Nº 1133

 

FELIZ

 

ANO

 

2024

Em 2024, vou deixar que Deus me surpreenda!

 

Este ano não vou fazer resoluções de fim de ano. Em 2024, vou deixar que Deus me surpreenda!

 

Ao som das 12 badaladas não vou comer passas nem pedir desejos, mas vou rezar por 12 pessoas que se fizeram presente na minha vida. 

 

No calor de cada abraço, vou pensar naqueles que esta noite, como em tantas outras, passam frio, na esperança que a eles também chegue o calor dos nossos corações. 

 

Ao tilintar das taças de espumante brindarei não só à chegada de um novo ano, mas também a todos os que, tendo pouco, dão tanto, sendo modelos daquela pureza evangélica que, tantas vezes, perdemos. 

 

Ao desejar um feliz ano novo àqueles que estiverem comigo, desejarei também que ele seja feliz para todos aqueles que sofrem as consequências trágicas da guerra, da fome, da doença e do desamor, confiante que Deus de todos cuida porque tem entranhas de misericórdia e de todos é Pai. 

 

E quando as luzes dos fogos-de-artifício rasgarem os céus, maravilhada e de joelhos, agradecerei a Deus por todas as graças que nos concedeu, pela força que nos deu nas adversidades e pelo alento que nos sustentou em períodos de desânimo. 

 

Não, este ano não vou fazer resoluções de fim de ano. Em 2024, vou deixar que Deus me surpreenda, na certeza que querer o que Deus quer para cada um de nós pode nem sempre ser fácil de discernir ou de compreender, mas valerá certamente a pena!

 

Feliz Ano Novo!

Raquel Dias (adaptado)

 

MEDITAR

Abençoados por aqueles com rostos e corações luminosos

Santa Maria Mãe de Deus

Oito dias depois do Natal, o Evangelho leva-nos de volta à gruta de Belém, à única visita referida por Lucas, a dos pastores com cheiro de leite e lã, sempre atrás dos seus cordeiros, nunca à sinagoga, que chegam à noite guiados por uma nuvem de cantos. E Maria, vítima do espanto, guardava tudo no coração!

Cavou espaço em si para aquela criança, filho do impossível e do ventre dela; e meditava, buscava o sentido das palavras e dos acontecimentos, de um Deus que tem gosto de estrelas e leite, do infinito e de um lar. Não se vive só de emoções e maravilhas, e ela tem tempo e coração para pensar em grande, mestra da vida, que cuida de seus sonhos.

No início do novo ano, quando o tempo vem como mensageiro de Deus, a primeira palavra da Bíblia é um voto tão belo como poucos: o Senhor disse: Abençoarás os teus irmãos (Nm 6,22). Vais abençoar... é uma ordem, é para todos. No início, antes de qualquer outra coisa abençoarás, quer mereçam ou não, bons ou menos bons, antes de tudo, como primeira atitude abençoarás os teus irmãos.

O próprio Deus ensina as palavras: Que o Senhor te abençoe, que desça sobre ti como energia de vida e de começo. E te guarde, esteja contigo a cada passo que deres, em cada estrada que tomares, seja sol e escudo. Faça resplandecer para ti a sua face. Deus tem um rosto de luz porque tem um coração de luz.

A bênção de Deus para o próximo ano não é saúde, nem riqueza, nem fortuna, nem vida longa, mas, muito simplesmente, luz. Luz interior para ver em profundidade, luz para os passos, para sentir o caminho, luz para desfrutar da beleza e dos encontros, para não ter medo. A verdadeira bênção de Deus, ao meu redor estão pessoas de rostos e corações luminosos, que emanam bondade, generosidade, beleza, paz.

Que o Senhor te conceda a graça: por todos os erros, por todos os abandonos, por alguma covardia e por muitas tolices. Ele não é um dedo apontado, mas uma mão que levanta. Que o Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz.

Virar o rosto para alguém é como dizer: interessas-me, gosto de ti, permaneces nos meus olhos. O que o próximo ano nos reserva? Não sei, mas de uma coisa tenho a certeza: o Senhor irá voltar-se para mim, os seus olhos buscar-me-ão.

E se eu cair e me magoar, Deus vai me apoiar ainda mais. Ele será a minha fronteira do céu, curvado sobre mim como uma mãe, porque nenhum suspiro lhe deve escapar, nenhuma lágrima deve ser perdida. Aconteça o que acontecer, Deus estará inclinado sobre mim este ano.

E concede-te a paz: a paz, um frágil milagre, quebrado mil vezes, em todos os cantos da terra. Que Deus te conceda aquele sonho dele, que parece dissolver-se em cada amanhecer, mas do qual Ele mesmo não permitirá que nos cansemos.

 

Ermes Ronchi

 E se o Natal for tudo isto?

E se o Natal for um recomeço? Talvez este seja o seu significado. E, assim, não nos dedicamos a festejar o que já aconteceu, mas sim aquilo que pode vir a acontecer. Se o Natal for um recomeço, então este tempo é uma oportunidade para festejarmos o que ainda podemos vir a ser. Se o Natal for um recomeço, então andamos a brilhar de esperanças.

E se o Natal for uma eterna novidade? Talvez o Natal seja o tempo em que nos dedicamos ao velho para podermos abraçar o novo. Se o Natal for uma eterna novidade, então andamos a festejar a possibilidade de nada ser dado por terminado. Se o Natal for uma eterna novidade, então andamos a celebrar a certeza de que haverá sempre algo para descobrir em nós, nos outros e em Deus.

E se o Natal for para dar espaço? Talvez o Natal seja a altura ideal para revisitarmos as nossas sombras. Se o Natal for para dar espaço, então andamos a festejar a nossa inteireza. Se o Natal for para dar espaço, então andamos a celebrar a alegria de sabermos que Deus encarna em toda a nossa história. Se o Natal for para dar espaço, então andamos a rejubilar pela novidade de saber que não há nada na nossa história que não possa ser abraçado por este Deus que quer estar connosco.

E se o Natal for para contemplar? Talvez este seja o grande convite desta época. É o tempo onde devemos treinar o nosso olhar. Se o Natal for para contemplar, então é a altura de olharmos com atenção aqueles a quem ninguém permite recomeçar. Se o Natal for para contemplar, então é chegada a hora de olharmos, sem julgamentos, para os que andam em busca. Se o Natal for para contemplar, então talvez tenha chegado o tempo de percebermos que Deus nos visita através dos inesperados, dos últimos, dos que ninguém espera.

 E se o Natal for tudo isto? Talvez o Natal seja tudo isto. Um tempo onde o recomeço nos encaminha para esta novidade: a de a nossa vida ganhar espaço na contemplação do que somos e, dessa forma, descobrirmos onde nasce, todos os dias, este Deus-Menino. Este Deus que não se cansa de querer estar connosco.

 

Emanuel António Dias

 

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 Que, neste Natal, sejas amor

Que, neste Natal, mais do que tudo, sejas. Sejas de verdade.

Que, neste Natal, sejas o abraço que refugia.

Que, neste Natal, sejas o sorriso que abraça.

Que, neste Natal, sejas a mão que segura.

Que, neste Natal, sejas o olhar que toca.

Que, neste Natal, sejas a ternura que cura.

Que, neste Natal, sejas o colo que cuida.

Que, neste Natal, sejas a palavra que fala do coração, ao coração.

Que, neste Natal, sejas a presença que conforta.

Que, neste Natal, sejas o gesto que salva.

Que, neste Natal, sejas a vida que ama.

Que, neste Natal, sejas a luz que acende todas as estrelas. A luz que acende a chama da esperança.

Que, neste Natal, sejas a paz que abraça a alma. A paz que serena o coração.

 Daniela Barreira


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Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 SEJA FEITA A TUA BONDADE!

"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)

Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.

Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.

Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"

Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.

À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:

Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!

Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)

"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)

 

Eneida Costa

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