Nº 1173
Em outubro vive-se o mês do Santo Rosário
No mês de outubro, a Igreja celebra o mês do Santo Rosário, uma oração querida por muitos santos ao longo da história e divulgada por São Domingos de Gusmão a pedido da Santíssima Virgem Maria.
Segundo a história, antigamente romanos e gregos costumavam coroar com rosas as imagens que representavam os seus deuses, como símbolo da oferta dos seus corações. A palavra “rosário” significa “coroa de rosas”.
Seguindo essa tradição, as mulheres cristãs que iam ao coliseu romano para serem martirizadas, usavam coroas de rosas nas suas cabeças, como símbolo da alegria e da entrega dos seus corações para ir ao encontro de Deus. Estas rosas eram recolhidas à noite pelos cristãos, que rezavam uma oração ou um salmo pelo eterno descanso dos mártires.
A Igreja recomendou rezar este rosário recitando os 150 salmos de Davide, entretanto, só faziam isso as pessoas cultas, mas não a maioria dos fiéis. Diante dessa situação, sugeriu que aqueles que não sabiam ler, substituíssem os salmos por 150 Ave Marias, divididas em quinze dezenas. Este “rosário curto” era conhecido como “o saltério da Virgem”.
Alguns séculos depois, no ano 1208, dizem que a Virgem Maria ensinou a São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Pregadores (dominicanos), a oração do Rosário.
O santo espanhol estava no sul da França, lutando contra a heresia albigense. Um dia, na capela que estava em Prouille, implorou a Nossa Senhora que o ajudasse, pois sentia que não estava a conseguir quase nada.
A Virgem apareceu-lhe com um rosário e ensinou-o a rezá-lo. Em seguida, pediu que o pregasse por todo o mundo, prometendo-lhe que muitos pecadores se converteriam e conseguiriam abundantes graças.
São Domingos de Gusmão deixou a capela cheio de entusiasmo com o rosário na mão. E, efetivamente, levou-o por todas as partes e muitos albigenses voltaram à fé católica.
Alguns anos depois, em 7 de outubro de 1571, aconteceu a batalha naval de Lepanto, quando o cristianismo foi ameaçado pelos turcos. Frente ao perigo iminente, alguns dias antes, o Papa São Pio V pediu aos fiéis que rezassem o rosário pedindo pelas forças cristãs.
A história conta que o Pontífice estava em Roma, quando de repente levantou-se e anunciou que sabia que a frota cristã tinha vencido a guerra. Ordenou que tocassem os sinos e organizassem uma procissão. Em seguida, instituiu a festa de Nossa Senhora das Vitórias, a 7 de outubro.
In iMissio
MEDITAR
Desde o começo o Senhor une as vidas
É lícito ao marido divorciar-se da mulher? É sabido que toda a tradição religiosa, endossada pela Palavra de Deus, o legitimava: sim, é lícito. Mas Jesus distancia-se: o que Moisés vos mandou? Como judeu, ele deveria ter dito: que coisa “nos” mandou Moisés, em vez disso, marca a sua diferença. Moisés permitiu que se escrevesse um ato de divórcio.
Jesus distancia-se até de Moisés: pela dureza do vosso coração ele escreveu esta norma. Enorme afirmação: a lei que chamamos de divina nem sempre o é, nem toda ela reflete a vontade de Deus, às vezes é reflexo do nosso coração duro.
No princípio não era assim.
Jesus não está interessado em propor para a frente ou para trás os tratados de moral, disciplinando a vida, mas inspirá-la, acendê-la, renová-la: o Evangelho não é uma moral , mas uma libertação avassaladora(G. Vannucci). Pega-nos pela mão e acompanha-nos nos territórios de Deus, dentro de seu sonho inicial, na nascente, na origem; ensina-nos a olhar não do ponto de vista do fim do amor, mas do seu início: por isso o homem deixará o pai e a mãe, se unirá à mulher e os dois se tornarão uma só carne. O sonho de Deus são os dois que se procuram, os dois que se encontram, os dois que se amam e se tornam um.
Que o homem não separe o que Deus uniu. Desde o início, Deus une vidas! Este é o seu nome: “Deus une”, como uma profecia de comunhão e vínculo. Faz encontrar as vidas, une-as, colando dos átomos e do cosmos. Em vez disso, o nome do seu inimigo, o inimigo do amor e da vida, é exatamente o oposto: o diabo, isto é, Aquele-que-separa.
O problema é trazido à raiz: não mais repúdio ou não, mas manter vivo o alento da origem, comprometer-se com todas as forças para alimentar o sonho de Deus: proteger e guardar gestos, pensamentos, palavras que por sua vez têm a jubilosa força de proteger o amor e unir as vidas. Porque o amor é frágil e faminto de cuidados. O verdadeiro pecado não é transgredir uma regra, mas o sonho de Deus.
E isso acontece ladeira acima, é uma longa e ténue teia que aos poucos se vai tecendo com aqueles comportamentos duros ou indiferentes que extinguem o amor: infidelidade, falta de respeito, ofensa à dignidade, ser cada dia causa de mortificação um do outro, em vez de vida.
Jesus lança as bases para a nossa liberdade: o meu comportamento não é chamado a adaptar-se a uma lei externa ao homem, mas àquela norma interna que ilumina o rosto, protege o sorriso e o sonho de Deus.
Então, se não te comprometeres a cultivá-lo, se não reduzires as lágrimas, se o teu amor ao longo dos anos se tornar duro e agressivo em vez de doce e humilde, estarias a repudiar o sonho de Deus, já sendo adúltero no teu coração .
Ermes Ronchi
A vida é uma luta sem fim
Há cada vez mais distrações na nossa sociedade. É hoje mais difícil dedicarmo-nos ao que é essencial na nossa vida. A vida anda tão agitada que já quase ninguém consegue parar um pouco e focar-se no mais importante.
E o mais valioso não está em mim… está no outro, que está próximo, ali mesmo, diante de mim.
Se medito na minha vida, é possível que me perca por entre tantas possibilidades, tantos passados, uns mais verdadeiros que outros. E em tantos futuros, uns mais agradáveis do que outros. Mas quantas pessoas conseguiram escolher bem o seu destino e o seu caminho para lá chegar, só ao admirarem-se a si mesmas?
Precisamos de nos mudar a nós mesmos, em vez de esperar que o mundo se ajoelhe para nos ajudar. Temos de lutar sem procurar descanso para manter o nosso coração a salvo de tudo o que procura escravizá-lo, convencendo-o de que a paz e a felicidade que aspira são impossíveis.
O mal não nos quer matar; quer-nos submissos a fazer-lhe as vontades todas. Esquecidos do que somos e que podemos ser. O mal quer-nos rendidos e é por isso que nos distrai ao ponto de, perdidos por entre tantos dos seus brilhos aparentes, fazer com que nos esqueçamos da luz.
Fortalece-te e guarda o teu coração como que num castelo. Mas não te deixes ficar aí. Vai ao encontro de outros corações desprotegidos e cuida deles.
Assegura-te de que não há nada por mais encantador ou temível que seja que desvie a tua atenção do caminho que tens de sonhar, construir e percorrer.
Terás de recomeçar vezes sem fim, e isso desgasta ainda mais do que os próprios combates, fazendo com que pareça que nenhum deles vale a pena e que, afinal, nada faz sentido. A vida é uma luta constante, não é a história de uma batalha difícil, única e definitiva, que se vence e com isso se alcança a grandeza para sempre. Não é assim.
O bem quer-nos vivos e a lutar pela vida, pela nossa e pela dos outros, sempre. Renovando a cada dia essa decisão de estarmos ao serviço do amor e com isso a caminho da nossa paz e da nossa felicidade, que devemos continuar a fazer por merecer. Todos. Juntos.
O nosso triunfo há de ser feito através de muitos fracassos e catástrofes. A nossa glória há de ser alcançada por termos conseguido manter a nossa fé, apesar de tudo.
PENSAMENTO DA SEMANA
SEJA FEITA A TUA BONDADE!
"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)
Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.
Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.
Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"
Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.
À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:
Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!
Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)
"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)
Eneida Costa
INFORMAÇÕES
MANADAS - Dia 12 - Às 19h30 procissão de velas, saída da Ermida de Santa Rita para a Igreja de Santa Bárbara, seguindo-se a celebração da missa.
RIBEIRA SECA - Dia 13 - às 19 horas, celebração da Eucaristia seguindo-se a procissão de velas.
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Nº 1173Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
SEJA FEITA A TUA BONDADE!
"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)
Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.
Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.
Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"
Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.
À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:
Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!
Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)
"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)
Eneida Costa
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