Nº 1135
Cada passo é um salto!
Não é muito importante se estás longe ou perto. Importa a direção, não se estás a ver resultados ou não. Não deixes que o desânimo inocente tome conta da tua alma. A vida já te deve ter ensinado que uma frustração pode ser apenas uma forma de impaciência.
Não é muito importante se vais depressa ou devagar. Importa mesmo é se queres ou não cumprir o rumo que segues.
Não é muito importante se é algo que te está a atrair para diante ou se é algo que te empurra a partir de trás. Importa a direção, a rota, a orientação.
Insiste face às dificuldades e resiste às tentações. Os caminhos errados são sempre mais fáceis e a descer…
Não desistas de acreditar. Não desistas de recomeçar. Não desistas.
Cuidado. A teimosia é a persistência na estupidez. Os teimosos parecem gente determinada, quando na verdade lhes faltam três qualidades essenciais: saber para onde ir, por onde ir e valorizarem-se a si mesmos ao ponto de se orgulharem dos seus erros e chamarem fidelidade ao seu ódio de aprender com humildade.
É muito importante mantermo-nos atentos aos sinais e às lições que a vida nos vai dando a cada dia. Não é natural aprender com a história. Há quem cometa o mesmo erro vezes sem conta, sem nunca se questionar qual a razão pela qual o erro acontece, nem pensar alguma vez em mudar de estratégia.
O caminho certo é composto por muitas curvas. O mapa não está feito, faz-se, dia a dia, através das nossas escolhas e dos seus resultados a longo prazo. Manter o dia de amanhã em aberto é sinónimo de sucesso, porque significa que estamos e estaremos atentos às mudanças nas nossas circunstâncias.
Mantém-te atento e lembra-te de que cada passo é um salto.
Não esperes que a lógica te ajude a justificar o sentido da tua vida. Faz o que tens a fazer, mas sem esperar compreender bem por que razões o deves fazer.
Segue adiante, porque enquanto estiveres a avançar, estás a ganhar.
MEDITAR
Que procuras? Vem e vê.
Um Evangelho com perfume a liberdade, espaços e corações abertos. Dois discípulos deixam o velho mestre e põem-se a caminho atrás de um jovem rabi de quem ignoram tudo, à exceção de uma definição fulgurante: eis o cordeiro de Deus, eis o animal dos sacrifícios, imolado junto aos altares, o último a morrer para que mais ninguém morra.
Em todas as religiões o sacrifício consiste em oferecer alguma coisa em troca do favor divino. Com Jesus esta permuta é invertida: Deus já não pede mais cordeiros em sacrifício, é Ele que se faz cordeiro e se sacrifica a si próprio; não derrama o sangue de ninguém, derrama o próprio sangue.
Eis aquele que tira o pecado do mundo. O pecado do mundo não é a maldade: o homem é frágil, mas não é mau; engana-se facilmente - o pecador é um enganado: aos caminhos que o Evangelho propõe prefere outros que crê mais plausíveis, mais inteligentes ou mais felizes. Tirar o pecado do mundo é curar o défice de amor e de sabedoria que empobrece a vida.
Jesus voltou-se e disse-lhes: que procurais? As primeiras palavras são semelhantes às primeiras palavras do Ressuscitado no jardim: mulheres, quem procurais? Duas perguntas nas quais encontramos a definição mesma do homem: um ser de procura, com uma interrogação plantada no fundo do coração. E é através das perguntas do coração que Deus nos educa para a fé: «Encontra a chave do coração. Esta chave, verás, abre também a porta do Reino» (João Crisóstomo).
Com efeito, a primeira coisa que Jesus pede aos primeiros discípulos não é obediência ou adesão, a observância de regras ou novas fórmulas de oração. O que Ele pede é uma viagem ao coração, reentrar no centro de si mesmo, encontrar o desejo que habita a profundidade da vida: que procurais?
Jesus, mestre do desejo, faz entender que nos falta alguma coisa, uma ausência que queima. O que te falta? Falta saúde, alegria, dinheiro, tempo para viver, amor, sentido da vida? Alguma coisa falta, e é por causa deste vazio por preencher que cada filho pródigo percorre novamente o caminho para casa. A ausência torna-se a nossa energia vital: «Desejo-vos a alegria impenitente de ter amado aquelas ausências que nos fazem viver» (Rilke).
O Mestre do desejo ensina desejos maiores do que as coisas. Tudo à nossa volta grita: satisfaz-te. Ao contrário, o Evangelho, sempre contracorrente, repete: felizes os esfomeados, felizes vós quando vos sentis insatisfeitos: tornar-vos-eis buscadores de tesouros, mercadores de pérolas. Jesus conduz os seus do supérfluo ao essencial. E as coisas essenciais são pouca coisa, e a elas só se chega através da chave do coração.
Ermes Ronchi
Às vezes, é só o amor
Às vezes, também precisamos de um abraço que seja porto de abrigo. Que nos esconda dos medos. De tudo. Que seja lugar seguro para onde podemos sempre correr, para onde podemos sempre voltar.
Às vezes, também precisamos de um aconchego que nos abrace o coração, que nos abrace a alma. Que seja colo. Que nos guarde. Que nos apazigue. Que nos ajude a respirar.
Às vezes, também precisamos de uma mão que nos segure com a certeza de que não nos vai largar. Que nos acompanhe. Que seja amparo, faça chuva ou faça sol. Que seja força. Que seja alento.
Às vezes, também precisamos de um olhar que nos olhe a alma. Que nos veja de verdade: por dentro do que somos. Que nos leia as palavras, os gestos e os silêncios. Que nos compreenda o coração, sem ser preciso falar.
Às vezes, também precisamos de um sorriso do coração. Que nos conforte. Que nos faça sentir que vai ficar tudo bem. E que, enquanto não ficar, nos faça sentir que não estamos sozinhos. Que nos dê esperança.
Às vezes, também precisamos de alguém que nos faça sorrir. Que nos queira bem. De verdade. Que esteja, que fique, que se importe. Que nos mostre o lado mais bonito. Do dia, da vida, do mundo. De tudo.
Às vezes, também precisamos de amor. Todas as vezes.
Às vezes (e em todas as vezes), é só o amor. É sempre o amor. Que nos cura. Que nos salva.
PENSAMENTO DA SEMANA
Ter esperança
é acreditar num futuro de redenção,
mesmo no meio das realidades mais tristes.
Ter esperança é não desistir de si próprio.
Ter esperança é confiar
que Deus pode transformar tudo.
Ele há de encher a nossa alma de alegria,
se deixarmos que a Esperança
more no nosso coração.
Anselm Grün
INFORMAÇÕES
RECEITAS DOS CORTEJOS DE OFERENDAS:
Calheta - 485,00€
Ribeira Seca - 812,00€.
Fajã do Vimes - 1.130,00€
MISSA NO SANTUÁRIO DA CALDEIRA
No próximo domingo, 21 de janeiro, às 16h00 horas.
COMUNHÃO AOS DOENTES
As pessoas que estão em casa impossibilitadas de participar na missa comunitária e que residem na Calheta, se quiserem receber a comunhão em casa, deverão dar o nome ao pároco para ser agendada uma visita do mesmo e posterior visita do Ministro Extraordinário da Comunhão.
Pe. José Manuel Machado
A partir do dia 17 de janeiro, haverá missa todos os dias durante a semana na Paróquia da Ribeira Seca às 17 horas, celebrada pelo Sr. Padre José Manuel Machado que estará a passar férias entre nós.
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Nº 1173Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
SEJA FEITA A TUA BONDADE!
"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)
Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.
Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.
Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"
Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.
À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:
Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!
Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)
"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)
Eneida Costa
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