Nº1121

 

A PRÁTICA DO AMOR

"Nas escrituras aparece que Deus é amor, e o amor não pode ser comunicado a não ser por gestos que comunicam vida. A única maneira para transmitir um Deus-Amor são gestos que, concretamente, comunicam vida, devolvem vida e enriquecem a vida dos outros.

Por esta razão, a mensagem de Jesus, a do Deus-Amor, não pode ser reduzida a uma doutrina. Quando se transforma em doutrina, inevitavelmente, a mensagem perde a sua força, perde consistência e perde a sua potente eficácia.

O amor não pode ser ensinado em teoria, mas somente ser apresentado na prática, através de gestos concretos que comuniquem vida.

Este amor, tal como aparece nos Evangelhos, não pode ser associado a nenhum sistema religioso e menos ainda fechado num templo. Toda a tentativa de fazer isto limita Deus, impede o seu conhecimento, e oculta a sua grandeza.

O evangelho segundo João diz: “O Espírito é como o vento, é livre e não pode ser controlado”.

Os ensinamentos de Jesus devem ser antes de mais testemunhados na prática e depois formulados: antes vem o agir e depois o ensinar, antes a prática, depois a formulação.

Primeiro comunica-se amor, libertam-se as pessoas, comunica-se uma vida e um acolhimento que lhes faça sentir que o amor de Deus é universal, que não existe uma só pessoa quer pela sua condição, quer pela sua conduta, que possa sentir-se excluída do Amor de Deus. Depois, então, segue-se a formulação.

Este é o ensinamento de Jesus: "primeiro, transmite-se vida, amor e serviço e, somente depois, a formulação teórica".

Por isso o “mandato” que Jesus dá aos seus discípulos, é este: "Ide, e a toda a pessoa que encontrares, não lhe apresentes uma lista de preceitos a serem observados, não lhe apresentes dogmas, verdades, doutrinas, mas antes de tudo impregna-a, encharca-a na experiência do amor de Deus, o amor que não condena, o amor que absolve, o amor que reergue.

O único distintivo que nos faz reconhecer os seguidores de Jesus é este: um amor de uma qualidade tal que se transforma em serviço."

 Alberto Maggi (adaptado)

    Não é o que consegues, é o que tentas

Aquilo que no final da nossa existência mais vai importar não são os resultados que atingimos, mas aquilo pelo qual lutámos. Não o que ganhámos ou perdemos, mas o que fizemos quando estávamos na arena, qual foi o nosso objetivo e que decisões concretas tomámos para o alcançar.

Cada um de nós, porque é livre, é responsável por si e pelos seus gestos. Não pelos desfechos que resultam deles. Se fossemos todo-poderosos e não respeitássemos nada nem ninguém, então sim, mas só nessas condições.

Somos parte de um todo, os sucessos quase sempre são mérito de muitas pessoas, não de uma só. É bom que nos lembremos disso quando nos julgamos melhores do que todos os outros e autossuficientes.

Haverá sempre quem prefira destruir sozinho em vez de construir em conjunto. Orgulhosos, querem ser autores singulares de qualquer coisa, ainda que seja má. Pelo menos assim se sentem num patamar diferente dos demais.

No fim dos tempos, seremos pesados de acordo com as nossas ações e intenções. Alguém que tentou fazer o mal, ainda que sem o ter alcançado, terá o mesmo fim daquele que o conseguiu. O mesmo em relação ao bem, é querê-lo e tentá-lo que define o direito à eternidade, não se o conseguimos concretizar ou não.

Devemos trabalhar como se tudo dependesse só de nós, sem ficar à espera de que outros nos ajudem e assim nos poupemos. Há que dar tudo. Tudo. Conscientes de que os fins a que chegamos aqui são muito pouco importantes quando comparados com aquele que devemos merecer…

Quem desiste, enquanto puder tentar mais uma vez, nem de si mesmo é digno.

José luís Nunes Martins

 

MEDITAR

Na vinha do Senhor, o bem revoga o mal

Jesus amava as vinhas: seis vezes lhes contou parábolas do reino sobre elas; buscou nas vinhas um símbolo forte e doce (Eu sou a videira e vós os ramos, Jo 15,5); ao Pai deu o nome e a figura de um enólogo (Eu sou a videira verdadeira e o Pai é o agricultor, Jo. 15,1). Mas hoje o Evangelho fala de uma colheita de sangue.

Parábola dura, que gostaríamos de não ter ouvido, sombria, com personagens de mau carácter, quase ferozes, e isso porque a realidade em torno de Jesus se tornou perigosa: fala dos que preparam a sua morte. O horizonte de amargura e violência para o qual caminha a parábola já fica evidente nas palavras dos vinhateiros, insensatas e brutais: Este é o herdeiro, vem, vamos matá-lo e ficaremos com a herança!

Mas que manual de direito civil eles já leram? É claro que não é o direito que os inspira, mas aquela força primordial e brutal, original e estúpida, que sussurra em nós: devemos dominar o outro, ocupar o seu lugar, e então ficarmos com o seu campo, a sua casa, a sua mulher, o seu dinheiro. Que diferente é Deus, que recomeça, depois de cada traição, a enviar ainda servos, mais profetas, finalmente o seu Filho; a que nunca faltam surpresas e esperança: que mais faria à minha vinha que não fiz? Eu, nós somos a vinha e a deceção de Deus, e ele, um agricultor apaixonado, continua a fazer por mim o que ninguém faria.

Acabado o relato: o que fará, no final, o dono da vinha? A solução proposta pelos líderes do povo é trágica: matar de novo, tirar os vinicultores desonestos, consertar as coisas com uma violência extrema. Vingança, morte, fogo do céu. Mas não vai acontecer dessa forma. Este não é o rosto, mas a máscara de Deus.

Com efeito, Jesus introduz a novidade própria do Evangelho: a história do amor e da traição entre o homem e Deus não terminará com um fracasso, mas com uma vinha viva e um recomeço confiante: Por isso vos digo: o reino de Deus será dado a um povo que produza os seus frutos.

Encontro nestas palavras um grande conforto: sinto que as minhas dúvidas, os meus pecados, a minha esterilidade não bloqueiam a história de Deus; o seu sonho de um bom vinho, ainda, avança, nada o detém. A vinha dará o seu fruto, porque ainda há quem saiba defendê-la e fazê-la frutificar. Estão por aí, estão a surgir, nascem por todo o lado, e ele sabe vê-los, bons vinicultores que guardam a vinha em vez de saqueá-la, que servem a humanidade em vez de usá-la. Os guardiões da fecundidade.

Na vinha de Deus, é o bem que revoga o mal. A colheita de amanhã será mais importante do que a traição de ontem. Os cachos inchados de sumo e de sol também redimirão a esterilidade dos nossos invernos na ânsia da luz.

 

Ermes Ronchi

VATICANO 

O Papa anunciou hoje a convocação de um encontro mundial de crianças, no Vaticano, para “aprender” com elas.

“Desejo anunciar que, na tarde do dia 6 de novembro, no Auditório Paulo VI, vou encontrar-me com crianças de todo o mundo”, disse, após a recitação do ângelus, desde a janela do apartamento pontifício, acompanhado por cinco crianças, em representação dos cinco continentes.

A iniciativa é patrocinada pelo Dicastério para a Cultura e Educação, presidido pelo cardeal português D. José Tolentino Mendonça, com o tema ‘Aprendamos com as crianças’.

“Trata-se de um encontro para manifestar o sonho de todos de voltar a ter sentimentos puros como as crianças, porque quem é como uma criança pertence ao Reino de Deus. As crianças ensinam-nos a limpidez das relações, o acolhimento espontâneo de quem é estrangeiro, o respeito por toda a criação”, precisou Francisco.

“Queridas crianças, espero por todos, para aprender com vocês, também eu”, acrescentou.

O padre Enzo Fortunato, religioso francisco e coordenador-geral da iniciativa, disse ao portal de notícias do Vaticano que o encontro vai contar com delegações de todo o mundo, em particular de “zonas significativas” como a Amazónia, a Síria, Marrocos ou Palestina.

Agencia Ecclesia

 

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 O que é uma Fraternidade?

É um ambiente onde, graças aos outros, se é mais igual a si próprio, onde se tem necessidade dos outros para se ser autêntico.

Porque os outros esperam algo de nós, acreditam em nós, confiam em nós, atrevemo-nos a mostrar-nos tão bondosos, tão suaves, tão humildes, simples, serviçais e generosos como eles nos incitam a ser.

Louis Evely, in Fraternidade e Evangelho


 INFORMAÇÕES

RECEITAS   

Arrematações - Festa do Bom Jesus - Fajã Grande 493,00.

 

MISSA NO SANTUÁRIO DA CALDEIRA

No próximo domingo, 15 de outubro, às 16h30 horas.

 FESTAS DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

FAJÃ DA RIBEIRA D’AREIA

Tríduo - Dia  10, 11 e 12 de outubro missa às 19h00 horas.

                 Dia 12 missa às 19h00, seguida de procissão de velas.

 

Festa - Dia 13 de outubro com missa às 14h00, seguida de procissão.

 

BISCOITOS - Dia 12 - às 18 horas oração do terço, seguindo-se a celebração da missa.

 

MANADAS - Dia 12 - Às 19h30 procissão de velas, saída da Ermida de Santa Rita para a Igreja de Santa Bárbara, seguindo-se a celebração da missa.

 

RIBEIRA DO NABO - Dia 12 - Às 19h30 celebração da Eucaristia

 

RIBEIRA SECA - Dia 13 - às 19 horas, celebração da Eucaristia seguindo-se a procissão de velas até ao passal.

 

VELAS - DIA 13 - Missa às 19h00, seguida de procissão.  


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Nº 1173

Pensamento da Semana

 

PENSAMENTO DA SEMANA

 SEJA FEITA A TUA BONDADE!

"Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo." (Calmeiro Matias)

Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais apropriado.

Cada um tem um dialeto feito de silêncios, de palavras, de cumplicidades.

Um dia, em Vila Nova de Gaia, o meu primo recebeu-me com um "bons olhos te beijam!" A resposta ao meu "Ãh?" não tardou: "És surda? Bons olhos te beijam!"

Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.

À semelhança do meu primo e do meu Pai, "aboli os vês" e digo:

Seja feita a tua bondade! A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai!

Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de Deus. Lucas fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora d'horas e termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade do Espírito - aos seus filhos. (Lucas 11, 1-13)

"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como pode existir Deus, se não for bom?" (José António Pagola)

 

Eneida Costa

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