.
PROCISSÃO DE VELAS NA RIBEIRA DO NABO
No dia 12 de Maio, quinta-feira, às 20h30 haverá missa em louvor de Nossa Senhora de Fátima na Ribeira do Nabo seguida de procissão de velas.
NOSSA SENHORA DE FÁTIMA NA RIBEIRA SECA
No dia 12 de Maio, quinta-feira, às 20h30 haverá a recitação do terço seguido de missa em louvor de Nª Senhora de Fátima, ao que se seguirá a procissão de velas à volta da Igreja. Este dia é organizado pelo Movimento da Mensagem de Fátima e é um momento de oração pelos idosos, crianças e famílias da paróquia.
Faça download desta Carta Familiar em formato PDF: Nº 483
"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)
Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.
Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.
Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"
Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.
À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:
Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!
Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)
"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)