Nº 1131
VEIO PARA NOS CONQUISTAR
O Amor é criativo, e são tais as meigas invenções do Seu Amor por nós, que Ele mesmo dá o salto que atravessa o abismo de qualquer distância para se tornar próximo, tão próximo e amável como pode ser um rapazote acabado de nascer, procurando aconchego e leite.
É maravilha já repetida pelos antigos:
fez-Se pequeno para nos engrandecer.
Quis aparecer-nos todo ligado com faixas,
para nos libertar das ataduras que nos prendiam.
Desceu à terra para que nós possamos escalar por Ele até ao Céu.
Eis o Imenso em forma de Menino.
Eis alguém de quem se diz "tudo pode!",
ali enfaixado sem poder mover-se.
Eis alguém de quem se diz "tudo sabe!",
ali sem ter ainda aprendido a proferir uma só palavra.
Eis alguém de quem se diz "tudo governa, céu e terra!",
a precisar que lhe peguem ao colo.
Eis alguém de quem se diz "tudo sustenta, homens, animais e plantas!",
ali a choramingar por um bocadinho de leite.
Se o nosso Redentor, com a sua vinda, estivesse à espera de ser temido ou bajulado como gostam os grandes dos Homens, bem depressa nos teria visitado já homem pronto e feito, como o primeiro Adão, e todo engalanado de pompas reais e coisas de fazer tremer.
Mas o nosso Redentor
veio para conquistar o nosso amor
usando unicamente as armas que tem um Menino
há pouco nascido para nós.
in O VERBO DE DEUS - Novena de Natal com Sto. Afonso de Ligório
MEDITAR
TESTEMUNHAS DA LUZ
«Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz.» Notemos isto: não da grandeza, nem da majestade, da eternidade, do juízo de Deus, mas da luz.
E o carácter positivo do Evangelho floresce de imediato. João é testemunha, não da fragilidade do homem, mas da capacidade de cada um acumular dentro de si a luz e, depois, de a libertar gota a gota.
A mim, crente, é confiada a missão de ser testemunha, não da degradação, da destruição, do pecado, que também morde as nossas vidas, mas de esperança e de futuro, testemunha de um Deus enamorado e presente no meio de nós, anunciador de um sol possível, de um Deus que cura as vidas, que fará germinar uma primavera de justiça, uma primavera que julgávamos impossível.
E isto graças a João, testemunha de Jesus que, como diz São Paulo, «irradiou vida» (2 Tim 1,10). Que belo nome a atribuir a Cristo: Aquele que irradia vida!
Por três vezes perguntam a João: «Quem és tu?», e ele responde por três vezes: «Eu não sou.» João deixa cair, uma a uma, todas as aparências, para reencontrar o núcleo profundo da sua identidade.
«Quem és tu?» Esta pergunta decisiva também dirigida a cada um de nós. E a resposta é como a de João: retirar máscaras, deixar cair aparências e ilusões. Eu não sou o gigante dos meus sonhos nem a criança dos meus medos.
Eu não sou o(a) homem/mulher prestigioso(a) que gostaria de ser nem o(a) fracassado(a) que receio ser; eu não sou aquilo que os outros dizem de mim, não sou um(a) santo(a), nem apenas um(a) pecador(a). Não sou aquilo que pareço.
João responde à pergunta, com três “nãos”, que, no entanto, introduzem o seu sim final: «Eu sou a voz.» João encontra a sua própria identidade em relação a Deus: eu sou voz, a palavra é um Outro.
Só Deus é a Palavra; eu sou voz, instrumento, transparência de algo que me ultrapassa, eco de palavras que vêm antes de mim e que permanecerão depois de mim. Sou testemunha de outro Sol.
A nossa identidade profunda remete-nos para além de nós. Eu sou eu próprio quando, tal como João, sou profeta, ou seja, irradio à minha volta luz e palavra, sou voz que grita no deserto da cidade ou que sussurra ao coração ferido.
Cada pessoa é como o leito de um rio, mas não é a água do rio. Sem a água não sou rio, não sou mais nada. Deus é a corrente de vida, e a minha missão é retirar os detritos, desobstruir o canal, para que corra a água viva de Deus.
“Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João.” Também eu sou um homem enviado, uma mulher enviada por Deus. Também o meu nome foi pronunciado, também eu sou testemunha da luz.»
Ermes Ronchi (adaptado)
MARIA
Maria tem esta capacidade de escutar e acolher a vida, de ser visitada, de não viver com a porta fechada.
Maria deixa-se visitar. Tem esta honestidade muito grande, esta exposição, e depois esta compreensão de que a vida não é apenas a realização da felicidade que eu pensei para mim próprio, mas que é a compreensão de que estou ao serviço de uma história maior, de uma história que me ultrapassa, e na qual o Espírito Santo me vai dar a força de participar, vai-me dar a competência de ser, colocando-me inteiramente ao serviço. (...)
E num “Sim” a história abre-se,
a história reabre-se,
torna-se o rio de Deus,
a torrente por onde a Graça de Deus passa.
Que, do fundo da nossa vida,
nós também possamos dizer “Sim”
a este Deus que vem,
que vem até nós
e vem através de nós.
Jose? Tolentino Mendonc?a
PENSAMENTO DA SEMANA
Deus desce à terra tão naturalmente como a música de Mozart sobe ao céu,
mas falta-nos o ouvido para o ouvir.
Christian Bobin
INFORMAÇÕES
Cortejo de Oferendas
Dia 25 de dezembro - Fajã dos Vimes.
Dia 31 de dezembro - Portal.
Dia 1 de janeiro - Biscoitos - Loural.
Dia 7 de janeiro - Manadas - Calheta - Urzelina - Ribeira Seca.
Dia 14 de janeiro - Ermida de Santo António.
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Nº 1175Pensamento da Semana
PENSAMENTO DA SEMANA
Não digas nunca: “Eis aqui o amor.”
O amor é sempre um passo mais,
o amor é o degrau seguinte da escada,
o amor é apetência contínua
e se não estás insatisfeito não há amor.
O amor é os frutos na mão,
ainda por morder.
O amor é um perpétuo aguilhão
e um desejo que deve crescer sem barreiras.
Não digas nunca: “Eis aqui o amor”.
O verdadeiro amor é um “não chegou ainda…"
Luis Antonio de Villena
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